Tributo à rainha Elizabeth II: nova estátua da falecida monarca é inaugurada em York Minster!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Em 08 de novembro de 2022, a rainha Elizabeth II completou dois meses desde que partiu para a imortalidade. Nos dias seguintes, muitas pessoas devem ter observado pela primeira vez as exéquias de um funeral de Estado na Grã-Bretanha. Afinal, a última figura importante a receber tal honraria no cenário daquela nação havia sido Winston Churchill, que fora Primeiro-Ministro em duas ocasiões, sendo a primeira delas em um dos momentos mais críticos da história do Reino Unido, marcado pela Segunda Guerra Mundial. Durante seu segundo mantado, uma jovem princesa de 25 anos, inexperiente e necessitando de liderança, havia ascendido ao trono. Em 24 de janeiro de 1965, ela já havia se tornado uma soberana consumada, mais confiante em seu posto e reinando já há 13 anos quando o famoso líder político dera seu último suspiro. Em seguida, inúmeros monumentos públicos foram erguidos em tributo a Winston. O costume nasce da necessidade de se criar lugares em que a memória coletiva acerca de algo ou alguém se cristalize. Com a rainha Elizabeth II não seria diferente. Vários monumentos foram erguidos em sua homenagem durante seus 70 anos de reinado. Agora, uma nova estátua, a primeira desde a sua partida repentina, fora inaugurada em York Minster pelo rei Charles III.

Momento em que a nova estátua da rainha Elizabeth II é revelada em York Minster!

Elizabeth II marcou uma era na história britânica e mundial. Nenhuma outra Chefe de Estado havia viajado mais do que ela em missões diplomáticas ou se encontrado com líderes de outras nações. Por 70 anos, ela fora a face do Reino Unido e dos muitos outros países das quais ela era monarca. Sua efígie estava estampada em selos, cartões postais, moedas, cédulas, souvenires, entre outros itens. Embora a Segunda Era Elisabetana, tão aclamada por Churchill em 1952, tenha culminado com o recrudescimento da influência da Grã-Bretanha no restante do globo, é inegável o papel que Elizabeth II exerceu nas relações internacionais. Muitos acordos entre países foram firmados pelo simples aperto de sua mão e sua presença era como uma espécie de ímã: ela atraia os olhares de qualquer pessoa, por onde quer que passasse. É certo que alguns pontos de seu reinado merecem ser problematizados, como o processo de descolonização das antigas possessões britânicas na África e na Ásia durante a segunda metade do século XX, marcadas por tensões e conflitos com o governo da Inglaterra e as colônias que haviam adquirido sua emancipação. Não obstante, muitos dos tesouros daqueles países ainda se encontram entre as posses da Coroa, gerando assim polêmicas em torno da repatriação acerca destas joias.

A peça fora idealizada pelo artista Richard Bossons, a pedido do rei Charles III.

Com efeito, o legado do imperialismo britânico foi nefasto não apenas para países africanos e asiáticos, como também em outras partes do mundo. Em 2021, por exemplo, estátuas da rainha Elizabeth II e de sua trisavó, a rainha Vitória, foram derrubadas de seus pedestais no Canadá. Nos anos 1960 e 1970, principalmente, a ideia de manter uma família real começou a ser cada vez mais obsoleta e criticada por australianos e neozelandeses. Isso tudo piorou em 1990, quando os escândalos da vida privada dos Windsor começaram a preencher páginas e mais páginas de jornais. Durante esse período, a resiliência da monarca fora testada de todas as formas. Fosse dentro dos portões dourados do Palácio de Buckingham ou fora deles, as tensões começaram a se agravar. Mas, em vez de se deixar abalar pela situação, Elizabeth II permaneceu calma e firme como uma rocha, não apenas por si, como também por sua família e por seus súditos. Talvez por isso sua figura tenha ganhado um enorme respeito nacional e internacional. No seu reinado de Platina, ela aprendeu perfeitamente a conviver com as divergências ideológicas, se adaptando às necessidades dos tempos modernos e servido de guia para políticos mais jovens que ascendiam ao cargo de Premiê.

Detalhes do rosto da nova estátua da rainha!

Para além disso, sua presença, seja em inaugurações, encontros com líderes mundiais, ou nas suas famosas aparições natalinas, tinham o poder de reforçar o sentimento de irmandade entre os britânicos. Basta observamos os anos de 2020 e 2021, quando a rainha prestava publicamente sua solidariedade e apoio às equipes que trabalhavam na linha de frete no combate ao novo coronavírus, assim como seus préstimos às famílias que haviam perdido seus entes queridos para a enfermidade. Como Chefe de Estado, ela deu o exemplo ao tomar a vacina contra o vírus, encorajando assim as pessoas a seguirem seu exemplo, da mesma forma como Catarina II da Rússia havia feito no século XVIII, quando a varíola matava milhares de pessoas na Europa. Por sua vez, Elizabeth II jamais foi vista disseminando discursos de ódio ou incentivando ações violentas. Pelo contrário! Ela sempre aceitou com resiliência tudo o que apareceu em seu caminho, aprendendo com as lições que a vida lhe deu e tentando passar para a humanidade um pouco do conhecimento que ela havia adquirido em seus 96 anos de vida. O comportamento da monarca estava longe de servir com um catalizador que segregava os indivíduos. Em vez disso, ela era uma personalidade que conseguida estabelecer unidade mesmo dentro das diferenças.

Sendo assim, a inauguração de sua estátua é um tributo mais do que merecido em memória de alguém que dedicou 70 anos de sua vida ao serviço público, sem nunca reclamar do fardo de carregar a Coroa. Elizabeth II cumpriu com zelo suas obrigações como soberana constitucional até o fim. Foi então com emoção que o rei Charles III e Camilla, a rainha consorte, inauguram a primeira estátua erguida em memória da falecida monarca, esculpida depois de sua morte, ocorrida há dois meses. O monumento foi revelado em York Minster, no dia 09 de novembro de 2022. Em declaração oficial, a conta oficial da @theroyalfamily no Instagram disse: “A criação dessa estátua é também um tributo ao apoio, afeição e orações que a comunidade dessa Catedral, e dessa grande cidade, sempre prestaram à falecida rainha, e em tudo pelo qual ela prezou na vida da nação e da Commonwealth”. O responsável pelo design da estátua foi o artista Richard Bossons, que representou Elizabeth II com os trajes e a insígnia da Ordem da Jarreteira e com o diadema de diamantes na cabeça. Espera-se que, nos próximos anos, outros monumentos, biografias e documentários sejam lançados em tributo à rainha, avaliando o impacto que a Segunda Era Elisabetana deixou para o mundo!

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