Por: Renato Drummond Tapioca Neto
Quando pensamos em príncipes e princesas, nosso imaginário, talhado pelas histórias infantis, remete-nos àquele universo dos contos de fadas modernos, nos quais a mocinha e o herói precisam vencer as adversidades para encontrar seu final feliz. Quando olhamos para a História, porém, tomamos consciência de que o “felizes para sempre” se aplica perfeitamente às narrativas do reino da fantasia, mas não ao tempo vivido. Aqui, os casamentos entre reis e rainhas eram motivados por razões políticas, que visavam a solidificação de uma aliança entre dois países. Na maioria das vezes, a “princesa encantada” só conhecia o príncipe no dia do próprio matrimônio, quando este não acontecia antes por procuração. Nesse tipo de união, a obrigação das consortes era a de produzir herdeiros saudáveis para a Coroa, de preferência masculinos. Não obstante, elas deveriam zelar pela reputação de seus maridos através de trabalhos filantrópicos e dando seu apoio a instituições religiosas. Muitas delas, contudo, se sentiram tão pressionadas no cumprimento desses deveres que acabaram desenvolvendo sérios problemas físicos e/ou psicológicos, agravados por escândalos na vida conjugal. Em tal contexto, intrigas palacianas, traições e revoluções populares culminaram em um desfecho trágico para algumas das princesas mais famosas da história.
Margueritte de Angoulême, rainha de Navarra (1492-1549)

Margueritte de Navarra, por François Clouet.
Em 11 de abril de 1492, nascia Margueritte de Angoulême, irmã do futuro rei Francisco I da França e futura rainha consorte de Navarra. Filha de Charles, duque de Angoulême, com Louise de Savóia, Margueritte ficaria conhecida como uma das mulheres mais euruditas da Europa na primeira metade do século XVI. Nascida dentro de um país católico, ela abraçou a religião protestante e chegou a escrever muitas obras sobre teologia, a natureza do cristianismo e o papel da mulher cristã, numa época em que pouquíssimas escritoras se arriscavam a assinar seus nomes em livros do gênero, por medo de perseguição. Casada primeiramente com Charles IV, duque de Alençon, Margueritte assumiu um papel de destaque na corte francesa. Muitos teólogos e humanistas faziam parte do seu círculo de amizades, a exemplo de Erasmo, Lefèvre d’Étaples, Rabelais, Melanchthon, Bucer, Calvino e o poeta Clément Marot, que contribuíram de maneira significativa para causa protestante.
Não obstante, a duquesa participava ativamente na vida social dos súditos de seu irmão, preocupando-se com seu estado de pobreza, envolvendo mulheres da nobreza e da burguesia em campanhas para arrecadação de fundos destinados a ajudar os mais carentes. Ela também criou hospitais e abrigos para idosos, crianças abandonadas e doentes, nos quais as regras de higiene eram profundamente observadas, para se evitar a proliferação de doenças infecciosas. Após a morte de seu primeiro marido, em 1525, Margueritte ficou noiva do rei Henrique II de Navarra, tornando-se rainha consorte daquele país e ancestral direta da casa de Bourbon, que assumiu o trono da França no final do século. O legado da soberana, dessa forma, foi muito vasto. No seu livro mais conhecido, “Heptameron”, Marguerite diz que “o amor das mulheres está enraizado em Deus e fundado na honra… Mas a maioria do amor [dos homens] é baseado no prazer, tanto que as mulheres, quando não estão cientes das más intenções dos homens, por vezes, permitem-se serem levadas muito longe”. Ela faleceu em 21 de dezembro de 1549, aos 57 anos, em Odos, na França.
Mary Rose Tudor, rainha da França (1496-1533)

A princesa Mary Rose, rainha da França e duquesa de Suffolk, por artista desconhecido.
