A rainha Vitória e Abdul Karim: a amizade que desafiou o preconceito da família real!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Em 21 de julho de 1887, a rainha Vitória contava 68 anos de idade e já estava no trono há cinco décadas. Seu jubileu de ouro foi comemorado durante dias, com desfiles e festas, que reuniram cidadãos, políticos, nobres e até chefes de Estado. A carruagem da monarca percorreu as ruas de Londres, apinhadas de gente curiosa, querendo um vislumbre da soberana que fazia raras aparições públicas. Um grupo de trabalhadores saiu correndo em disparada atrás do veículo, gritando o mais alto que podia: “Isso aí, velinha! Muito bem! Muito bem”. Para todos os que lhe acenavam, ela respondia com um leve sorrio, que poucas fotografias foram capaz de captar. Observando esse cenário do alto uma janela, se encontrava um indiano alto e magro, de olhos intensos. Seu nome era Abdul Karim, jovem de 24 anos que, juntamente com Mohammed Buksh, havia sido designado pela soberana para servi-la durante os jantares oferecidos por ocasião do jubileu. Rapidamente, Vitória se encantou com a presença do rapaz, que lhe falava sobre a cultura e a história do país em que ela fora proclamada imperatriz, dez anos antes. A amizade que floresceu entre ambos, contudo, agradou nenhum pouco aos membros da família real.

Serviço religioso oficiado pelo Jubileu de Ouro da rainha Vitória, em 1887. por William Ewart Lockhart.

No ano do jubileu, a soberana havia exigido maior representatividade étnica entre os membros de sua criadagem. Abdul e Mohammed deveriam atende-la pessoalmente numa ceia oferecida no dia 23. Desde que fora apontado para o serviço de mesa da soberana, Karim, então um escriturário na prisão de Angra, passou meses estudando a etiqueta da corte para causar boa impressão. Quando ele e seu companheiro se viram na presença da rainha, beijaram-lhe as mãos e os pés. Mais tarde, Vitória escreveu que achou Karim “muito alto e leve”, diferentemente de Buksh. Foi-lhe dito também (enganosamente) que o pai dele era um “médico nativo em Angra”. Em 20 de agosto, ela redigiu um memorando que estipulava as regras de etiqueta e serviço para os seus novos criados indianos:

De manhã, para o breakfast no exterior, a sua nova túnica azul marinho e igualmente para o almoço, com um pageri (turbante) e uma faixa na cintura à sua escolha, mas não em ouro. A túnica vermelha e ouro com o turbante e a faixa na cintura brancos estão reservados para o jantar. Se chover ou estiver frio, o breakfast será servido no interior. Posso também tomar chá no interior e eles deverão servir-me. Antes de os dias se tornarem mais curtos tomo frequentemente o chá na carruagem e deverão então, em compensação, assegurar um serviço suplementar. O ideal seria que ficassem uma meia hora no cimo da escada antes de eu sair, para responderem ao meu toque de campainha. Deverão trazer-me as cartas e as caixas de despachos e servir o chá, em vez das criadas de quarto. Quando o breakfast for tomado no interior, podem envergar algumas das suas próprias roupas quentes. Não deverá fazê-lo de imediato, mas gradualmente adotarão uma túnica quente em tweed e calças, que serão confeccionadas em Balmoral, para lhes permitir sair quando não estiverem de serviço. Mas a moda indiana deve ser respeitada. Usarão sempre os seus turbantes [grifo meu]. As meias, cumpridas e curtas, e as luvas de lã, bem como os sapatos de marcha serão fornecidos em Balmoral (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 405).

O memorando redigido pela rainha Vitória para o serviço dos seus criados indianos pode parecer longo e detalhista. Por outro lado, a insistência da monarca em tê-los sempre ao seu lado, usando elementos característicos da moda de seu país natal, que “deve ser respeitado”, denota a consciência que ela tinha dos preconceitos raciais existentes entre os membros da casa real. “Não compreendo por que razão se dá tanta importância aos indianos” (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 404), resmungou Lorde Ponsonby, ecoando o pensamento de outros gentis-homens, como Francis Clark. Tanto em Osborne, quanto em Windsor, a rainha mandou preparar para Abdul e Mohammed quartos ligados aos seus salões. Na Escócia, cedeu a Karim os aposentos que outrora tinham sido ocupados pelo finado John Brown, antigo favorito da soberana.

