Filhos da rainha Elizabeth II e do príncipe Philip se despedem do pai com belíssimas mensagens!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

“Ele tem sido, simplesmente, minha força e segurança por todos esses anos, e eu, assim como toda a sua família, este e muitos outros países, temos para com ele um enorme débito que ele jamais poderá reivindicar, ou que nós saibamos”. Essas palavras foram ditas pela própria rainha Elizabeth II em 1997, por ocasião do aniversário de 50 anos de seu casamento com o príncipe Philip, duque de Edimburgo. Durante a cerimônia de coroação da soberana, em 1953, ele jurou ser o “vassalo na vida e no limbo” de Sua Majestade. Em 20 de novembro de 2020, o casal completou 73 anos de uma união que não só fortaleceu a Casa Real como também definiu um padrão para os matrimônios dentro da realeza. Na última sexta-feira, dia 9 de abril de 2021, o Palácio de Buckingham anunciou o falecimento do príncipe, que morreu “pacificamente” durante a madrugada, meses antes de completar seu centésimo aniversário. Embora a rainha ainda não tenha se pronunciado oficialmente sobre a perda de seu marido, em respeito aos dias de luto fechado pelos quais ela está passando, seus filhos prestaram singelas homenagens à memória do pai através de suas mídias.

A rainha Elizabeth II e o príncipe Philip, em 2016 ©Annie Leibovitz

No dia seguinte ao anúncio da morte do príncipe Philip, seu filho mais velho, Charles (nascido um ano após o casamento de seus pais e herdeiro do trono), fez um pronunciamento a partir de sua casa campestre de Highgrove, em Tetbury. Em um vídeo divulgado pelos perfis oficiais da família real no instagram, o príncipe de Gales disse o seguinte:

Eu particularmente gostaria de dizer que, nos últimos 70 anos, suponho que meu pai tenha prestado o mais notável e dedicado serviço à Rainha, à minha família e ao país, mas também a toda a Comunidade.
Como vocês podem imaginar, minha família e eu sentimos muita falta do meu pai. Ele era uma figura muito amada e apreciada e, além de tudo, acredito que ele teria ficado profundamente comovido com o número de outras pessoas aqui e em outros lugares do mundo e da Comunidade, que suponho que compartilham da nossa perda e tristeza.
Meu querido papai era uma pessoa muito especial que, creio, teria ficado acima de tudo maravilhado com a reação e as coisas comoventes que foram ditas sobre ele e, desse ponto de vista, estamos, minha família, profundamente gratos por tudo isso. É o que nos sustentará nesta perda pessoal e neste momento particularmente triste. Obrigado.

Atualmente, a rainha Elizabeth II (que completa 95 anos no dia 21 de abril), detém o posto de monarca que por mais tempo ocupou o trono britânico. Da mesma forma, o príncipe Philip marcou história como o consorte real mais longevo. Embora em vida ele não tenha usufruído de poderes constitucionais, sua influência foi notória no reinando da esposa. Em seus discursos, Elizabeth quase sempre principiava com a frase “meu marido e eu”, passando aos ouvintes um pensamento de unidade entre ela e Philip. Contudo, nunca foi lhe dado formalmente o título de rei ou príncipe consorte. Na história da monarquia inglesa, apenas dois consortes reais obtiveram tal privilégio: Felipe II da Espanha, que foi casado entre 1554 e 1558 com Mary I Tudor (primeira rainha reinante da Inglaterra) e William III, que governou ao lado da rainha Mary II. Mas, desde a formação do Reino Unido da Grã-Bretanha, em 1707, que os maridos das soberanas não adquirem mais esse título. Em 1857, a rainha Vitória concedeu ao seu marido, Albert de Saxe-Coburgo, a posição de príncipe consorte por meio de uma carta régia, oficializando assim o seu lugar na corte. Apesar de Elizabeth II não ter feito o mesmo com Philip, ela lhe concedeu a patente de príncipe do Reino Unido.

A rainha Elizabeth, o príncipe Philip e os seus filhos.

Entre os anos de 1948 e 1963, o casal teve quatro filhos. Primeiro vieram Charles e Anne, em 1948 e 1950, respectivamente, e em seguida os príncipes Andrew, em 1960, e Edward, em 1964. No intervalo de dez anos entre o nascimento de Anne e de Andrew, Elizabeth se tornou rainha e precisou logo cedo aprender a lidar com seus deveres como monarca constitucional. Enquanto ela reinava, Philip ficava responsável por supervisionar a educação das crianças. Diz-se que, dos seus filhos com a rainha, Anne sempre foi a que recebeu mais carinho do pai. Na sua mensagem de despedida para Philip, ela disse:

Você sabe que isso vai acontecer, mas nunca está realmente preparada. Meu pai tem sido meu professor, meu amparo e meu crítico, mas principalmente é o seu exemplo de uma vida bem vivida e de serviço prestado gratuitamente, que eu mais gostaria de seguir. Sua capacidade de tratar cada pessoa como um indivíduo em seu próprio direito, com suas próprias habilidades, vem de todas as organizações com as quais ele esteve envolvido.

