Por: Renato Drummond Tapioca Neto
Em seu tempo de vida, Mary Stuart, rainha da Escócia, foi descrita como uma das mulheres mais belas da Europa. Descontando-se algum exagero por parte dos cronistas, ao se analisar os retratos da soberana, podemos observar uma mulher de feições agradáveis que, aliado ao seu porte altivo, com certeza chamava a atenção dos contemporâneos. Segundo o embaixador espanhol, bispo De Quadra, em correspondência a Felipe II, ela era uma mulher de excelentes qualidades, com “prudência, castidade e beleza igualadas por poucas no mundo”. De fato, tanto nas esculturas como na arte, Mary aparentar ser detentora de uma série de características que, embora possam não ser consideradas belas ao olhar do século XXI, tampouco lhe são depreciativas. É o que podemos constatar, por exemplo, a partir da reconstrução facial em 3D da soberana, feita por uma equipe de especialistas liderados por Caroline Wilkinson (da Universidade de Dundee), e Janice Aitken (da Jordanstone College of Art).

“Não havia retratos de Mary pintados durante seu período na Escócia”
Ambas as pesquisadoras juntaram seus conhecimentos e, com base nos retratos e relatos acerca da aparência da rainha da Escócia, conseguiram criar um modelo de como seria a soberana por volta de seus 25 anos de idade, ou seja, pouco antes de sua abdicação forçada do trono da Escócia, em 24 de Julho de 1567. O projeto foi encomendado pelo Museu Nacional da Escócia, para a exposição “New Mary Queen of Scots”, que foi aberta ao público em 28 de junho de 2013. A Professora Wilkinson é especialista em reconstrução craniofacial e já foi responsável por projetos similares, como o que envolveu a reconstrução facial do rei Ricardo III da Inglaterra. Segundo ela:
“Não havia retratos de Mary pintados durante seu período na Escócia. Mas havia [retratos] de antes e depois desse período. O que queríamos fazer era mostrar como Mary teria parecido no tempo em que viveu na Escócia. Ela tinha um nariz grande e um queixo forte, então quando você a descreve verbalmente, ela não soa atraente, mas a palidez de sua pele, cabelo vermelho e traços fortes significavam que ela tinha uma aparência muito marcante”
O que é importante ressaltar nesse novo trabalho é que se trata de uma imagem aproximada do que seria Mary Stuart no espaço de tempo mencionado, uma vez que os remanescentes humanos da rainha (que estão sepultados na Abadia de Westminster) não foram utilizados no processo.

Comparação da reconstrução facial com o famoso retrato em miniatura de Mary, pintado por François Clouet.
Em 1566, a monarca já tinha presenciado situações bastante calamitosas, como, por exemplo, o assassinato de seu secretário Italiano, David Rizzio (em 9 de março daquele ano), onde uma arma havia sido apontada para seu ventre, que carregava o futuro Jaime VI da Escócia e I da Inglaterra, nascido em 19 de junho daquele ano. De acordo com a animação, de modo algum podemos classificar Mary como feia, mesmo porque os padrões de beleza são mutáveis e definidos pela cultura. Ela possuía alguns dos traços estéticos que eram valorizados pela renascença europeia, tais como a pele leitosa, os cabelos claros e lábios pequenos. Com efeito, a exposição ainda reúne muitos objetos que pertenceram à rainha, incluindo jóias, pinturas, têxteis e móveis. A exibição procura explorar os controversos casamentos de Mary Stuart, com Henry Stuart, lorde Darnley (1565), e James Hepburn, Conde de Bothwell (1567). A exposição no Museu Nacional da Escócia, em Edimburgo, estará aberta até o dia 17 de novembro de 2013!
Bibliografia:
DUNN, Jane. Elizabeth e Mary: primas, rivais, rainhas. Tradução de Alda Porto. – Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
Sites de Referência: Celebrate Scotland, The Telegraph e BBC UK
Demais!
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Espetacular!
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Como és Bela, Maria. :’)
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Mas a reconstituição se parece um pouco com a Rainha Elizabeth II, que é descendente dos Stuart da Escócia.
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