Cópia de um retrato da rainha Vitória, encomendado por ocasião do seu Jubileu de Ouro, em 1887. Por artista desconhecido.

A partir desse momento, a carreira de Abdul na corte foi meteórica. Vitória o queria perto de si o tempo todo, por considera-lo discreto, devotado e com boa disposição. Nas suas conversas com a rainha, Karim lhe contava das belezas de sua terra natal e que, a princípio, não tinha vindo para a Inglaterra com a intenção de ser um serviçal, uma vez que na Índia exercia a função de escritor (em vez de escriturário de prisão). Persuadida por essas palavras, Vitória escreveu no seu diário que “foi um erro trazê-lo como criado para servir à mesa, coisa que ele nunca havia feito, tendo sido escriturário ou munshi em seu país e pertencendo a uma classe bastante diferente da dos outros” (apud BAIRD, 2018, p. 386). No mês de agosto, a monarca começou a receber dele aulas de hindustani, “para falar com meus servos. É de grande interesse para mim, tanto pela língua, quanto pelo povo, com quem naturalmente eu nunca havia entrado em contato antes” (apud LONGFORD, 1964, p. 502). De sua parte, a rainha Vitória achava aquelas lições bastante divertidas e em dezembro arriscou algumas palavras de hindustani com um grupo da realeza indiana que a visitou.

Com efeito, a monarca considerava Abdul “muito habilidoso e útil de várias maneiras” e no ano seguinte o nomeou munshi, ou escriturário oficial, fazendo-o saltar vários degraus na escala hierárquica da corte. O palácio ficou enfurecido com tantas demonstrações de atenção dispensadas a um indiano, que consideravam como um farsante e perdulário, granjeando favores para si e para a sua família. Graças à sua influência junto à rainha, Karim recebeu uma grande área de terra em Agra (Índia), chalés em Osborne e Balmoral e também um bangalô mobiliado em Windsor. Em seguida, ele foi condecorado com a Ordem do Império Indiano, reservada apenas a membros cujos feitos e realizações tiveram um impacto nacional. De acordo com Julia Baird, biógrafa de Vitória:

A rainha colocara de forma rápida e unilateral uma equipe de muçulmanos desconhecida nos altos escalões superiores da monarquia. O caso de Abdul Karim mostra a lealdade, o horror ao racismo e a bondade de Vitória, e também sua suscetibilidade ao encanto e sua profunda carência de intimidade. Sendo o segundo companheiro intimo da rainha, oriundo de uma classe inferior, a ter uma ascensão fulminante, Karim logo passou a ser visto como sucessor de John Brown. Mas Vitória tinha 44 anos a mais que Karim e era muito mais maternal com o rapaz. Também acreditava nele e confiava em sua palavra, sendo que devia duvidar dela. Não demorou muito para que, mais uma vez, sua sanidade mental fosse questionada (2018, p. 387).

À medida em que as exigências de Abdul foram ficando mais expansivas (ele certa vez pediu uma grande quantidade de láudano e morfina para enviar ao seu pai), Vitória se esforçava o dobro para satisfazer suas vontades. Logo, os membros da casa real começaram a questionar se sua soberana não estaria desenvolvendo a mesma demência que se apoderou de seu avô, o rei George III. Quando Karim adoeceu com um abcesso no pescoço, por exemplo, a rainha podia ser vista ao lado do leito do enfermo duas vezes por dia, afagando-lhe as mãos e ajeitando os travesseiros embaixo do pescoço.

