Grace de Mônaco: fotografias icônicas que contam a história da atriz que se tornou princesa!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Nascida em 12 de novembro de 1929, Grace Kelly, futura princesa de Mônaco, havia crescido dentro de uma próspera família de ascendência irlandesa residente na Filadélfia, que havia enriquecido no ramo da construção civil. Ofuscada pela atenção que seus pais despejavam aos seus outros irmãos, ela decidiu dar um rumo diferente à sua vida quando se mudou para Nova York e tomou a inusitada decisão de sobreviver a partir do dinheiro do seu próprio trabalho e não da fortuna de seu pai, John B. Kelly. Começando sua carreira como modelo, ela participou de comerciais de cigarros, sabonetes e creme dental, enquanto estudava para ser atriz na Academia de Artes Dramáticas. O teatro era sua verdadeira paixão, mas foi nas telas de cinema onde ela ganhou mais notoriedade. Musa de Alfred Hitchcock, Grace ganhou muitos prêmios na primeira metade da década de 1950, inclusive o Oscar de Melhor Atriz em 1955, por “Amar é Sofrer”. A filha rejeitada de uma família tradicional da Filadélfia havia provado para seus pais que ela era mais talentosa do que seu irmão ou suas irmãs e com menos idade conquistou muito mais destaque do que qualquer outro membro dos Kelly. Nada disso se compararia, porém, com o grande papel que a jovem viria a desempenhar a partir de 1956, quando aceitou o pedido de casamento do príncipe Rainier III de Mônaco.

Pouco tempo depois, a bela atriz se tornaria a princesa mais famosa em 700 anos de história daquele pequeno Estado independente, localizado na zona costeira do Mediterrâneo. Assim, Grace ficou conhecida não apenas como uma das maiores divas da Idade de Ouro de Hollywood, onde interpretou personagens memoráveis, mas principalmente por encarnar aos olhos do público o ideal da princesa encantada. Nela, o conto de fadas parecia se transformar em realidade. A jovem plebeia finalmente se casou com um príncipe e fora viver num Palácio dos sonhos. Porém, a fábula era muito mais encantadora aos olhos das pessoas do que a realidade. Embora tenha desempenho seu papel como consorte de Rainier III de Mônaco com alto grau de seriedade, Grace nunca mais retornou aos palcos do teatro ou às telas do Cinema, sua primeira grande paixão (algo que lhe causaria um sentimento de profunda nostalgia nos anos vindouros). Porém, em vez de se permitir viver encarcerada numa gaiola dourada, ela se dedicou com fervor às suas atividades filantrópicas, às artes e, graças ao seu trabalho árduo, o principado renasceu das cinzas e garantiu sua sobrevivência, afastando a possibilidade de ser incorporado pela França, caso o príncipe não gerasse um sucessor. Nessa matéria, selecionamos algumas das fotos mais icônicas da vida e da carreira de Grace Kelly, que contam um pouco de sua história!

Grace Kelly, por Herbert Dorfman / Getty Images.

Fotografia não datada de Grace Kelly, por Herbert Dorfman / Getty Images.

Grace Kelly descansando no set de um de seus primeiros filmes, “Mogambo”, em 1953. Foto de Gene Lester / Getty Images.

Grace Kelly e Jimmy Stewart com o diretor Alfred Hitchcock, no set “Janela Indiscreta”, em novembro de 1953. Arquivos de Michael Ochs / Getty Images.

Foto promocional de Grace Kelly para o filme “Janela Indiscreta”, em 1954. Sunset Boulevard / Getty Images.

Grace Kelly e o estilista Oleg Cassini, na estreia de”Janela Indiscreta, em 1954. Arquivos de Michael Ochs / Getty Images.

Retrato de Grace Kelly em Los Angeles, 1954. Sharland / Getty Images.

 

Grace Kelly vestindo um top preto sem mangas, em 1954. Gene Lester / Getty Images.

