Por: Renato Drummond Tapioca Neto
Em 20 de novembro desse ano, a rainha Elizabeth II do Reino Unido completou 68 anos de casada com o Príncipe Philip da Grécia e Dinamarca, seu primo em segundo grau. Naquela época, ela ainda era a princesa Elizabeth, filha mais velha do rei George VI e herdeira do trono. O noivado foi oficialmente anunciado no dia 9 de julho daquele ano e casou certa polêmica, pois o noivo era estrangeiro e não gozava de uma situação financeira muito boa. Como consorte da futura rainha, ele teve que renunciar aos seus títulos dinamarqueses e à religião ortodoxa grega para se converter ao anglicanismo. Pouco antes do matrimônio, Philip foi feito duque de Edimburgo, com direito ao tratamento de “Sua Alteza Real”. O casal recebeu cerca de 2.500 presentes de casamento, provenientes das mais diversas localidades. Presenciada por 2000 convidados, a cerimônia ganhou repercussão nacional ao ser escutada por mais de 200 milhões de radio-ouvintes. Elizabeth penetrou a nave da abadia de Westminster usando um vestido desenhado por Norman Hartnell, de braços dados com um George VI bastante emocionado, por ver sua primogênita de 21 anos casada. Momentos depois, o rei escreveu uma carta bastante tocante para sua filha, falando da dor que sentia por ter que se separar dela.

O rei George VI com sua filha e herdeira, princesa Elizabeth.
“Eu estava tão orgulhoso e emocionado por tê-la perto de mim em nossa longa caminhada na Abadia de Westminster […], mas quando eu entreguei sua mão para o Arcebispo, eu senti que tinha perdido algo muito precioso”, começa a missiva do rei para a princesa, onde já podemos observar uma mistura de orgulho paternal por ver a sua herdeira finalmente casada e também a tristeza por ter que se separar dela. “Você estava tão calma e composta durante o serviço e disse suas palavras com tanta convicção, que eu sabia que tudo estava bem”. “Eu vi você crescer todos esses anos com orgulho sob a hábil direção da mamãe¹… que, como você sabe, é a pessoa mais maravilhosa do mundo aos meus olhos, e eu sei que posso sempre contar com você, e agora com Philip, para nos ajudar em nosso trabalho”. “Você deixou um grande vazio em nossas vidas, mas lembre-se que sua antiga casa ainda é sua… e você pode voltar pra ela tão frequentemente quanto isso for possível”. “Eu posso ver que você está feliz com Philip, o que é certo, mas não se esqueça de nós, é o desejo do seu sempre amoroso de devotado… Papa”.

A princesa Elizabeth e o príncipe Philip no dia do casamento, em 20 de novembro de 1947.
Assim encerra a calorosa carta de George VI à sua filha, pedindo para que ela não se esqueça de sua família nessa nova fase de sua vida. Elizabeth sempre foi educada em casa, sob os olhares atentos de sua mãe e pai. Junto com a irmã Margaret, ela presenciou na infância a abdicação do seu tio Edward VIII ao trono e a consequente ascensão do irmão. Viu também os horrores provocados pela guerra e como esse evento alterou a dinâmica de sua casa. Porém, o amor e a admiração que ela sentia por seu pai sempre permaneceram intocáveis, apesar daqueles anos de turbulência. O casamento em si não alterou essa união, apenas acrescentou mais um membro à família na figura do príncipe Philip, e mais outra um ano depois, quando nasceu o príncipe Charles. Infelizmente, em fevereiro de 1952 George VI morreu, deixando esposa e filhas bastante consternadas. Então, aos 25 anos de idade, Elizabeth se tornou a segunda monarca do seu nome a governar a Inglaterra e hoje seu reinado é o mais longo de toda a história britânica.
Notas:
¹ Aqui George VI faz uma referência à mãe de Elizabeth, a rainha Elizabeth Bowes-Lyon.
Fontes:
Bah, bah, bah. E diria mais: muito tri.
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Muito lindo ver o carinho do pai da atual Rainha Elizabeth, mostra que amor “típico inglês” esta muito além do que se demonstra em público ou do se aparenta, esta na forma doce com que se mantém esses laços pelos anos.
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Fofo
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Já tinha lido sobre o rei George VI, ele era um pai muito dedicado a familia. A vida dele e uma historia a parte, foi um pai que todos queriamos ter, culto, inteligente, educado e muito amoroso. Gosto muito de História dos reinados.
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Emocionante! Sempre fica um vazio, mesmo vendo que ela estava feliz, mas os pais querem seus filhos sempre juntinho, pertinho.
Amor infinito
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Sempre atenta leio tudo que aqui é publicado, parabéns, e grata por tudo que tenho aprendido.
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Que linda história digna de um conto de fadas!!!!
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Adoro ler informações sobre a História do mundo. Sou uma apreciadora.
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