Por: Renato Drummond Tapioca Neto
“Homeless”, (Sem-Teto), tela pintada pelo artista inglês Thomas Benjamin Kennington em 1890, atualmente em exposição na Bendigo Art Gallery, na Austrália. Ativista social, Kennington utilizou sua arte para denunciar a pobreza da sociedade inglesa durante a Era da Industrialização, quando muitas famílias residiam em bairros da classe operária, vivendo e trabalhando em locais insalubres, expostos a uma série de doenças que lhes deixavam graves sequelas, quando não os levavam à morte precoce. Embora tenha estudado nas melhores escolas de pintura de Londres e de Paris, a obra do artista não estava à serviço da aristocracia. A tela em destaque foi exibida pela primeira vez no ano de 1892, no Centro de Exposições de Melbourne. O cenário, embora desconhecido (presume-se que seja Londres), apresenta uma neblina de poluição que encobre parcialmente os prédios ao fundo, em que se destaca uma chaminé expelindo fumaça. No centro dessa paisagem sombria, uma mulher em trajes de viúva sustenta o corpo inerte de um menino, provavelmente seu filho, caído sobre o chão molhado da calçada. A expressão no rosto da criança sugere que ela está gravemente doente ou à beira da morte.

“Homeless”, (Sem-Teto), tela pintada pelo artista inglês Thomas Benjamin Kennington em 1890.
Com efeito, a cabeça do menino pende para o lado e seus olhos se fixam vagamente em algum ponto desconhecido pelo observador. A personagem não parece ter consciência do ambiente ao seu redor. Enquanto isso, a mulher contempla o pequeno com expressão de tristeza. Seus lábios lhe tocam os cabelos, aquecendo o rosto da criança com seu hálito, talvez na esperança de uma ressureição. O cenário deprimente é acentuando pela presença de uma árvore desfolhada à direita, em contraste com um fundo industrial e urbano. Quando essa tela foi exposta pela primeira vez, os críticos elogiaram bastante sua composição. “… cheio de emoção… tanto um poema quanto um sermão…”, disse o jornal “Melbourne Argus”. Já o “The Age” escreveu aos seus leitores: “… um chefe de obra de poder artístico e simpatia humana… um rosto… que expressa todo o sofrimento paciente de toda uma classe, entre os quais a herança da tristeza e da privação é pacientemente aceita e suportada…”.
Fonte: My Daily Art Displa
“Chef d’oeuvre” poderia ser traduzido mais corretamente como obra prima. Linda tela, muito expressiva. Retrata fielmente a tristeza e o desalento de um período difícil da Era Vitoriana.
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