Por: Renato Drummond Tapioca Neto
Em 1 de novembro de 1864, a princesa Alice do Reino Unido dava à luz sua segunda filha com o príncipe Louis de Hesse-Darmstadt, mais tarde grão-duque. O casal, unido em matrimônio dois anos antes, já eram pais de uma garotinha, batizada de Victoria, em homenagem à sua avó materna, a rainha da Inglaterra. A segunda, por sua vez, recebeu o nome de Elizabeth, como outra famosa soberana inglesa, que governou durante o século XVI. Mas, para os familiares, a bebê seria chamada pelo carinhoso apelido de “Ella”. Em um espaço regular de tempo, a pequena família foi aos poucos aumentando, à medida em que a princesa Alice gerava novas crianças. Em 11 de julho de 1866 nasceu Irene, futura princesa da Prússia, e dois anos depois nasceu Ernest, apelidado de “Ernie”, herdeiro dos títulos e propriedades de seu pai. Até 1874, Alice tinha dado à luz Friedrich “Frittie”, Alix “Alicky” e Marie “May”. Contrariando o costume da realeza, a mãe insistiu para que ela mesma amamentasse seus sete filhos, envolvendo-se em tudo o que dizia respeito à sua criação. Vivendo no Neues Palais, a família desfrutava de um ambiente frugal, marcado pelos valores cultivados durante o período vitoriano, tais como recato, generosidade, sobriedade, zelo e higiene.

A família ducal de Hesse-Darmstadt, em 1874. Colorização: Marina Amaral.
Todavia, em vez de mimar suas filhas e filhos, a princesa queria que sua prole aprendesse a ser autossuficiente. Eram as próprias crianças que arrumavam suas camas, varriam seus quartos e organizavam seus brinquedos depois de utilizados. Anualmente, visitavam a Liebe Grossmama (querida vovó) nas residências reais de Balmoral, Windsor e Osborne. Com uma mãe inglesa e um pai alemão, Elizabeth e seus irmãos foram educados nos dois idiomas, além de receberem lições de francês e os rudimentos básicos do ensino com tutores escolhidos pela própria Alice. A princesa tinha ajuda nessa tarefa na pessoa da inglesa Sra. Orchard, chefe das amas-secas que organizava a vida diária das crianças. Durante os anos da guerra Austro-Prussiana, que estourou em 1866, a filha da rainha Vitória abraçou diversos projetos comunitários, visitando constantemente soldados feridos em hospitais próximos e, em algumas ocasiões, prestando auxílio como enfermeira. O exemplo materno teria um forte impacto na vida da jovem Elizabeth, que no futuro se dedicaria a causas bastante semelhantes. Infelizmente, a tristeza se abateu sobre aquela família em 1872, quando se constatou que o pequeno Frittie, de dois anos, era portador da hemofilia, assim como seu tio e padrinho, Leopold.
Um ano depois, a pequena criança morreu de hemorragia interna após cair de uma janela de seis metros de altura. A perda do garotinho deixou uma dor profunda na mãe, que deu a notícia para a rainha Vitória nos seguintes termos: “Que todos nós possamos seguir de um modo tão pacífico, e com tão pouca relutância e sofrimento, e deixar uma imagem de igual amor e alegria para trás” (apud RAPPAPORT, 2016, p. 35). Os anos posteriores foram marcados pelo nascimento de May, a inseparável irmã de Alicky, e pela ascensão de Louis ao título de grão-duque de Hesse, em 1877. Por volta dessa época, o casal ia se distanciando aos poucos e a princesa Alice mergulhando em um grave estado de melancolia. “Não presto para mais nada”, dizia ela para sua mãe. Com sua elevação ao posto de grã-duquesa consorte, ela afirmou que era exigido muito de si e se queixava do excesso de trabalho. “É mais do que minhas forças podem suportar a longo prazo”, declarou. Em 1878, após um surto de difteria contaminar toda a família, Alice serviu como enfermeira. Apenas Ella não adoeceu. A jovem de 14 anos assistia consternada sua mãe indo de leito em leito, prestando assistência aos seus irmãos e ao seu pai.
