Uma imperatriz sem coroa: o mistério por trás do sumiço das joias da czarina Alexandra!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Em 1894, a jovem princesa Alix de Hesse ficara noiva do herdeiro do trono russo, o czarevich Nicolau. Junto com o pedido de casamento, a neta da rainha Vitória ganhou uma quantidade incalculável de joias, desenhadas pelos melhores fabricantes da Europa. Tendo crescido no sóbrio grão-ducado de Hesse-Darmstadt, a princesa nunca havia se destacado antes pelo uso de roupas suntuosas ou ornamentos extravagantes. Ao contrário, uma melancolia profunda marcava sua expressão, dissipada apenas quando passava férias com a avó na Inglaterra. De repente, ela se viu cercada de um vasto acervo de tiaras cravejadas com diamantes, pesadas gargantilhas engastadas com prata, ouro e pedras preciosas, colares de pérolas naturais com muitas voltas, braceletes, broches, brincos, e uma infinidade de outras peças. A Sala de Diamantes do Palácio de Inverno estava à sua inteira disposição. O que teria pensado aquela moça de gostos modestos quando se viu cercada por brilhantes tão esplendorosos? Até hoje, as joias dos Romanov alimentam o imaginário coletivo, principalmente pelo contraste que elas ofereciam com a difícil situação vivenciada pelo povo russo. Mas, transcorridos apenas 28 anos desde que Alix chegou à Rússia, o paradeiro de sua coleção de joias desapareceu, juntamente com sua antiga proprietária!

Fotografia digitalmente colorida da czarina Alexandra Feodorovna, em grande hábito da corte russa. A soberana está ricamente paramentada com o Grande Diadema de pérolas e diamantes, colar e gargantilha feita para combinar; atravessando seu busto, uma corrente com várias águias bicéfalas dos Romanov, inteiramente incrustadas de diamantes; nos braços, pulseiras com vários elos e braceletes de ouro e pedras preciosas. Nas mãos, um leque luxuosamente ornamentado. O vestido, por sua vez, é bordado com fios de ouro e apresenta botões de diamantes. As mesmas pedras, só que em tamanho menor, também podem ser vistas na borda da faixa vermelha da Ordem de Santa Catarina. Foto de 1906, colorizada por Klimbim!

Os broches das últimas quatro imperatrizes consortes da Rússia: Alexandra Feodorovna (nascida Carlota da Prússia), Maria Alexandrovna (nascida Maria de Hesse e Reno), Maria Feodorovna (nascida Dagmar da Dinamarca) e Alexandra Feodorovna (nascida Alix de Hesse e Reno). Todas as peças foram apreendidas pelos bolcheviques e depois vendidas.

Tradicionalmente, as joias de uma imperatriz ou rainha consorte são legadas para sua sucessora, exceto quando se tratam de peças de uso pessoal. A esposa do falecido czar Alexandre III, Maria Feodorovna, por exemplo, era conhecida pelo seu amor às pedras preciosas. Para se ter uma ideia, ela quem deu início à tradição dos ricos Ovos de Páscoa produzidos por Fabergé, principal joalheiro da corte russa. Sendo assim, foi com relutância que a imperatriz viúva aceitou passar as joias cuja posse ela reteve nos últimos doze anos para sua nora, incluindo as tiaras usadas pelas soberanas da Rússia desde o começo do século XIX. Teria sido esse o início das desavenças entre as duas czarinas, que tinham temperamentos completamente diferentes: enquanto a nova imperatriz Alexandra Feodorovna (nome que Alix adotou após se converter à religião Ortodoxa) era mais retraída, a mãe de seu marido era coquete, adorava os bailes da corte e se misturava facilmente entre os círculos da aristocracia. Mas, na disputa pelas joias da coleção real, o novo czar Nicolau II precisou interceder em favor de sua consorte e Maria teve que ceder. Apesar disso, só em ocasiões solenes e em retratos oficiais é que a nova soberana podia ser vista usando as magníficas peças. No seu dia-a-dia, ela não era uma mulher conhecida pela mesma extravagância de sua sogra.