Em 18 de março de 1496, a rainha Isabel de York dava à luz sua quarta criança nascida do casamento com o rei Henrique VII da Inglaterra. Batizada de Mary Rose, a princesinha veio ao mundo no Palácio de Sheen, em Londres. Tinha os cabelos ruivos e os olhos azuis, comuns aos membros da dinastia Tudor, fundada quase 10 anos antes com o término da Guerra das Duas Rosas. Aos oito anos, Mary perdeu a sua mãe, vítima de febre perperal após o parto de um bebê natimorto. Seu pai, porém, jamais voltou a se casar. Como era uma monarca bastante ocupado em reerguer um reino ainda devastado pelas cinzas de uma guerra civil, Henrique delegou a educação da jovem Mary a tutores, que a prepararam para ser uma perfeita rainha consorte, tal como sua irmã mais velha, a rainha Margaret da Escócia. Em 1509, Henrique VII morreu, passando o trono para seu único filho homem sobrevivente, o rei Henrique VIII. Casado com a princesa espanhola Catarina de Aragão, Henrique tentou arranjar um casamento entre a bela Mary com o sobrinho de Catarina, o futuro imperador Carlos V. Uma mudança na balança diplomática do continente europeu, porém, fez com que Henrique se voltasse contra a Espanha e o Sacro-Império, cancelando assim qualquer compromisso entre sua irmã e o herdeiro dos vastos territórios dos Habsburgo e dos Trastâmara. Em vez disso, Henrique se aliou ao antigo reino rival da Inglaterra, a França, e propôs o casamento de Mary, então com quase 20 anos, com o idoso rei Luís XII, em 1514.
A união, porém, não durou muito. Em 1 janeiro do ano seguinte, Luís morreu, fazendo de Mary rainha-viúva. Antes que seu irmão, o rei Henrique VIII, pudesse utilizá-la como peão em outro casamento dinástico, Mary tomou uma atitude ousada para as princesas de seu tempo, escolhendo por conta própria seu segundo marido. Em 3 de março de 1515, ela se casou secretamente com o melhor amigo rei, Charles Brandon, duque de Suffolk, que havia viajado para a França especialmente para trazer a rainha-viúva de volta para a Inglaterra. A notícia do casamento sem o consentimento real deixou Henrique VIII extremamente encolerizado. Ele baniu tanto Charles quanto a nova duquesa de Suffolk da corte, mas não por muito tempo. Devido à amizade e ao carinho que ele nutria pelo duque e pela irmã mais nova, os dois foram autorizados a regressar aos Palácios Reais. Juntos, Mary e Charles foram pais de dois meninos e duas meninas, embora só as filhas tenham chegado à idade adulta. Em 25 de junho de 1533, a princesa morreu em decorrência de seu estado de saúde fragilizado, aos 37 anos. A causa da morte não é exata, mas muitos especulam que tenha sido de tuberculose ou então de sequelas deixadas pela “febre do suor”, que ela contraiu em 1528. Como filha de um rei, irmã de outro e rainha-viúva da França, Mary Tudor recebeu um magnífico funeral com honras de Estado, na Abadia de Westminster.
Imperatriz Maria Teresa de Nápoles e da Sicília (1772-1807)

Maria Teresa de Nápoles e Sicília, por Johann Baptist, I Lampi (1804-6).
Em 13 de abril de 1807, quando a Europa era sacudida pelos ventos do império napoleônico, falecia em Viena, no Hofburg, a imperatriz Maria Teresa de Nápoles e Sicília. Nascida em 1772, ela era filha do rei Fernando I das Duas Sicílias com a rainha Maria Carolina da Áustria. Quando criança, sua mãe escrevia para a irmã, Maria Antonieta, que achava a pequena bastante parecida com a rainha da França. Aos 18 anos, Maria Teresa se casou com seu primo em primeiro grau, o futuro imperador Francisco I, com quem viria a ter 12 filhos. Entre eles, destacamos a arquiduquesa Maria Luísa, futura imperatriz dos Franceses, e a arquiduquesa Leopoldina, futura imperatriz do Brasil (que tinha 10 anos quando da morte de sua mãe). Em 6 de abril de 1807, a Imperatriz entrava em trabalho de parto pela 12ª vez. Ela tinha apenas 34 anos quando deu à luz um bebê do sexo feminino, batizada de Amélia Teresa. Infelizmente, a criança veio antes do tempo previsto e não sobreviveu por muitas horas, falecendo três dias depois. Para o pai, a perda de um recém-nascido não se constituía em algo inusitado, uma vez que a medicina obstetra não estava tão evoluída no período. Sua própria esposa já havia passado por essa dolorosa experiência anos antes, quando a morte levou embora duas de suas filhas, Maria Carolina e Carolina Luísa, falecidas em 1795 e 1799, respectivamente. Porém, essa última gravidez cobrara um preço muito alto na compleição física de Maria Teresa, que adoeceu em decorrência do parto da pequena Amélia. No dia 13, suas forças não resistiram e ela acabou falecendo no Palácio de Hofburg, deixando nove filhos órfãos, incluindo a futura Imperatriz do Brasil, Dona Leopoldina. Num triste eco das causas que levaram sua mãe à óbito, a própria Leopoldina acabaria falecendo por razões semelhantes no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1826.
