Uma rainha amadurecida: o que podemos esperar da terceira temporada de “The Crown”?

Por: Renato Drummond T. Neto

Em 4 de novembro de 2016, a Netflix lançava uma de suas séries mais caras e também mais premiadas, “The Crown”, que narra o cotidiano da jovem rainha Elizabeth II, que assumiu o trono logo após a morte de seu pai, o rei George VI. Desde então, muitos telespectadores passaram a nutrir um crescente interesse pela monarca, assim como pelas outras personagens que faziam/fazem parte do universo retratado pelo show, como a elétrica princesa Margaret, a conservadora rainha-mãe, o primeiro-ministro Winston Churchill, e Philip, o príncipe consorte. A série roteirizada por Peter Morgan (The Queen), chama a atenção para os bastidores do palácio de Buckingham, um universo permeado por intrigas, seduções e disputas pelo poder. Depois de duas temporadas bem-sucedidas, a produtora acabou de divulgar as imagens promocionais e o teaser dos próximos episódios, com um novo elenco e novas conspirações a caminho.

O telespectador pode esperar nas telas uma Elizabeth mais determinada e consciente de suas obrigações como rainha.

Antes interpretada pela premiada atriz Claire Foy, que recebeu o Globo de Ouro por sua atuação na primeira temporada do seriado, a personagem de Elizabeth II será vivida por ninguém menos que Olivia Colman, vencedora do Oscar 2019 de melhor atriz por A Favorita. A escolha de Colman para suceder Foy no papel da soberana foi muito bem pensada. Se na primeira e na segunda temporada temos uma rainha ainda insegura, em processo de adaptação ao seu cargo como monarca e amadurecimento como mulher, agora o telespectador pode esperar nas telas uma Elizabeth mais determinada e consciente de suas obrigações, bem como dos limites de seu poder como chefe de Estado. Além das tensões do relacionamento com a irmã mais nova e o marido, a série deve explorar também o posicionamento da rainha junto ao príncipe de Gales e da princesa Anne, já crescidos nesta nova fase. Os conflitos na vida pessoal deverão ser abalados pelas transformações no cenário político mundial, conforme ocorreu nas temporadas anteriores.

Olivia Colman, como Elizabeth II e Tobias Menzies, como o príncipe Philip.

A terceira temporada de The Crown abarca um período bastante conturbado na história mundial, que vai de 1964 a 1976, anos marcados pelo acirramento de conflitos militares, como a Guerra do Vietnã, pela implantação de regimes ditatoriais na América do Sul, pelos assassinatos de Martin Luther King e Robert Kennedy nos Estados Unidos e pelo governo autoritário do General De Gaulle na França. O convívio da rainha com esses líderes mundiais e o impacto que a morte de alguns deles teve sobre ela deve ser outro ponto que Peter Morgan explorou no roteiro, de forma a esclarecer aos telespectadores o posicionamento da família real diante da ordem bipolarizada que se instaurou no mundo após a Segunda Guerra. A ascensão dos Beatles a vitória da Inglaterra na copa de 1966 também deverão ser outros dois elementos explorados no enredo. Infelizmente, a personagem da primeira-ministra Margaret Thatcher, assim como a da princesa Diana, foram deixadas de fora dessa temporada, devendo aparecer apenas na quarta.

Em cena: Helena Bonham Carter, como a princesa Margaret, e Ben Danielse, como o conde de Snowdon.

The Crown ainda traz no seu elenco a atriz Helena Bonham Carter no papel da princesa Margaret. Assim como Olivia Colman, Carter também já havia interpretado um membro da família real no cinema: a rainha-mãe, Elizabeth Bowes-Lyon, em “O Discurso do Rei”. Seu núcleo certamente será perturbado pelo relacionamento conflituoso que mantinha com o marido, o conde de Snowdon, interpretado por Ben Danielse. Os boatos envolvendo brigas, traições e separações no contexto do casal perturbaram bastante a imagem da monarquia assentada no princípio da estabilidade familiar, que Elizabeth tanto lutou para construir. Portanto, o convívio das irmãs deve ficar ainda mais tenso nessa temporada, à medida que o casamento de Margaret for caminhando para um desfecho nada bem visto pela rainha: o divórcio.

Tobias Menzies no papel do marido de quase 50 anos da rainha.

Já na pele do príncipe Philip, temos o ator Tobias Menzies, que ficou muito bem caracterizado no papel do marido de quase 50 anos da rainha. As brigas do casal, quase sempre motivadas pela não aceitação de Philip à mera função de consorte da rainha do Reino Unido, será outro aspecto que deve permanecer no enredo. O telespectador também deve se despedir do personagem do duque de Windsor, antes rei Eduardo VIII, que falece no ano de 1972, em Paris. Quem assistiu às primeiras duas temporadas, certamente sentiu alguma antipatia pela figura do duque, um homem bastante ressentido do seu papel subalterno e que se divertia colocando apelidos bastante pejorativos nos seus parentes. Com 10 episódios, a terceira temporada de “The Crown” tem data de estreia na Netflix marcada para o dia 17 de novembro. Enquanto isso, veja abaixo o teaser trailer liberado pela produção:

2 comentários sobre “Uma rainha amadurecida: o que podemos esperar da terceira temporada de “The Crown”?

  1. Não achei o Príncipe Philip antipático, ele é desse jeito pelo que passou na infância, pela rejeição do pai depois da morte da irmã no acidente aéreo, sendo que ela estava grávida, ele é autoritário por ser o patriarca da família, depois que o pai da Elizabeth II morreu.

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