Renda utilizada para cobrir o caixão da rainha Vitória não consegue ser vendida em leilão!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

No dia 1 de fevereiro de 1901, o cortejo fúnebre com o caixão da rainha Vitória atravessava pelas ruas de uma Londres emudecida. A monarca, cujo reinado durou por mais de 63 anos, havia dado seu último suspiro no dia 22 de janeiro, na residência onde passara tantos dias felizes ao lado do marido e dos filhos pequenos, Osborne House, na Ilha de Wight. Ali, seu corpo havia sido preparado conforme os últimos desejos da soberana e certos objetos confidenciais foram colocados em seu ataúde, como o molde da mão do príncipe Albert, mechas de cabelos de seus filhos já falecidos, retratos de familiares e a aliança de ouro da mãe de John Brown, seu fiel criado escocês. Depois de velado na capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, o caixão finalmente foi depositado no seu lugar no Mausoléu em Frogmore, que a rainha havia mandado construir anos antes. Contudo, uma relíquia do comboio fúnebre da soberana havia sido capturada no meio da procissão: um pedaço de renda branca, que era usada para cobrir o caixão.

Uma nota que acompanha a renda dá detalhes sobre para que ela foi usada e quando.

A Hansons Auctioneers de Derbyshire, instituição responsável pela venda da peça, esperava que esse pedaço de tecido com profundo valor histórico fosse vendido por uma soma estimada entre £ 1.500 e £ 2.000 (aproximadamente 9.685,76 reais e 12.914,34 reais, em câmbio atual). Porém, nenhum comprador em potencial se interessou pela renda do caixão da rainha. Uma senhora de 60 anos, que preferiu não se identificar, a manteve bem guardada no sótão de sua casa em Somerset durante as últimas décadas. Segundo a proprietária: “Recebi a renda da minha avó há mais de 40 anos, quando eu era adolescente. Foi para minha caixa de tesouros, uma coleção de itens de família que guardo desde a infância”.

Fotografia postmortem da rainha Vitória, cercada por retratos do príncipe Albert em Osborne House.

A rainha Vitória tinha 81 anos quando faleceu em 1901. Uma fotografia post-mortem, tirada em seu leito de morte, mostra uma grande quantidade de tecidos de tule e rendas envolvendo o corpo da monarca. Ela havia expressando o desejo de ser sepultada vestida de branco, com o mesmo véu que usara no seu casamento, em 10 de fevereiro de 1840. Além disso, seu ataúde deveria ser coberto por um tecido da mesma cor quando deixasse seu local de partida em cortejo rumo ao ponto de descanso final. Para Notty Hornblower, consultor têxtil da Hansons Auctioneers, a evidência da renda branca, transcorridos mais de um século desde o funeral de Vitória, foi “uma descoberta notável”. Uma nota que acompanha a renda diz: “Parte do manto que cobriu o caixão da rainha Vitória em sua última viagem de Osborne. Ilha de Wight. 1º de fevereiro de 1901”.

Fonte: BBC News – Acesso em 03 de julho de 2022.

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