Conclusão – A transfiguração de um mito
Por: Renato Drummond Tapioca Neto
Mary Stuart tinha agora a chance de expurgar todos os seus pecados e fazer aqueles envolvidos em sua morte pagarem caro por suas ações. No dia 25 de setembro de 1586 ela havia sido transferida para o castelo de Fotheringhay; seu dossel de estado fora derrubado e no lugar dele, ela erguera a cruz. O aviso já estava dado: ela pretendia morrer na fé católica. A sentença de morte fora assinada com bastante relutância por Elizabeth, em 1 de fevereiro do ano seguinte. Mary subiu ao patíbulo toda vestida de preto, com um rosário na mão, no dia 8 daquele mês. Ao parar diante do carrasco, suas damas retiraram-lhe as vestes, revelando por baixo uma camisola escarlate. A cor não podia ser menos representativa para o que ela pretendia, pois o vermelho era a cor do martírio católico. Recusando-se a ouvir as preces em Inglês, ela e seu pequeno séquito se ajoelharam, proferindo em latim as palavras: “Em tuas mãos, Deus, eu entrego a minha alma”. E assim ela curvou a cabeça para o machado do carrasco, e fez sua última jornada rumo à imortalidade.
A morte da rainha da Escócia transcendeu-a para algo semelhante aos heróis da mitologia, eclipsando assim todos os desvios de sua conduta em vida, de dissimulação e autodestruição. Na última carta que escreveu à prima, Mary parecia prever a tempestade que se abateria sobre a Inglaterra:
… considero-me tão feliz porque minha morte vai preceder a perseguição que prevejo ameaçar esta ilha, onde Deus não é mais verdadeiramente temido e reverenciado, mas a vaidade e a diplomacia mundana a tudo dirigem.
Como a própria disse, a ameaça veio na forma da armada espanhola, que foi rechaçada com destreza pela marinha inglesa em 1588. A vitória de Elizabeth também foi fundamental para que esta também se elevasse como um ícone de grandeza até hoje não desmitificado. Sua igreja reformada permaneceria intacta através dos anos que se seguiram à sua morte (1603), mas não por um descendente seu, e sim por um rei Stuart: Jaime VI da Escócia e I da Inglaterra, o filho de Mary.
Referências Bibliográficas:
CHASTENET, Jacques. A Vida de Elizabeth I de Inglaterra. Tradução de José Saramago. 2ª edição. São Paulo: Círculo do Livro, 1976
DUNN, Jane. Elizabeth e Mary: primas, rivais, rainhas. Tradução de Alda Porto. – Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
GREGORY, Philippa. A Outra Rainha. Tradução de Ana Luiza Borges. – Rio de Janeiro: Record, 2011.
E A DESTRUIÇÃO HUMANA CONTINUA NOS MATANDO!
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Nunca ouvi falar dessa rainha Mary, só procurei pesquisar sobre ela por causa de algumas referências no Anime ‘Jojo’s Bizarre Adventures: Phantom Blood’. Achei muito interessante saber sobre… só fiquei mesmo na dúvida é se ela foi responsável pela morte do marido ou não.
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Estudos recentes comprovaram que ela era inocente!
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Assiste Reign.
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Olá eu tenho uma dúvida, Mary é inocente ou culpada pela morte de sua prima Elizabeth?
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