Marie Caroline das Duas Sicílias (1798-1870)

Marie Caroline das Duas Sicílias, por Sir Thomas Lawrence, 1825.
Em 16 de abril de 1870, falecia aos 71 anos em Brunnsee, na Áustria-Hungria, a princesa Marie Caroline das Duas Sicílias, duquesa de Berry. Nascida no Palácio de Caserta, em Nápoles, no dia 5 de novembro de 1798, Caroline era filha única do primeiro casamento de seu pai, Francisco I das Duas Sicílias, com a arquiduquesa Maria Clementina da Áustria. Era, portanto, meia-irmã de Dona Teresa Cristina, imperatriz do Brasil. Quando tinha apenas 3 anos de idade, Caroline se tornou órfã de mãe, razão pela qual se pai desposou a infanta espanhola Maria Isabella, com quem teria mais 12 filhos. Enquanto isso, Marie se tornava uma jovem belíssima, culta e sofisticada. Características essas que ficaram nítidas no retrato que o artista Sir Thomas Lawrence lhe pintou, em 1825. Ao atingir uma idade casadoura, aos 18 anos, foi combinado o matrimônio da princesa com o sobrinho do rei Luís XVIII da França, Charles Ferdinand, duque de Berry (terceiro filho do futuro rei Carlos X). A cerimônia foi realizada em Nápoles, no dia 24 de abril de 1816. A partir de então, Caroline se tornou mais conhecida como Madame de Berry.
Embora usada como um peão no jogo de alianças dinásticas da Europa, o casamento de Caroline com Charles foi muito feliz e o casal teve quatro filhos. A família vivia tranquilamente no Palais de l’Élysée, até que o duque foi assassinado em 1820, quando sua esposa estava grávida do quarto filho: Henri, conde de Chambord. Com a Revolução de 1830, os Bourbon foram expulsos da França. Vivendo no exílio, Caroline não aceitou a passagem da Coroa para o rei Luís Felipe de Orléans e liderou uma conspiração para entronizar o conde de Chambord. Traída por um dos conjurados, ela foi presa no Château de Blaye e ali deu à luz uma filha de seu segundo casamento com Ettore Lucchesi-Palli, duque della Grazia. Uma vez liberta, Caroline partiu para a Itália com seu novo marido e se estabeleceu na Sicília, onde constituiu nova família. Era uma amante das artes e do Teatro e patrocinou muitos artistas de seu tempo. Sua vida, marcada por conspirações e intrigas, inspirou duas obras dos escritor Alexandre Dumas.
Dona Maria Amélia, a “Princesa Flor” (1831-1853)

Retrato da “princesa flor” Maria Amélia de Bragança, atribuído a Friedrich Dürck.
Nascida em Paris, em 1 de dezembro de 1831, Maria Amélia foi a única filha de D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal, com sua segunda consorte, Dona Amélia de Leuchtenberg. A princesa veio ao mundo quando seu pai já havia abdicado da coroa brasileira em nome do pequeno Pedro II e se preparava para reconquistar o trono de Portugal das mãos de D. Miguel. Infelizmente, a criança conviveu pouco com seu progenitor, uma vez que D. Pedro faleceu em 1834, pouco antes de Maria Amélia completar 3 anos. A partir de então, sua mãe se concentrou completamente ao cuidado da filha, provendo-lhe uma educação superior à de muitas princesas do período. Ela teve excelentes professores portugueses e bávaros, tornando-se fluente em vários idiomas e se formando em Física no gabinete da Universidade de Munique. Por um breve momento, a jovem esteve enamorada do arquiduque Maximiliano da Áustria, irmão do imperador Francisco José. Mas, Infelizmente, o enlace não chegou a ser acordado, uma vez que ela faleceu precocemente aos 21 anos, de tuberculose, em Funchal, na Ilha da Madeira. Em sua memória, Dona Amélia constituiu um hospital para o tratamento da doença que levou embora sua filha, ainda na flor da idade. As atividades filantrópicas passaram a ser o maior consolo que Dona Amélia poderia encontrar após a morte de sua família. Ela jamais voltou a se casar e dispôs de seus bens da forma como melhor entendeu. Antes de falecer aos 60 anos, em 1872, ela se reencontrou com seu enteado, D. Pedro II, em 1871, quando o imperador fazia sua primeira viagem pela Europa.