Entre as joias preferidas de Alexandra, destacavam-se apenas um colar de pérolas de duas voltas, um bracelete de ouro (que ela jamais tirava, assim como sua aliança de casamento) e, de vez em quando, uma pequena coroa de pérolas e diamantes. As demais, geralmente, ficavam guardadas nos cofres do Palácio, sendo requisitadas apenas quando necessário. Assim que estourou a Revolução Russa em 1917 e Nicolau II abdicou do trono em novem de si e do seu filho, sua esposa passou horas desmanchando suas joias pessoais e colocando as pedras preciosas e pérolas em pequenos frascos, que ela carregou primeiro para a casa do governador em Tobolsk, na Sibéria, e depois para a casa Ipatiev, em Ecaterimburgo, onde os Romanov foram fuzilados na madrugada de 17 de julho de 1918. Caso conseguissem deixar o país, Alexandra imaginava que sua família poderia sobreviver com o dinheiro da venda das peças de sua coleção particular, uma vez que as joias de Estado haviam sido confiscadas pelo novo governo. Qual não foi a surpresa dos assassinos da família imperial quando, ao se desfazerem dos corpos das vítimas, perceberam que as pedras preciosas estavam todas costuradas nos espartilhos que as grã-duquesas usavam? Foi essa a razão pela qual as balas de revólver ricocheteavam quando as atingiram, causando-lhes imensa dor e agonia antes de serem por fim mortas com o uso das baionetas.

Brinco de ouro e pérola que Alexandra Feodorovna usava quando foi assassinada. A peça foi removida de seu cadáver e vendida. Desde então, nunca mais foi vista!

Fotografia de 1922, com o espólio das joias dos Romanov!

Após a morte da família imperial e o destino funesto dado aos seus corpos, enterrados numa vala incógnita na floresta koptyaki, todos os bens preciosos da família foram devidamente catalogados e vendidos. Apenas as joias de valor histórico mais importantes, como a Coroa Imperial de Estado feita em 1762, o orbe e o cetro e a coroa da imperatriz Anna Ivanovna foram mantidas no Fundo dos Diamantes do Kremlin. Quanto às demais, seu destino até hoje permanece incerto. Um registro fotográfico de 1922 as apresenta dispostas sobre uma grande mesa. Logo depois, cada uma das peças foi fotografada isoladamente. Assim que tiveram seus valores estipulados, elas foram vendidas para compradores anônimos. Algumas, contudo, acabaram reaparecendo com o passar do tempo, a exemplo da Coroa Nupcial que Alexandra usou no seu casamento, em 1894, feita com diamantes que haviam pertencido a Catarina II, a Grande. Já de outras, não se pode dizer o mesmo. Nessa matéria, selecionamos algumas das mais belas tiaras usadas pela esposa de Nicolau II, para que os leitores possam ter uma ideia do último brilho de uma das dinastias mais poderosas do mundo. O mistério por trás do sumiço das joias do Romanov aguça a nossa mente, ao mesmo tempo em que nos transporta para um modus vivendi faustoso demais para ser sustentando dentro de um país cuja população passava fome e frio.

TIARA DE DIAMANTES E SAFIRAS

A tiara perdida de diamantes e safiras da czarina Alexandra. Composta de diamantes dispostos em padrões de arabescos e setas sobre uma base de prata, a peça também possuía 16 grandes safiras incrustradas em ouro, sendo a maior delas a do meio. A tiara foi comissionada ao joalheiro Friedrich Koechli pelo czar Alexandre III e pela czarina Maria Feodorovna, juntamente com um broche e um colar seguindo o mesmo design, como presente de casamento para sua futura nora, em 1894. A imperatriz Alexandra foi retratada usando a peça em 1914 pelos habilidosos pincéis de Aleksandr Makovsky. Três anos depois, ela foi confiscada pelo governo bolchevique e até hoje não se sabe se a joia permanece intacta em alguma coleção particular ou se foi desmembrada para a confecção de uma nova peça. Ela foi vista pela última vez em 1922, quando foi fotografada para um leilão. A partir da imagem em preto e branco, apresentamos uma versão colorida de como a joia se pareceria nos tempos da czarina.

