Rainhas na África

A RAINHA-MÃE IDIA

Casada ainda muito jovem, Idia não teve outros filhos além de Esigie, primogênito do Oba Ozolua. Assim, para gerar mais herdeiros, seu marido tomou outras esposas e concubinas, com as quais teve mais descendentes, entre eles Arhuaran. Entretanto, o papel de Idia como mãe do filho mais velho lhe deu desde cedo uma posição de destaque no reino. Com a morte de Ozoula, ela imediatamente usou sua influência para assegurar o apoio dos chefes locais à reivindicação de Esigie ao trono, aconselhando-o nas muitas batalhas travadas contra as forças de Arhuaran e os povos Igalas. Continuar lendo 

KEISHA OMILANA, PRINCESA DA NIGÉRIA

Nascida em  Inglewood, na Califórnia (EUA), Keisha Omilana era uma jovem negra batalhando em busca do sonho de se tornar uma Top Model. Tendo se formado em Design de Moda em Chicago, ela se mudou para Nova York, onde iniciou a sua carreira como modelo, trabalhando posteriormente para marcas como L’Oreal, Maybelline, Revlon, Cover Girl e, principalmente, Pantene. Num certo dia do ano de 2004, enquanto estava parada em frente ao W Hotel, um homem de aparência e porte distinto se aproximou. “Eu podia sentir essa presença me fitando, olho para cima e vejo este belo cavalheiro parado lá”, disse Keisha à revista Insider. Continuar lendo 

SARAH FORBES BONETTA

Em outubro de 2020, uma nova pintura foi adicionada à decoração do castelo de Osborne: apresenta uma mulher negra, usando trajes nupciais típicos de meados do século XIX, com uma posição e olhar austeros. Se trata de Sarah Forbes Bonetta. O retrato, feito pela artista contemporânea Hannah Uzor, é baseado em uma fotografia de Sarah, tirada em 1862, na qual ela aparece usando seu vestido de noiva. A história da retratada, porém, é a de alguém que foi arrancada de sua terra natal e dada como “presente diplomático” ao capitão inglês Frederick Forbes, em 1850. Por volta dessa época, Sarah conheceu a soberana do Reino Unido. Ela tinha apenas 7 anos e Vitória a achou “afiada e inteligente”. Continuar lendo 

KAHINA, LÍDER BERBERE

No século VII da Era Cristã, o Islã deixava de ser uma religião exclusivamente árabe para se difundir pelo norte da África, chegando até o sul da Península Ibérica. O islamismo se adaptou às diferentes localidades, em meio a povos tão distintos quanto os camponeses do Egito, da Pérsia e da Espanha, incluindo os nômades berberes somalis e os turcos. Entretanto, o florescimento de uma nova cultura no interior de cada um desses territórios não se deu de forma pacífica e sem resistência. Nesse contexto, surge a figura de Kahina, a famosa líder berbere que lutou contra a expansão islâmica, unificando a região do Magrebe em prol da campanha contra os cavaleiros árabes. Continuar lendo 

JINGA DE ANGOLA

Uma das soberanas mais famosas da História da África, Jinga de Angola ficou lembrada por seus feitos extraordinários e governou os reinos de Matamba e Ndongo, localizados na região central do continente, por um período de 40 anos (entre 1624 a 1663). Jinga não só fez da guerra um ofício, como também usou a religião e a arte da diplomacia para proteger o seu povo, passando para a posteridade como um símbolo de força e resistência. Mas, devido a uma vertente eurocentrada da história, ela foi difamada pelos cronistas. Entretanto, as fontes contemporâneas revelam uma versão dessa narrativa muito diferente da que se costumava acreditar. Por trás dos múltiplos estereótipos, existe a mulher que lutou pela independência dos seus reinos e que desafiou a autoridade do colonizador. PARTE I e PARTE II