Primeiro, a doença levou embora a pequena May. Por semanas, Alice fez de tudo para esconder dos demais a morte da criança mais nova. À beira do colapso, a princesa acompanhou o pequeno caixão da filha durante o enterro. Quando finalmente contou a notícia a Ernie, que ainda estava acamado, deu-lhe um beijo de consolo na testa. Foi o suficiente para a própria que Alice contraísse a doença. Em 14 de dezembro de 1878, no aniversário de 17 anos da morte de seu pai, o príncipe Albert, a princesa deu seu último suspiro. Só podemos imaginar o impacto que esta perda causou em Elizabeth e seus irmãos, tendo em vista o quão atuante Alice fora na vida de cada um deles. A família, que já tinha se despedido de dois rebentos, agora dizia adeus à sua matriarca. A Sra. Orchard, por sua vez, fez o possível para tentar preencher o vazio deixado no cotidiano das crianças. Da Inglaterra, a rainha Vitória convidava-os regularmente para visitá-la nas residências reais, principalmente em Balmoral, no outono. A soberana assumiu com dobrado interesse as funções de avó, preocupando-se com a educação das netas e com seus futuros casamentos. Afinal, no início da década de 1880, as filhas mais velhas de Alice, Victoria e Elizabeth, haviam desabrochado em duas formosas princesas.

A grã-duquesa Elizabeth Feodorovna e seu marido, o grão-duque Sergei.
Em 30 de abril de 1884, Victoria se uniu em matrimônio ao príncipe Louis de Battenberg, mais tarde marquês de Milford Haven. Os dois, por sua vez, foram pais de quatro crianças, incluindo uma garotinha chamada Alice, em homenagem à sua falecida avó. Esta segunda Alice foi mãe do príncipe Philip, que em 1947 desposou a herdeira do trono britânico, a atual rainha Elizabeth II. No caso de Ella, as opções gravitavam em torno de seu primo, o príncipe Guilherme da Prússia, mais tarde imperador da Alemanha, que ficara extremamente encantado por sua beleza, e Frederico II de Baden, primo de Guilherme, que também competiu pela mão da jovem, embora sem sucesso. Dizem que a rainha Vitória lamentou bastante a recusa de Ella em se casar com Frederico, pois este lhe ofereceria uma posição muito estável e segura. No final, a princesa acabou aceitando a oferta do grão-duque Sergei Alexandrovich, filho do czar Alexandre II com a princesa Maria de Hesse, tia-avó de Ella, que costumava visitá-la durante a infância no Neues Palais. A czarina havia falecido meses depois da princesa Alice, causando assim uma ligação sentimental muito forte entre Elizabeth e Sergei. A princípio, ela recusou o pedido de casamento, mas quando a proposta foi feita pela segunda vez, o grão-duque recebeu um “sim”, para desgosto da rainha Vitória.
O matrimônio com um príncipe russo não significava necessariamente que Ella deveria abrir mão da religião luterana para se converter à fé Ortodoxa, a menos que ele fosse o herdeiro direito do trono, o que não era o caso de Sergei. Apesar disso, a princesa aceitou com entusiasmo a mudança de religião, não por pressão de seu marido ou de qualquer um dos Romanov, e sim por vontade pessoal. A partir de então, seu nome seria Elizabetha Feodorovna. As bodas foram celebradas na capela do Palácio de Inverno, em São Petersburgo, em junho de 1884. Acompanhava a noiva nessa ocasião sua irmã mais jovem, Alicky. Foi durante sua primeira estadia na Rússia que a princesa de 12 anos conheceu seu futuro marido, sobrinho do noivo, o czarevich Nicolau, de 16. A partir de então, Ella passou a trabalhar com afinco em prol daquele casamento. Assim que a rainha Vitória soube disso, fez de tudo para dissuadir a neta dessa união. Os sentimentos anti-Rússia eram cultivados pela velha monarca com afinco desde a Guerra da Criméia. Foi a contragosto que ela permitiu o casamento de seu filho Alfred, duque de Saxe-Coburgo-Gotta, com a grã-duquesa Maria Alexandrovna. Quando Ella aceitou o pedido de Sergei, a rainha também torceu o nariz.