A TIARA MATRIMONIAL E A COROA NUPCIAL

A Tiara Matrimonial e a Coroa Nupcial eram usadas pelas noivas da família Romanov. As duas peças costumavam ser combinadas, conforme podemos observar no retrato de casamento da czarina Alexandra Feodorovna com o czar Nicolau II. Feita por volta do ano de 1800 por Jacob David Duval para a imperatriz Maria Feodorovna (ou para sua nora, a imperatriz Elizabeth Alexeievna), a Tiara foi considerada pelos bolcheviques como uma peça historicamente muito importante para ser vendida, diferentemente das outras joias da família. Sua pedra central consiste em um diamante rosa natural de 33.35 quilates, que foi dado pelo imperador Paulo I para sua esposa, a Imperatriz Maria Feodorovna. Já a Coroa Nupcial, é composta de diamantes que outrora pertenceram à coleção da Imperatriz Catarina II, a Grande. Atualmente, a Tiara Matrimonial pode ser admirada no Fundo de Diamantes do Museu do Kremlin, em Moscou, enquanto a Coroa Nupcial se encontra no Hillwood Museum, em Washington D.C.

A PEQUENA COROA IMPERIAL

A Pequena Coroa Imperial, utilizada por Maria Feodorovna durante a coração de seu filho, Nicolau II, em 14 de maio de 1896. A confecção da peça foi baseada em uma mais antiga, cuja modelagem remonta ao ano de 1797, feita para a esposa do czar Paulo I, também chamada Maria Feodorovna. Como a joia original era considerada uma propriedade privada e não do Estado, ela podia ser passada adiante para quem sua proprietária desejasse. Na maioria dos casos, porém, elas eram desmontadas e as pedras utilizadas para a confecção de uma nova joia. Alguns historiadores se dividem quanto à data da versão mais antiga sobrevivente (imagem acima). Enquanto uns argumentam que ela foi feita em 1801 para Elizabeth Alexeievna, esposa de Alexandre I, outros acreditam que ela foi montada em 1856 para Maria Alexandrovna, consorte de Alexandre II.

Em todo caso, durante a coroação de Nicolau, a peça foi utilizada por sua mãe, a imperatriz-viúva, enquanto uma réplica exata foi feita para a nova imperatriz consorte, Alexandra Feodorovna. A joia é inteiramente cravejada de diamantes e seu design lembra a Coroa Imperial de Estado, utilizada por todos os imperadores da Rússia desde Catarina II, a Grande. No momento da cerimônia, o imperador, depois de ser coroado, pousou sua própria Coroa na cabeça da esposa e em seguida colocou a Pequena Coroa Imperial nela. Com a queda do czarismo, o governo bolchevique optou por manter a peça mais antiga guardada no Fundo de Diamantes do Kremlin, juntamente com outras partes da regalia real, devido ao seu valor e importância histórica. Quanto à réplica utilizada por Alexandra, foi considerada de menor relevância pelo novo regime, desmontada e suas pedras preciosas vendidas separadamente.

BROCHE DE ESMERALDA

Broche de esmeralda de 245 quilates, utilizado pela czarina Alexandra Feodorovna no Baile ocorrido no Palácio de Inverno em fevereiro de 1903, quando ela compareceu caracterizada como a imperatriz Maria Iliinichna Miloslavskaya, primeira esposa do czar Alexei Mikhailovich. Quando foi feita a listagem das joias dos Romanov em 1922 por ordem do governo bolchevique, acreditava-se que a pedra preciosa havia sido encontrada nos Urais por volta do ano de 1835, durante o governo de Nicolau I. Contudo, uma análise feita em 1980 comprovou que ela foi extraída de uma mina colombiana, na América do Sul. Conforme consta no Portfólio Fersman (único catálogo impresso do levantamento das joias da Coroa Russa, baseado no inventário de 1922, conduzido pelo geoquímico e mineralogista, Dr. Aleksander E. Fersman): “Toda a forma da pedra é irregular. A esmeralda é engastada em ouro e circundada por 54 diamantes engastados em prata, soldados a ouro”.