A pessoa que estava encarregada da equipe doméstica no palácio, sobretudo dos indianos, era o Dr. Reid, que cuidou da saúde de Vitória em seus últimos anos de vida. Vem de sua pena a maior parte das informações relativas ao relacionamento entre a rainha e Abdul Karim. “Comporta-se com relação a eles como se fosse uma mãe que acabasse de adotar crianças afastadas de seus pais” (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 404), escreveu o médico sobre o tratamento concedido pela monarca a Abdul e Mohammed. No verão de 1889, porém, um broche de Vitória havia desaparecido durante um passeio. A joia tinha sido um presente do seu genro, Luís de Hesse e só foi encontrada algumas semanas mais tarde numa joalheria de Windsor. O joalheiro, por sua vez, afirmou que comprou a peça das mãos do cunhado do munshi. Ao saber dessa história, a rainha ficou indignada: “E é a isso que vocês, ingleses, chamam justiça! Este rapaz é um modelo de honestidade e retidão, que nunca roubaria o que quer que fosse, mas é um costume indiano ficar com aquilo que se encontra” (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 414). Sem mais, ela proibiu que voltassem a tocar no assunto em sua presença.

Cópia de um retrato de Abdul Karim, feita em 1889 pela rainha Vitória.

Com efeito, a rainha Vitória levava Abdul consigo para muitas viagens, como a que fez em outubro de 1890 a Glassalt Shiel, para onde nunca mais tinha voltado desde a morte de John Brown. As histórias que Karim lhe contava de sua terra natal exaltava de tal forma a imaginação da monarca, que ela começou a sonhar com cidades como Calcutá e Deli. A rainha passou a colecionar móveis, objetos e tecidos indianos, como os coloridos sáris. Pela primeira vez em décadas, resolveu fazer modificações no palácio de Osborne, construído em estilo italiano pelo príncipe Albert entre 1845-1851. Vitória quis incluir um novo salão de recepções, feito de estuque branco e madeira esculpida, que ela chamou de sala Durbar. Decorada por um indiano, aluno do pai de Rudyard Kipling, o recinto tinha iluminação elétrica e ali se ofereciam banquetes aos visitantes, presididos pela rainha coberta de joias, tal qual uma marani (esposa do marajá), cercada por todos os símbolos do império vitoriano. A corte, por outro lado, ficou chocada com o que considerou uma “indianização” dos costumes e da postura de sua soberana. O clímax dessa situação, contudo, ainda estava por vir.

Durante uma viagem organizada para o Sul da França, a rainha deixou claras as suas intenções de levar o munshi consigo. Imediatamente, uma representação da corte foi ao escritório da monarca, dissuadi-la desta intenção. “Ou vai ele, ou vamos nós”, disseram. Movida pela raiva, a rainha varreu de um gesto só todos os objetos que estavam em cima de sua escrivaninha. Porta-retratos, tinteiros e papéis voaram pelo chão, enquanto a audiência assistia àquela cena de forma estupefata. Vitória nunca recebera ordens de qualquer pessoa e não era agora, septuagenária, que estava disposta a ceder sua autoridade. No final, sua vontade prevaleceu e o indiano viajou junto com a comitiva real. A despeito de seu caráter indolente, Vitória não conseguia perceber as tentativas de Abdul para conseguir cada vez mais favores de sua pessoa. Em 1889, ela pintou uma cópia do retrato de Karim, executado por Rudolph Swoboda, no qual ele aparece ricamente vestido com uma túnica e turbante de tecido brando, com detalhes dourados. Esse trabalho talvez seja uma das pinturas mais bem feitas pela rainha, ao longo da vida.

Destarte, Abdul não era estimado na corte e Vitória sabia disso. “Todos o evitavam”, disse o médico da rainha. O Dr. Reid, inclusive, conseguiu o apoio do príncipe de Gales contra o indiano, apelando para “a crise que o tratamento da rainha e suas relações” com o munshi estavam gerando (apud BAIRD, 2018, p. 388). Em 1893, Karim conseguiu autorização para trazer suas esposas e parentes para a corte. O médico da rainha era prolífico em espalhar histórias de que o indiano era um homem promíscuo e de que possuía gonorreia. Vitória deu pouca atenção a todas essas informações. Afinal, Abdul lhe trazia a alegria que ela não sentia há anos. De sua parte, ele lutava cada vez mais por posição social na corte e ficava indignado quando não o reconheciam como parte dela, como ocorreu em Coburgo durante o casamento do grão-duque Ernest Luís com Vitória Melita, em 1894. Para acalma-lo, a rainha lhe concedeu uma carruagem e lacaio, para que ele pudesse passear pelas ruas da cidade como se fosse um lorde. A monarca adorava quando ele e Mohammed se fantasiavam ao lado de seus filhos e netos, para encenações de peças como Carmem e o Conto de Inverno.