“Eu ouvi dizer que Ella está decidida a intentar e conseguir um matrimônio [para Alicky] com outro russo e eu afirmo que isso ofenderia gravemente ao tio Bertie e à tia Alix, assim como a mim”, escreveu enfurecida a rainha Vitória para a mais velha das irmãs de Hesse. “Mas talvez isso não seja verdadeiro e se tomardes o cuidado de dizer a Ella que nenhum matrimônio para Alicky na Rússia será permitido, então terminaremos com essa história” (apud KING, 1995, p. 69). Quando Alicky finalmente aceitou se casar com o czarevich Nicolau, isso deixou a avó das princesas bastante triste. Para a rainha, não restava outra opção exceto se resignar e aceitar a vontade da neta. Foi Ella quem convenceu a irmã de que a conversão para a Igreja Ortodoxa não lhe pesaria a consciência, visto que as duas religiões não eram tão diferentes assim. A partir de então, as duas seriam quase inseparáveis, até que a sombra de Rasputin pairou entre elas. Elizabeth foi um dos membros da família imperial que tentou abrir os olhos da czarina para o erro que ela estava cometendo ao permitir que o mujique se infiltrasse demasiadamente no Palácio. O resultado disso foi o afastamento entre ambas, consideradas tão parecidas na juventude, mas de temperamento bastante oposto.
Diferentemente de Nicolau e Alexandra, Sergei e Ella não tiveram filhos. O grão-duque era um homem bastante reacionário e conservador. Proibiu a esposa de ler Anna Karenina, de Tolstói, por receio de que a narrativa despertasse nela a “curiosidade perniciosa” e as “emoções violentas” da personagem. Em 1891, ele foi feito Governador-Geral de Moscou, cuja população o considerava um príncipe de mente estreita e comportamento despótico, acentuado pela expulsão de 20 mil judeus da cidade. Mulher supersticiosa, Ella viu nisso um sinal de mau agouro. Diferentemente do marido, Ella era adorada como uma das maiores beldades do império. O embaixador francês, Maurice Paléologue, recordou-se de sua cativante fisionomia:
Lembro-me de ter jantado com Ella em Paris, por volta de 1891. Ainda vejo como era, alta, austera, de brilhantes e ingênuos olhos azuis, boca suave e feições delicadas. Recordo o ritmo encantador de seus passos e a graça de seus gestos. Conversando, ela revelava uma adorável mente feminina, séria, natural e cheia de bondade oculta (apud RADZINSKY, 1992, p. 88).

Fotografia digitalmente colorida por Klimbim da grã-duquesa Elizabeth Feodorovna
Com efeito, os retratos sobreviventes de Ella confirmam a opinião emitida por Paléologue. A grã-duquesa tinha uma cintura bastante delgada e um colo gracioso, sempre enfeitado com colares de pérolas; na cabeça, uma tiara kokoshnik de ouro, incrustada com grandes esmeraldas. Embora fosse seis anos vais velha que Alix, o tempo fora muito mais gentil para consigo, conservando-lhe o talhe de sílfide até idade mais avançada.
Fixando residência em um dos Palácios do Kremlin, Ella e Sergei adotaram um casal de sobrinhos, o grão-duque Dmitry Pavlovich e a grã-duquesa Maria Pavlovna, cujo pai, o grão-duque Paulo, havia sido exilado da Rússia após se envolver em um escândalo amoroso com uma mulher casada, esposa do ajudante de campo de seu irmão, Vladimir. O casal geralmente desfrutava o verão na propriedade de Ilyinskoe, que Sergei havia herdado de sua mãe. A vida idílica seria interrompida apenas por ocasião do brutal assassinato do grão-duque, ocorrido três semanas após o fatídico episódio do “domingo sangrento”, em que milhares de manifestantes russos foram assassinados pela guarda imperial nas portas do Palácio de Inverno, em 22 de janeiro de 1905 (dia 9, no calendário gregoriano). No dia de sua morte, o orgulhoso príncipe se despediu da esposa em seus apartamentos no Kremlin e quando ia passando pelos portões do Palácio, uma bomba foi jogada em cima dele. Ao escutar o estouro, Ella não teve dúvidas de que seu marido fora vítima da explosão. “É Sergei”, gritou a princesa, que correu desesperada ao seu encontro. Em vez do corpo do marido, a mulher encontrou membros mutilados espalhados por diversos lugares, manchando de vermelho a neve que cobria o pavimento.
