A Depravada Corte do Rei Francisco – Conclusão

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Conclusão: Transição e legado

Francisco I reinou durante 32 anos, falecendo em três de maio de 1547 (quase dois meses depois da morte de seu rival da Inglaterra, Henrique VIII). Foi então sucedido pelo seu filho Henrique, o segundo com esse nome.  Teve ao todo duas rainhas, sendo a primeira delas, Cláudia de Valois (já mencionada anteriormente), falecida em 1524, depois de ter dado uma longa prole de sucessores ao seu marido. A segunda, por sua vez, fora Eleonor da Áustria, irmã do poderoso Carlos V do Sacro Império, e I da Espanha. Também teve várias amantes, algumas delas famosas por seu caso com o soberano, e outras nem tanto. Quando do crepúsculo de seu reinado, Francisco optou por adotar uma postura religiosa que ia de encontro com a liberdade imposta nos primeiros anos de sua gestão, passando a perseguir protestantes de tal forma, que os massacres se estenderiam para além do dia em que deu o último suspiro. (o mais famoso deles ficou conhecido como a noite de São Bartolomeu, no qual estimativas apontam a morte de 20 mil huguenotes em 1572 – 3 mil só em Paris).

Rainha Eleonor da França, segunda consorte de Francisco I.

Rainha Eleonor da França, segunda consorte de Francisco I.

Todavia, não se pode excluir o fato de que Francisco ditou a moda e o comportamento do período em que viveu, deixando formidável exemplo para seus sucessores (uma excelente representação disso seria o próprio Luís XIV – conhecido pela famosa frase “o estado sou eu” – que construiu o magnífico palácio de Versalhes). Porém, como este estudo provou, outra grande contribuição deste príncipe renascentista foram seus costumes nada recatados para o universo cristão da época. Seu interesse pela vida sexual dos cortesãos era tamanho, que nem seu filho Henrique (delfim após a morte do primogênito) escapou aos olhos do pai, que, muito preocupado com a desenvoltura conjulgal do filho, arrumou-lhe uma amante (Diane de Poitiers) para que esta o ensinasse como um homem deveria satisfazer uma mulher. Após a morte do rei, o então Henrique II jamais conseguiu demonstrar o mesmo brio e segurança que seu progenitor exibira. Nem mesmo seus três filhos, que deixaram o mundo sem posteridade, dando fim à poderosa casa dos Valois, conseguiram manter-se no poder com firmeza, deixando a França na miséria e um povo que sentia cada vez mais falta do esplendor que fora o reinado do primeiro Francisco.

 

Referências Bibliográficas:

DUNN, Jane. A Educação dos Príncipes. In: Elizabeth e Mary: primas, rivais, rainhas. Tradução de Alda Porto – Rio de Janeiro: Rocco, 2004. Pags. 103 – 140.

DWYER, Frank. Alianças e Traições. In: Os Grandes Líderes: Henrique VIII. Tradução de Edi G. de Oliveira – São Paulo: Nova Cultural, 1988. Pags. 27 – 39.

ERIKSON, Carolly. La Hermosa Libertad de Francia. In: Ana Bolena: Un Amor Decapitado. Tradução de León Mirlas – Buenos Aires, Argentina: Atlántida, 1986. Pags. 21 – 34.

1.1 Sites:

INTERNET. Os Dois Retratos de Francisco I de França. – Acesso em 28 de março de 2012.

INTERNET. Francis I (1494 – 1547). – Acesso em 28 de março de 2012.

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