Um mês antes do baile, Alexandra e sua irmã, Elizabeth Feodorovna, haviam passado horas e horas no Salão dos Diamantes, escolhendo as peças que usariam para o grande evento. Na ocasião, estavam acompanhadas pelo joalheiro da corte, Agathon Fabergé, e pelo diretor do Hermitage, I. Vsevolzhsky, que cuidou especialmente da precisão histórica dos trajes que elas usariam. Conforme podemos ver nas fotografias, Alexandra anexou a esmeralda ao seu vestido, dando-lhe grande destaque. Teria sido por ocasião do Baile que Fabergé modificou a peça, adicionando-lhe os 54 diamantes menores que vemos na imagem, além de uma presilha na parte de trás, assim convertendo a joia num broche. Muitos convidados do Baile de Inverno se surpreenderam com o tamanho impressionante da pedra que, segundo o Portfólio Fersman, apresentava “numerosas rachaduras”. Atualmente, ela se encontra no Fundo de Diamantes originais da Coroa Russa, no Kremlin!

DIADEMA DE PÉROLAS E DIAMANTES

O diadema de pérolas e diamantes da czarina Alexandra Feodorovna costumava ser uma das joias mais imponentes da coleção da última imperatriz da Rússia, apreendida pelos bolcheviques e depois vendida. Possivelmente confeccionado pelo joalheiro Bolin com diamantes e pérolas da coleção real, o diadema foi feito especialmente para a esposa de Nicolau II. Seu design versátil permitia com que suas partes pudessem ser removidas para melhor se ajustar ao gosto da czarina. Alexandra fez sua primeira aparição pública com a joia por ocasião da abertura dos trabalhos da Duma em São Petersburgo, na primavera de 1906, quando surgiu ricamente paramentada com os trajes tradicionais da corte russa. A ocasião foi propícia para que a soberana posasse para uma série de fotografias tiradas por Frederick Boasson e Fritz Eggler, que mais tarde serviram de base para a pintura de muitos retratos oficiais.

Com efeito, é possível notar em tais registros a presença de uma gargantilha e de um colar, também confeccionados por Bolin com pérolas e diamantes, feitos especialmente para combinar com o diadema. Durante a fuga da família imperial para Tobolsk, na Sibéria, é possível que Alexandra tenha ela própria desmembrado a gargantilha e o colar, cujas pedras preciosas serviriam de garantia de sobrevivência da família, caso os Romanov conseguissem fugir da Rússia, mas o diadema infelizmente foi confiscado. A última vez em que esta impressionante joia foi vista data de 1922, quando foi fotografada para o leilão das peças de valor da família imperial russa. Desde então, seu paradeiro permanece um mistério.

TIARA DE LAÇOS DE DIAMANTES

Tiara de Laços de Diamantes que pertenceu à czarina Alexandra Feodorovna da Rússia. Confeccionada em uma base de ouro e prata pelos joalheiros Peter Carl Fabergé e Bolin, a peça combina esmeraldas com diamantes oriundos da África do Sul, incrustrados em padrões de arcos e laços. A esposa do czar Nicolau II foi retratada usando esta belíssima peça numa tela de 1907, de autoria de Nikolai Kornilievich Bodarevsky, em Tsardkoe Selo. Como muitas das tiaras de Alexandra, essa peça também possuía um designe versátil. Seus laços de diamantes podiam ser removidos e transformados em broches. Para fazer par com o ornamento, Fabergé desenhou um belíssimo colar, que também foi confiscado pelos bolcheviques e desde então seu paradeiro permanece um mistério. A última vez em que eles foram vistos data de 1922, quando foram fotografados antes de serem vendidos. É possível que a Tiara ainda permaneça intacta em alguma coleção particular, ou tenha sido desmembrada para a confecção de novas joias. O que vemos na imagem acima é, portanto, uma versão digitalmente colorida da foto tirada na década de 1920. Já o colar, uma réplica exata dele foi encomendada pelo governo russo, com base na fotografia do original, e hoje se encontra no Fundo de Diamantes do Kremlin.

DIAMOND KOKOSHNIK

Tiara de Diamantes encomendada no início do século XIX pelo czar Alexandre I da Rússia para sua esposa, a czarina Elizabeth Alexeievna (nascida Louise de Baden). A peça, composta em formato de V, contempla duas fileiras de diamantes possivelmente oriundos do Brasil, lapidados de forma a que seu brilho irradiasse com intensidade, na medida em que a imperatriz caminhasse com a joia adornando-lhe a fronte. A base, por sua vez, apresenta um medalhão central, encaixado em cima de uma série de raios compactados incrustrados com as pedras preciosas, sobre os quais vários pingentes de diamantes pendem do arco superior. Também conhecida como Diamond Kokoshnik, a joia foi passando ao longo das gerações de imperatrizes da Rússia até chegar nas mãos da última delas, Alexandra Feodorovna, esposa do czar Nicolau I. A soberana foi fotografada usando a peça em um ensaio feito no início do século XX.