A RAINHA DE SABÁ

“Encontrei uma mulher dominando sobre Sabá e a ela foi dado de tudo, possuindo um poderoso trono”, assim disse o pássaro hoopoe ao rei Salomão, num dos textos contidos no Alcorão (Sura 27:20). A história da famosa soberana já foi contada das mais diversas formas, principalmente em textos religiosos, considerados as únicas fontes disponíveis sobre ela. Ao longo dos séculos, a Arte e a Literatura se apropriaram da trajetória da rainha, que teria viajado da Etiópia ou da Arábia para averiguar a sabedoria do lendário monarca bíblico. Continuar lendo 

RANAVALONA I DE MADAGASCAR

A história africana contada do ponto de vista dos colonizadores é marcada pelo abuso de estereótipos e interpretações racistas, que fizeram de uma mulher irreverente ser conhecida como “louca” e “cruel”, numa época em que os autores de tais epítetos cometiam verdadeiras atrocidades em outras partes do continente, motivados pela ambição imperialista disfarçada na suposta “missão civilizatória”. Sendo assim, o reinado de 33 anos de Ranavalona I pode ser considerado um marco importantíssimo na luta contra a dominação europeia e a degeneração dos costumes de sua gente. Continuar lendo 

NANDI KA BHEBHE

Recentemente, muito se tem escrito sobre Jinga de Angola, a poderosa soberana que por quatro décadas usou a guerra e a diplomacia para impedir o progresso dos portugueses nos seus domínios. Por outro lado, poucos ouviram falar sobre Nandi ka Bhebhe, mãe do rei Shaka de Zulu, que criou seus filhos sozinha, convicta na crença de que era possível construir uma unidade entre os povos vizinhos. Continuar lendo 

YAA NANA ASANTEWAA

Mulher forte e destemida, Yaa Asantewaa, também chamada de Nana, defendeu a integridade de sua terra e cultura e acabou se tornando um exemplo de liderança feminina africana, comprovando assim que as mulheres tiveram um papel decisivo na luta contra o imperialismo. Assim como Yaa Asantewaa, muitas tomaram parte na cruzada pela autonomia do continente e, em alguns casos, atuaram inclusive como diplomatas. Continuar lendo  

AMINA DE ZARIA

Dentro de uma sociedade dominada pelo poder masculino, a rainha Amina ficou conhecida como “a filha de Nikatau, uma mulher tão capaz quanto um homem”. Suas peripécias lendárias acabaram servido de inspiração para a criação da personagem Xena, do famoso seriado de TV dos anos 1990 sobre a princesa guerreira. Até hoje, Amina é sinônimo de força e bravura feminina, principalmente por ter conseguido estabelecer seu legado ao enfrentar as estruturas patriarcais da sociedade de seu tempo, em que as desigualdades de gênero eram marcantes. Continuar lendo  

NEFERTITI, RAINHA DO EGITO

Tendo vivido por volta de 1370 a 1330 a.C., Neferneferuaten Nefertiti, rainha do Egito, possuía o título cerimonial de Grande Esposa Real do Faraó Akhenaton, governante cujo reinado foi marcado por uma revolução religiosa bastante controversa, ao instigar o culto monoteísta ao deus Aton (o disco solar). Dessa forma, o reinado de Nefertiti como primeira rainha consorte coincidiu com essa época sem precedentes da história cultural e religiosa do Egito. Continuar lendo  

A FACE DE CLEÓPATRA

Possivelmente uma das rainhas mais famosas da história, Cleópatra VII, última faraó do Egito, permanece como uma figura emblemática para o século XXI. Histórias de uma beleza lendária, que teria enfeitiçado tanto Júlio César quanto Marco Antônio ainda são conhecidas, algo que foi enfatizado por produções cinematográficas, trazendo belas atrizes como Elizabeth Taylor no papel da monarca. Contudo, os bustos e as efígies da rainha em moedas nos mostram uma mulher menos glamorosa do que a mídia nos induz a crer. Continuar lendo