Considero uma honra e um privilégio ter sido convidada a seguir seus passos e foi um prazer tê-lo mantido a par de suas atividades. Eu sei o quanto ele significava para as pessoas, no Reino Unido, em toda a Comunidade e no resto do mundo.

Gostaria de enfatizar o quanto a família aprecia as mensagens e memórias de tantas pessoas cujas vidas ele também tocou. Sentiremos falta dele, mas ele deixa um legado que pode inspirar a todos nós.

Neste momento, os pensamentos da maioria dos súditos ingleses se voltam para a rainha Elizabeth II e como ela estaria reagindo à perda do companheiro de 73 anos. Ela e Philip se conheceram quando Elizabeth ainda era uma princesa de 13 anos. O príncipe Andrew, duque de York, disse que sua mãe tem sido “incrivelmente estoica”.

A família real em 1965, durante o aniversário de 39 anos de Elizabeth.

Segundo o príncipe Andrew, a rainha lhe disse que a morte de Philip “deixou um grande vazio em sua vida. Mas nós, a família – os que estão mais próximos – estamos nos unindo para ter certeza de que estamos lá”. O duque, que deixou seus deveres para com a família real em 2019, descreveu Philip como um “homem notável”, ao término de um culto particular em Windsor, onde seu pai morreu na sexta-feira aos 99 anos. “É uma grande perda”, disse ele. “Acho que, da forma como eu diria, perdemos quase o avô da nação”. Em seu depoimento sobre o falecimento do pai, ele relembrou o período difícil pelo qual a humanidade está passando, com tantas pessoas perdendo seus entes queridos para a pandemia de coronavírus:

Ele era tão calmo. Se você estivesse com um problema, ele pensava a respeito. Ele sempre foi alguém com quem você podia contar e ele sempre ouvia, então é uma grande perda. Perdemos quase o avô da nação. E sinto muito por minha mãe, que provavelmente está sentindo isso mais do que qualquer outra pessoa e a apoio. […] Meu pai me disse ao telefone, há alguns meses, que todos estamos no mesmo barco e todos devemos nos lembrar disso. Mas ocasionalmente nós, a família, somos convidados a se levantar e mostrar compaixão e liderança. […] E, infelizmente, com a morte do meu pai, isso trouxe para mim não apenas a nossa perda, mas na verdade a perda que todo mundo sentiu por tantas pessoas que perderam entes queridos durante a pandemia.

Já o príncipe Edward, conde de Wessex e herdeiro do título de duque de Edimburgo com a morte de Philip, disse o seguinte: “ele pode ter sido nosso pai, avô, sogro, mas significava muito para tantas outras pessoas”, acrescentando que a morte do príncipe Philip é uma “perda muito pessoal” para a família e toda a equipe real. “Ele significa muito para tantas pessoas aqui, e é o mesmo para aqueles que viveram e trabalharam em Balmoral e Sandringham. Para todos aqueles do  passado e do presente”, disse o príncipe Edward. O conde de Wessex também compareceu ao serviço religioso em Windsor neste domingo, com sua esposa, Sophie, condessa de Wessex, e sua filha, Lady Louise, de 17 anos. A condessa falou que a equipe real provavelmente tem boas lembranças de seus encontros com o príncipe Philip. “Todos eles têm histórias para contar, e a maioria delas é muito engraçada”. Sophie ainda revelou que a morte do príncipe foi pacífica. “Foi como se alguém o pegasse pela mão e ele fosse embora”. Sobre a dor da perda, ela comentou: “Acho que é muito mais fácil para a pessoa que vai do que para aqueles que ficam para trás”. 

Bibliografia Consultada:

MARR, Andrew. A real Elizabeth: uma visão inteligente e intimista de uma monarca em pleno século 21. Tradução de Elisa Duarte Teixeira. São Paulo: Editora Europa, 2012.

MEYER-STABLEY, Bertrand. Isabel II: a família real no palácio de Buckingham. Tradução de Pedro Bernardo e Ruy Oliveira. Lisboa, Portugal: Edições 70, 2002.

Sites:

Insider – Acesso em 12 de abril de 2021.

The Irish Times – Acesso em 12 de abril de 2021.

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