Grace Kelly posando com um grande chapéu de sol, 1955. Bettmann.

Kelly por volta de 1955. Archive Photos / Getty Images.

Grace Kelly sentada na amurada de um barco no rio Magdalena, durante as filmagens do filme da MGM, “Tentação Verde” em 1954. Michael Ochs Archives / Getty Images.

“Eu sou a favor de pérolas na tela e na minha vida privada”, disse Kelly uma vez sobre seu tipo favorito de brinco, visto aqui em 1955. Archive Photos / Getty Images.

Grace Kelly em um top de renda, por volta de 1955. Coleção Silver Screen / Getty Images.

Grace Kelly posa em 30 de março de 1955, momentos depois de ganhar o Oscar de Melhor Atriz por seu papel no filme do diretor George Seaton, “Amar é Sofrer”. Arquivo Hulton / Getty Images.

Grace Kelly em um retrato dos anos 1950, no auge de sua carreira no cinema. Bettmann.

Um retrato de estúdio de Grace Kelly, em 1955. Gene Lester / Getty Images.

Grace Kelly acena de um barco durante o Festival Internacional de Cinema de Cannes em 1955. Nessa viagem, ela conheceu seu futuro marido, o príncipe Rainier de Mônaco. Keystone-France / Getty Images.

Príncipe Rainier de Mônaco e Grace posam para fotógrafos na casa dos Kelly, na Filadélfia, depois de anunciar seu noivado em 1956. Arquivo de notícias diárias de Nova York / Getty Images.

Grace Kelly durante seu casamento com o príncipe Rainier, em abril de 1956. A partir de então, ela se tornou a princesa Grace de Mônaco. Bettmann.

A princesa Grace de Mônaco fotografa em dois momentos com a rainha Elizabeth II.

Muito já se especulou sobre a razão da rainha Elizabeth II do Reino Unido e da princesa Grace de Mônaco não terem sido vistas constantemente juntas, a despeito das várias visitas que a esposa do príncipe Rainier III fez à Inglaterra durante sua vida, para participar de eventos beneficentes e recitais de poesia. Ambas eram da mesma geração, nascidas na década de 1920, com apenas três anos de diferença. Infelizmente, havia um certo preconceito por parte da antiga aristocracia direcionado a atores e atrizes de Hollywood. A princesa Margaret, irmã da soberana inglesa, por exemplo, chegou a esnobar muito desses “novos ricos”, que eram mais adorados pelo público do que a própria realeza. Contudo, os contemporâneos de Grace Kelly eram unânimes em afirmar que ela tinha uma dignidade natural, que a destacava como uma verdadeira dama (muitas vezes, seu porte altivo e elegante era até mesmo confundido com frieza). Isso com certeza chamou a atenção da rainha Elizabeth durante as passagens da princesa de Mônaco pela Inglaterra. Existem pelo menos dois registros fotográficos que ajudam a desmentir o suposto desprezo da rainha por ela. No primeiro deles, feito em 1966, Grace e Rainier III se sentam na mesma arquibancada que a rainha-mãe, a princesa Margaret e Elizabeth II, durante a abertura do Royal Ascot. Os dois grupos foram separados apenas pela presença de um cameranan.

Já em outra imagem, a soberana foi fotografada entre a rainha Silvia da Suécia e a princesa de Mônaco, durante o café da manhã oferecido no Palácio de Buckingham logo após o casamento de Diana e Charles, em 29 de julho de 1981. Grace, que já havia conhecido o príncipe de Gales e sua noiva em um evento no Goldsmith’s Hall mais cedo naquele ano, foi convidada para o casamento real e tomou parte tanto nas celebrações que antecederam, quanto nas que se sucederam à cerimônia. Aos poucos, Grace conseguiu cativar tanto os reis coroados da Europa e sua consortes, como a rainha Sofia da Espanha, assim como os expoentes da realeza destronada, como Isabel de Orléans e Bragança, condessa de Paris. Quando a princesa de Mônaco faleceu em decorrência de um trágico acidente de automóvel em 14 de setembro de 1982, muitos compareceram ao seu funeral. A princesa de Gales foi pessoalmente se despedir da grande estrela, representando a rainha Elizabeth naquela triste cerimônia, seguida de uma procissão pelas ruas de Monte Carlo. A morte da princesa Grace foi um grande choque para a família real monegasca, para seus súditos, assim como para os admiradores da diva hollywoodiana que se tornou princesa. Até hoje, o nome de Grace Kelly está associado ao período de auge da Indústria Cinematográfica. Seu brilho conseguiu reascender um Estado em decadência e sua luz continua a irradiar por onde quer que sua história seja contada.