Vitória e seus criados indianos, Abdul e Mohammed, em 1887.

Todavia, alguns membros da casa real começaram a fazer uma investigação detalhada sobre a vida do munshi em sua terra natal. Fritz Ponsonby foi procurar pelo pai de Abdul na Índia e se deparou com um velho senhor, responsável pela farmácia da prisão, não um médico. Quando o gentil-homem contou dos favores que Karim gozava junto de Sua Majestade, todos riram. Mais ainda, descobriram que o amigo dele, Raffiudin Ahmed, estava ligado a um movimento anticolonialista na Índia: a Liga Muçulmana dos Patriotas. Assim que essas notícias chegaram a Londres, a corte começou a temer que Abdul pudesse se aproveitar de sua influência junto da rainha para roubar documentos importantes. Quando confrontada com essas informações, Vitória mais uma vez fez ouvidos moucos. Não queria acreditar que seu querido amigo pudesse ser um traidor. As damas de honra então ameaçaram se demitir e uma crise no palácio começou a se instilar. Decidido a resolver o problema, o Dr. Reid partiu para uma conversa franca com a soberana, na qual lhe disse que “as pessoas bem colocadas que conhecem bem Vossa Majestade dizem-me que a única explicação plausível que pode ser dada é que Vossa Majestade não está bem da cabeça” (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 437).

Vitória, por sua vez, reagiu com uma “cólera violenta”, segundo as palavras do médico, e declarou que todos em sua corte se comportavam de forma bastante vergonhosa para consigo. Vendo que não conseguiria dissuadir a rainha, o Dr. Reid apelou então para a consciência do próprio Abdul: “Vós não podeis ser tratado como um gentleman. Não tendes nem a educação, nem as origens. Fazer tratar-se por ‘secretário’ é perfeitamente ridículo. Não conseguis escrever uma só palavra em inglês, nem em hindustani”. As palavras do médico transmitiam todo o preconceito e ressentimento da casa real diante da posição com a qual Vitória havia elevado aquele indiano nascido em Lalitpur. Reid ainda lhe disse que “as vossas mentiras provam que tendes a intenção de defraudar a rainha. A polícia está ao corrente” (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 437). Mesmo diante dessas ameaças, Abdul permaneceu resoluto ao lado da soberana. Consternada, Vitória exigiu a todos os membros de sua comitiva “que não voltem a mencionar essa dolorosa história, nem entre eles, nem no exterior, e que deixem de conspirar com a casa real contra essas pessoas [os indianos]” (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 437).

Disposta a ignorar todas as provas apresentadas contra o munshi, de sua conduta sexual, de sua ligação a grupos rebeldes na Índia, ou das mentiras que ele contou sobre seu passado ou de sua família, Vitória continuou mantendo-o perto de si. Em abril de 1897, Henry Ponsonby, secretário particular da rainha, escreveu:

Estamos tendo muitos problemas ultimamente com o munshi aqui e, por mais que tentamos, não conseguimos que a rainha entenda como é perigoso permitir que esse homem veja todos os documentos confidenciais relacionados à Índia. A rainha insiste em promover o munshi o máximo que consegue, e, se não fossem nossos protestos, não sei onde ela iria parar. Felizmente, acontece que ele é um indivíduo totalmente bronco e inculto, e sua única ideia na vida parece ser não fazer nada e comer o máximo que puder (apud BAIRD, 2018, p. 391-2).

A fala de Ponsonby, por sua vez, é representativa do preconceito que grande parte da população inglesa nutria para com os indianos, vendo-os como pessoas “broncas e incultas”. Vitória, por outro lado, reconhecia bastante as qualidade de Abdul e não tolerava que os membros de sua corte o tratassem como alguém inferior. Ela permitia que o munshi manuseasse sua correspondência pessoal e, em alguns casos, deixava que ele respondesse em seu nome às cartas vindas de muçulmanos na Índia.