Princesa Leopoldina do Brasil (1847-1871)

Fotografia da princesa Leopoldina, filha do imperador D. Pedro II do Brasil com dona Teresa Cristina de Nápoles.
Nascida em 13 de julho de 1847, Leopoldina recebeu em batismo o nome de sua avó paterna, a imperatriz Leopoldina da Áustria. Depois da morte de seu irmão, o príncipe imperial, D. Pedro Afonso, a princesa ficara em segundo lugar na linha de sucessão ao trono brasileiro, atrás apenas de sua irmã, Dona Isabel, que fora reconhecida como herdeira presuntiva. A partir de então, as atenções de D. Pedro II e Dona Teresa Cristina se voltaram para as duas princesas. Na qualidade de herdeiras do trono, elas receberam uma educação primorosa, que as preparou para o exercício do poder. A despeito dos boatos espalhado por jornais da oposição, que taxavam Isabel de “carola”, ela recebia lições diretamente com seu pai e por tutores supervisionados pela condessa de Barral, contratada como preceptora das princesas. Nascida em Santo Amaro, na Bahia, Luísa Margarida de Barros Portugal, condessa de Barral, passou boa parte de sua vida na França, na corte do rei Luís Felipe de Orleans. Em 1864, aos 17 anos, ela se casou com o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, duque de Saxe. Depois do nascimento do primeiro filho, o príncipe Pedro Augusto, Dona Leopoldina passou a viver entre sua terra natal e a Europa. Em seguida, vieram os filhos dom Augusto Leopoldo e dom José Fernando. Quando engravidou pela quarta vez, em 1870, a princesa decidiu permanecer com sua jovem família de uma vez no continente europeu. Lá, ela deu à luz ao príncipe Luís Gastão. Infelizmente, um ano depois Leopoldina passou a apresentar problemas gastrointestinais acompanhados de febre. Logo, constatou -se que se tratava de febre tifóide. Em meio a delírios e convulsões, o quadro clínico da princesa evoluiu drasticamente, causando sua morte em 7 de fevereiro de 1871, aos 23 anos.
Victoria de Hesse-Darmstadt, marquesa de Milford Haven (1863-1950)

Fotografia da jovem princesa Victoria de Hesse-Darmstadt
Em 5 de abril de 1863, nascia a princesa Victoria de Hesse, filha do grão-duque Luís IV de Hesse com a princesa Alice do Reino Unido, que a batizaram em homenagem à sua avó, a rainha da Inglaterra. Entre suas irmãs, destacavam-se Elizabeth (Ella), Irene e Alice (Alix). Está última, mais tarde, se tornaria a czarina Alexandra Feodorovna da Rússia. Em 1878, um surto de difteria levou embora sua mãe e sua irmã mais jovem, May. Em 1884, Victoria se casou com o príncipe Louis de Battenberg, oriundo de uma dinastia de condes alemães criada em 1851. O casal produziu quatro crianças: Alice, Louise, George e Louis. Com efeito, Victoria chegou a visitar Ella e Alix muitas vezes na Rússia, antes que as duas fossem mortas pela Revolução. Em 31 de agosto de 1918, o rei George V recebeu um relatório dizendo que toda a família imperial russa tinha sido morta. Para a prima, Victoria, irmã de Alexandra, o monarca escreveu:
Cara Victoria, May [a rainha Mary de Teck] e eu lamentamos profundamente por você o trágico fim de sua querida irmã e seus filhos inocentes. Mas talvez para ela, quem sabe, tenha sido melhor assim, pois após a morte do querido Nicky ela não teria desejado viver. E as lindas meninas podem ter sido salvas de algo pior que a morte nas mãos daqueles monstros horríveis. Meu coração está com você.