Todavia, assim como ocorreu com a maioria das joias da czarina, a Tiara (que fazia uma espécie de par com a Tiara Matrimonial, também encomendada para Elizabeth Alexeievna), foi confiscada pelos bolcheviques. Sua última aparição data do ano de 1922. Até hoje, o paradeiro da Diamond Kokoshnik é desconhecido, ao contrário da Tirara Matrimonial. Sabe-se, porém, que diferentemente das outras joias da família, que foram desmembradas e vendidas pedra por pedra, a Tiara de Diamantes foi vendida intacta para um comprador anônimo. Depois disso, seu rastro desapareceu com o tempo. Especialistas no sumiço das joias imperiais especulam que ela pode ter sido desfeita para a confecção de uma ou de novas peças (dificultando assim o seu rastreio), ou então permanece guardada em segurança no cofre de alguma família rica que a tenha adquirido diretamente das mãos dos bolcheviques, ou de terceiros.

A PEQUENA COROA DE DIAMANTES E PÉROLAS

Conforme vimos ao longo dessa matéria, as joias imperiais russas figuram entre as mais imponentes da história do regime monárquico europeu. Muitas delas, inclusive, serviram de modelo para criação de outras peças pelas demais casas reinantes do continente. Basta observarmos as elegantíssimas tiraras usadas pelas czarinas que antecederam Alexandra no posto de imperatriz consorte para termos uma simples noção da opulência da dinastia Romanov (algo que também colaborou para seu sangrento desfecho). Em vida, a última soberana da Rússia foi fotografada com as mais belas peças que a arte da joalheria foi capaz de conceber. Porém, uma em particular era a sua preferida. Trata-se da pequena coroa de pérolas e diamantes, que ela ganhou de presente de noivado de Nicolau em 1894, quando os dois passavam uma temporada como hóspedes da rainha Vitória no Castelo de Windsor, na Inglaterra.

Criada por Boucheron, a joia possuía um design composto por várias flores de diamantes, de dentro das quais despontavam várias pérolas em formato de gota. Se comparada com outras tiaras e diademas da imperatriz, a pequena coroa era muito mais simples. Porém, Alexandra lhe dava preferência, não apenas por sua armação menos pomposa, mas principalmente por carregar consigo uma lembrança de seu noivado. Embora, como foi dito, a czarina tivesse à sua disposição joias mais suntuosas, ela foi fotografada em mais de uma ocasião com a pequena coroa. É possível vê-la numa sessão de fotos de 1906 (que inclui retratos com o pequeno czarevich Alexei), como também em outras séries de retratos de 1913 e 1914, onde ela aparece acompanha das filhas e depois com a família completa. Todavia, da mesma forma como ocorreu com o resto das joias da soberana, não é difícil adivinhar o destino da pequena coroa de pérolas e diamantes. Assim como sua portadora, ela desapareceu nas mãos do novo regime que suplantou a autocracia na Rússia!

Referências Bibliográficas:

MASSIE, Robert. K. Nicolau e Alexandra: o relato clássico da queda da dinastia Romanov. Tradução de Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.

_. Os Romanov: o fim da dinastia. Tradução de Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.

MONTEFIORE, Simon Sebag. Os Romanov: 1613-1918. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

RADZINSKY, Edvard. O último czar: a vida e a morte de Nicolau II. Tradução de Vera Maria Marques Martins. São Paulo: Nova Cultural, 1992.

RAPPAPORT, Helen. As irmãs Romanov: as vidas das filhas do último tsar. Tradução de Cássio de Arantes Leite. Rio de Janeiro: Objetiva, 2016.

STEINBERG, Mark; KHRUSTALËV, Vladimir. A queda dos Romanov. Tradução de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996.

Sites:

Fabergé Research Site – Acesso em 08 de julho de 2022.

The Court Jeweller – Acesso em 08 de julho de 2022.

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