Em 16 de outubro de 1897, ano do jubileu de diamante, o Daily Telegraph publicou uma fotografia da rainha, sentada em frente à sua mesa de escrever, com um cachorro aos seus pés. No fundo, o munshi aparecia de pé, com uma expressão presunçosa na face e papel na mão. Na manchete, a seguinte frase: “A vida da rainha nas Hihglands, recebendo uma lição de hindustani do Munshi Hafiz Abdul Karim CIE” (CIE significa Cavaleiro do Império Britânico)” (apud ALEXANDER e DE L’AULNOIT, 2002, p. 438). Possivelmente, esse é um dos únicos registros fotográficos que sobreviveram de Vitória ao lado de Abdul. Quando questionado sobre a publicação da matéria, o jornal respondeu que foi o próprio Karim quem exigiu a divulgação da foto. No verão de 1898, quando as relações de Abdul com Raffiudin Ahmed vieram à tona, um clima tenso se instaurou na corte. A rainha desandou a chorar e pela primeira vez reconheceu ao Dr. Reid que “tinha sido tola em aceder às constantes demandas de promoção [do munshi], mas ainda assim tentando protegê-lo” (apud BAIRD, 2018, p. 393).

Foto de Victoria e Abdul, publicada no “Daily Telegraph”, em 16 de outubro de 1897.

A partir de então, a relação entre Vitória e o seu “pobre munshi” oscilou entre a raiva e o arrependimento. Abdul Karim continuou ao serviço da rainha até a morte desta, em 22 de janeiro de 1901. Depois disso, o príncipe de Gales, agora rei Eduardo VII, expulsou a ele e toda a sua família da corte. Nos anos subsequentes, os filhos sobreviventes de Vitória empregaram todo o esforço possível para destruir qualquer referência a Abdul dos arquivos reais. Passagens dos diários de Vitória, onde ele era mencionado, foram completamente apagadas no processo editorial e as cartas trocadas entre os dois foram queimadas. Sabemos dessa história graças ao testemunho do Dr. Reid e Henry Ponsonby, bem como por algumas notícias publicadas em jornais da época. As biografias escritas sobre a rainha na primeira metade do século XX praticamente ignoravam a existência do munshi e as outras faziam apenas uma breve referência aos 14 anos em que ele permaneceu ao serviço da Coroa. Abdul Karim morreu em abril de 1909, na sua propriedade em Agra. Quase um século depois, seu diário pessoal foi descoberto, fornecendo assim detalhes valiosos sobre a relação de amizade que desafiou o preconceito da família real.

Crédito das colorizações: Marina Amaral

Referências Bibliográficas:

ALEXANDRE, Philippe; DE L’AULNOIT, Béatriz. Victoria: a última rainha (1819 – 1901). Tradução de Fátima Gaspar e Carlos Gaspar. 2ª ed. Lisboa, Portugal: Bertrand, 2002.

BAIRD, Julia. Vitória, a rainha: a biografia íntima da mulher que comandou um império. Tradução de Denise Bottman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2018.

LONGFORD, Elizabeth. Queen Victoria: born to succed. New Yor:  Haper & Row, 1964.

MUHLSTEIN, Anka. Vitória: retrato da rainha como moça triste, esposa satisfeita, soberana triunfante, mãe castradora, viúva lastimosa, velha dama misantropa e avó da Europa. Tradução de Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

STRACHEY, Lytton. Rainha Vitória. Tradução de Luciano Trigo. Rio de Janeiro: Record, 2001.

WARNER, Marina. Queen Victoria’s Sketchbook. London: Macmillan London Limited, 1979.

2 comentários sobre “A rainha Vitória e Abdul Karim: a amizade que desafiou o preconceito da família real!

  1. Imaginava que só houvesse apenas um Rasputim no cotidiano de uma corte. Mas o Rasputim I, o encantador de serpente, estava na figura do tal Karim.
    E o Rasputim russo, pelo andar da carruagem, foi para o andar debaixo sem saber que era um genérico…!!!

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