Diante do sentimento antigermânico na Inglaterra, os Battenberg tiveram que anglicizar o nome da família para Mountbatten, recebendo de George V os títulos de marqueses de Milford Haven. Nos anos 1990, quando os ossos dos Romanov foram encontrados, o neto de Victoria, Philip, duque de Edimburgo (filho da princesa Alice de Battenberg, primogênita de Victoria) forneceu material genético para o exame de DNA mitocondrial que reconheceu a autenticidade dos remanescentes humanos da família imperial. Victoria viveu tempo suficiente para que ela pudesse ver seu neto se casar com a princesa Elizabeth e para segurar o pequeno príncipe Charles, atual rei, nos braços.
Princesa Cecília da Grécia e da Dinamarca (1911-1937)

Fotografia da princesa Cecília da Grécia e da Dinamarca, irmã mais velha do príncipe Philip e cunhada da rainha Elizabeth II.
Nascida em 22 de junho de 1911, Cecília era a terceira filha nascida do casamento entre o príncipe André da Grécia com a princesa Alice de Battenberg. Sua infância foi marcada pela instabilidade política provocada pela Primeira Guerra Mundial e pelas revoluções ocorridas na Grécia, que culminaram com a expulsão da família real em 1922. No dia 2 de fevereiro de 1931, aos 19 anos, Cecília se casou com o príncipe Georg Donatus, pretendente ao antigo grão-ducado de Hesse-Darmstadt. Como sua mãe estava internada num sanatório na Suíça, ela não pôde comparecer à cerimônia. Dessa forma, Cecília se tornou quase uma figura materna para seu irmão mais novo, Philip. Até o ano de 1936, ela havia dado à luz três filhos e já estava grávida do quarto em 1937. Nesse ano, porém, seu marido ingressou no partido nazista, que estava em ascensão na Alemanha, onde o cassl vivia desde o matrimônio. Com a morte do grão-duque Ernest Louis, Donatus se tornou o novo chefe da casa de Hesse-Darmstadt. Ele e sua esposa estavam prestes a viajar até Londres, para o casamento de seu cunhado, Luis de Hesse. Em 16 de novembro, o avião que transportava Georg, Cecília e dois de seus filhos entrou em turbulência devido a um intenso nevoeiro, que turvou a visão do piloto e impediu que ele fizesse um pouso de emergência. Uma testemunha afirmou ter visto o avião colidindo com a chaminé de uma fábrica, até rolar em direção ao solo e explodir. Quando a perícia chegou ao local do acidente, encontrou os corpos carbonizados de Donatus, das duas crianças e de Cecília, agarrada a um bebê recém-nascido, que ela havia dado à luz enquanto o avião declinava. A perda da irmã em circunstâncias tão drásticas foi um profundo choque para o príncipe Philip, que viajou do Reino Unido até a região de Darmstadt para o funeral. O velório contou com forte presença de partidários do nazismo, algo que anos mais tarde seria um problema para a construção da imagem do consorte da rainha Elizabeth II.
Referências Bibliográficas:
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KANN, Bettina; LIMA, Patrícia Souza. D. Leopoldina: cartas de uma imperatriz. – São Paulo: Estação Liberdade, 2006.
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KING, Greg. La última emperatriz de Rusia: vida y época de Alejandra Feodorovna. Tradução de Aníbal Leal. Buenos Aires, Argentina: Javier Vergara Editor, 1996.
MARATÓ, Cristina. Reinas Malditas: emperatriz Sissi, María Antonieta, Eugenia de Montijo, Alejandra Romanov y otras reinas marcadas por la tragedia. España: Debolsillo, 2014.
OBERACKER Jr., Carlos H. A imperatriz Leopoldina, sua vida e época: ensaio de uma biografia. – Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1973.
TORRES, Lygia Lemos. A imperatriz dona Amélia. São Paulo: typ. Elvino Pocai, 1947.
VICKERS, Hugo. Alice: Princess Andrew of Greece. New York: St. Martin’s Press, 2013.
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