Por: Renato Drummond Tapioca Neto
Conclusão – A criação do mito da Condessa de Sangue
Elizabeth Bathory passaria para os compêndios da história como uma das mulheres mais temíveis e violentas que já caminharam sobre esta terra. A propaganda negativa iniciada pelo rei Matias II, que inclusive proibiu a menção do nome da condessa por toda Hungria, foi tão poderosa que até hoje ela representa sinônimo de beleza e maldade para os povos da Europa. Mas será que tamanha brutalidade em uma única pessoa realmente é verídica? Ou foi essa mais uma criação do misticismo local? O fato é que a condenação de Elizabeth, e o consequente confisco dos bens de sua família, seriam de extrema utilidade para o estado, que, por sua vez, queria se eximir das dívidas contraídas para com a mesma. Sendo assim, há que se analisar a vida dessa mulher sobre um novo viés. Particularmente, acredito que muitas das acusações levantadas contra ela foram forjadas por testemunhos em boa parte imprecisos, como, por exemplo, o dos guardas que, a mando do rei, investigaram o castelo da condessa, para levantar provas, e disseram terem presenciado uma cena horrível, com corpos de moças assando na lareira e cachorros brigando por um pedaço de carne humana.

Lucrezia Panciatichi, por Agnolo Bronzino. Erroneamente identificada como Elizabeth Bathory.
Todavia, como o contexto histórico comprova, Elizabeth não teve uma infância feliz e é muito provável que isso tenha transformado o seu caráter, dotando-a de uma índole disciplinadora e repressiva. Não duvido também que seja responsável por algumas das mortes de que fora acusada, afinal, não eram incomuns casos em que membros pertencentes a altas escalas sociais castigassem a criadagem desobediente, ocasionando por isso no falecimento destes. Mas não era esse o interesse na época e o julgamento de Bathory fora responsável por todos os apelidos que a posteridade lhe aplicou: “condessa de sangue”, “condessa vampira”, “condessa vermelha”, etc. O destino desta infortunada senhora, após a condenação, fora o mais previsível: em 21 de agosto de 1614, um dos oficiais encarregados de supervisionar a torre em que se encontrava encarcerada, declarou que finalmente morrera. Seu corpo fora sepultado nas terras de Bathory, em Ecsed, já que os habitantes da cidade acharam repugnante a ideia de enterrar alguém tão infame dentro da Igreja local. Séculos mais tarde, Bram Stoker a usaria como referência para criar o Vampiro mais conhecido do mundo: o conde Drácula, visto que desde o século XVIII, histórias sobre esses monstros ganharam dinâmico público. Como não podia deixar de serem, os famosos banhos de sangue da condessa tornaram-se deveras conhecidos, embora seja provável que ela nunca os tenha posto em prática, evidenciando assim, como a história dessa mulher foi (e ainda continua sendo) polemizada ao longo dos anos.
Referências Bibliográficas:
ALVES, Daniel. Serial-Killers: A Condessa Sanguinária. 2011. Disponível em: http://grupogingagoias.com.br/oaprendizverde/?p=2116. Acesso em 05 de Outubro de 2012.
INTERNET. Erzsébet Báthory: a condessa de sangue. 2012. Disponível em: http://blogfamigerados.blogspot.com.br/2012/01/erzsebet-bathory-condessa-de-sangue.html. Acesso em 05 de Outubro de 2012.
INTERNET. A condessa Elizabeth Bathroy. – Disponível em: http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/misterios/bathory.htm. Acesso em 05 de Outubro de 2012.
INTERNET. Elizabeth Bathory – história verídica da sanguinária condessa. 2008. Disponível em: http://www.acemprol.com/viewtopic.php?f=16&t=3106. Acesso em 05 de Outubro de 2012.
PIZARNIK, Alejandra. A condessa sangrenta. Tradução de Maria Paula Gurgel Ribeiro – São Paulo: Tordesilhas, 2011.
PENROSE, Valentine. Erzsébet Báthory a Condessa Sanguinária. Tradução de Helder Moura Pereira. – Lisboa: Assírio & Alvim, 2004
Filmografia:
“The Countess” (2009) – X Film International Home Entertainment
“Stay Alive” (2006) – Hollywood Pictures Home Entertainment
concordo com as observaçoes acima,para mim essa mulher talvez nao tenha cometido todas essas atrocidades,porem e dificil dizer que sim e que nao,ja que
muitos dos fatos historicos que conhecemos nunca sao totalmente cheio de verdades,ainda se tratando em tempos,em que poucas coisas eram registradas,
muito ficou por suposiçoes,porem nao sou eu o dono da verdade.
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complementando o registro acima,deveras fiquei impressionado ao assistir o
filme da referida condessa,o que me provocou curiosidade,e venho pesquisando
mais detalhes sobre ela,todavia ja encontrei grande quantidade de material,
assim como fiz com o caso da santa guerreira francesa Joana Darc,e que consequentemente encontrei vasta gama de informaçoes,detalhes como:
a casa que Joana nasceu,a igreja que ela foi batizada,e ate a pia batismal,
a cidade em que ela foi queimada na fogueira,em ROUEN França,o processo
condenatorio dela,ou seja o mesmo tenho feito com o da condessa,porem
de todas as consultas,gostaria se fosse possivel ,se voces deste site,posssui
uma foto do tumulo da referida condessa,pois ja pesquisei em varios sites
mas ainda nao encontrei,so encontrei uma figura bizarra que um dos seguidores
da condessa pintou em seu tumulo,porem nao tenho o tumulo,agradeço
por este espaço,se nao for possivel esta foto nao tem problema nao,pois
foi de grande valia a materia exposta por voces,cheia de detalhes,um bom dia.
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Fico muito feliz que tenha gostado, Abrao. Sinta-se livre para participar das discussões sempre que quiser. Se tiver também alguma sugestão de postagem futura, agradeceria muito. Abraço!
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al
bom dia renato.
foi bom ter voltado a este,site e ter encontrado uma novidade a respeito
da condessa,e justamente a pintura da figura da mesma,eu achava que a
figura acima era Elizabeth Bathory,como se tem encontrado em varios sites.
porem como voce menciona ali,trata-se de lucrezia panciatichi.,ai eu lhe
pergunto qual a pintura verdadeira da condessa?valeu pela observaçao,se
tiver alguma novidade lhe agradeço .obrigado bom dia.
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Olá, Abraao. Muito obrigado pelo interesse. Existem muito poucos retratos contemporâneos de Elizabeth Bathory. O maios conhecido, porém, é fruto de um trabalho medíocre e quase não podemos identificar a beleza descrita na condessa naquela tela. Você pode vê-la na parte 2 desse post. Abraço!
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