A princesa Grace de Mônaco segura seu primeiro filho, o príncipe Albert, em 1958. Keystone-France / Getty Images.

Princesa Grace de Mônaco em Nova York, 1959. Lee Lockwood / Getty Images.

Grace Kelly em um retrato colorido sem data. Bettmann.

Princesa Grace na inauguração do Karting Club em 19 de novembro de 1962 em Mônaco. Keystone-France / Getty Images.

Princesa Grace em um baile em Monte Carlo, 1966. Daniele Darolle / Getty Images.

A princesa Grace de Mônaco tira uma fotografia em uma competição de natação em Palm Beach, Monte Carlo, em 1972. Arquivo Hulton / Getty Images.

Princesa Grace e Alfred Hitchcock em um evento de gala do Lincoln Center em 1974. Ron Galella / Getty Images.

Grace Kelly no Regency Hotel de Nova York, em 1970. Art Zelin / Getty Images.

A princesa Grace participa da corrida de barcos Oxford Cambridge, em Paris, 1975. William KAREL / Getty Images.

O príncipe Rainier de Mônaco e a princesa Grace chegam à ópera em Monte Carlo, em 19 de novembro de 1981. Michel Dufour.

Em setembro de 2022, completa-se 40 anos do falecimento da princesa Grace. Antes de sua chegada àquele pequeno principado, Mônaco era mais conhecido como um paraíso fiscal, com seu cassino em Monte Carlo arrecadando a maior parte da renda do Estado. Tampouco os Grimaldi eram devidamente respeitados pelas demais famílias reais europeias, apesar de serem uma das dinastias mais antigas do continente a se manter no poder. A chegada de Grace Kelly em 1956, porém, mudou todo esse panorama. A princípio, ela enfrentou sérias dificuldades para se adaptar ao protocolo da corte, uma vez que não estava acostumada com todo aquele cerimonial. Mas, da mesma forma como fizera em Hollywood, ela vestiu o papel da princesa consorte com afinco, abraçando muitas causas sociais, como na Cruz Vermelha, e revitalizando a economia local ao valorizar o turismo e organizar eventos beneficentes para ajudar os súditos de seu marido. Em poucos anos, Mônaco se desligou da imagem degradante do “maior cassino da Europa”, para se tornar um dos locais mais frequentados por turistas de todas as partes do mundo. Grace havia trazido na sua bagagem aquela qualidade de estrela que poucas como ela possuíam e foi esse dom que permitiu ao principado se reconstruir como o verdadeiro lar de uma família real. Embora o mundo de hoje geralmente não se recorde dos nomes das princesas de Mônaco que antecederam a esposa de Rainier III no posto de consorte real (tampouco das que vieram depois dela), ninguém jamais vai se esquecerá do brilho de Grace Kelly!

Seleção de fotos: Vogue – Acesso em 25 de Agosto de 2022

Referências Bibliográficas:

ROBINSON, Jeffrey. Grace: a princesa de Mônaco. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier. São Paulo: LeYa, 2014.

SPOTO, Donald. Grace Kelly: a vida da princesa de Hollywood. Tradução de Frederico Rimoli e Marilú Reis. São Paulo: Prata Editora, 2013.

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