A perda do marido deixou Elizabeth desesperada. Em seu livro de Memórias, a grã-duquesa Maria Pavlovna se recordou que “meus tios saiam raramente e não recebiam senão os amigos mais íntimos”. A jovem também escutou o barulho da explosão, quando Sergei foi assassinado: “Minhas pernas fraquejavam num tremor convulso. Ninguém nos dissera nada, mas a minha imaginação evocava o horrível espetáculo que deveria ter se dado”. Conforme ela disse mais adiante: “Minha tia, como viramos, correra imediatamente para perto do cadáver, que foi encontrar caído na neve. Ela própria reunira os pedaços de carne estraçalhada, depondo-os sobre uma padiola do exército, mandada vir da oficina de costura” (PAVLOVNA, 1930, p. 72). Em seguida, Ella começou a redigir telegramas para toda família, dando a notícia do assassinato de Sergei. Sempre mais preocupada com os outros que consigo, a grã-duquesa foi visitar o cocheiro ferido no atentado, movido para o hospital em estado grave. Quando o moribundo lhe perguntou o que acontecera ao grão-duque, a viúva teve forças para lhe dizer sorrido que ele estava bem e que havia sido o próprio Sergei quem a enviara para ver como estava. “O pobre homem morreu tranquilamente pela madrugada”, disse Maria Pavlovna.
Durante os dias que se seguiram ao assassinato, Elizabeth demonstrou um estoicismo quase sem precedentes. “Apenas seus olhos e às vezes o abatimento do rosto revelavam seu sofrimento” (PAVLOVNA, 1930, p. 72). Introspectiva por natureza, a grã-duquesa fechou-se ainda mais. Mais tarde, visitou o assassino do marido na prisão, um membro do Partido Revolucionário Social chamado Ivan Kalyayev. Ella estava disposta a interceder junto ao imperador para que poupassem sua vida, desde que o preso pedisse perdão ao czar. Kalyayev recusou a oferta terminantemente, acrescentando que, com sua morte, esperava ajudar na deposição da autocracia na Rússia. Nas palavras de Robert K. Massie:
O assassinato do marido mudou a vida de Ella. A moça alegre, irrepreensível, que havia guiado a irmãzinha órfã de mãe, Alix, que havia rejeitado as atenções de Guilherme II, que havia esquiado e dançado com o czarevich Nicolau, essa mulher desapareceu. Todas as qualidades de gentileza e santidade insinuadas na calma aceitação do caráter de seu marido tomaram a frente com força total. Poucos anos depois, a grã-duquesa construiu uma abadia em Moscou, o Convento de Maria e Marta, e se tornou abadessa. Num último gesto de elegância mundana, encomendou ao pintor religioso Miguel Nesterov, muito em moda na época, o desenho dos hábitos para a ordem. Ele desenhou uma longa túnica com capuz de fina lã cinza-pérola e véu branco, que ela usou pelo resto da vida (MASSIE, 2014, p. 123).
Em suas Memórias, a grã-duquesa Maria Pavlovna emitiu a seguinte opinião:
Tia Ella fora sempre muito devota e com a perda do marido voltara-se completamente para a religião, em busca de consolo. Consagrou sua existência, desde o dia em que enviuvou, unicamente a atos de piedade. O luto lhe serviu de pretexto para cortar todo contato mundano e assim absorveu-se totalmente no cumprimento dos seus deveres como os concebia, fossem eles místicos ou materiais. Estes últimos pareciam-lhe penosos. Durante mais de vinte anos nunca dera uma só ordem na sua própria casa, e de um momento para outro via-se forçada a tomar a si todas as decisões. Para tanto seria necessário reeducar-se. Fazia pena vê-la, a despeito de toda a sua dor e de todo o seu desapego pelas coisas de ordem material, esforçando-se por interessar-se pelos embaraçosos e maçantes problemas domésticos (PAVLOVNA, 1930, p. 77).
Os anos seguintes da vida da grã-duquesa Elizabeth Feodorovna foram inteiramente dedicados aos pobres e doentes, de acordo com os preceitos instituídos por ela na irmandade de Maria e Marta. Durante a Primeira Guerra Mundial, por exemplo, ela organizou a União Zemstvo Pan-Russa, para prestar atendimento aos soldados feridos em combate, assim como fizeram a czarina Alexandra e suas filhas. As duas netas da falecida rainha Vitória se viram pela última vez em 1916, quando Ella veio de Moscou especialmente para falar com Alicky sobre Rasputin e sua má reputação. Assim que pediu à irmã para que fosse mais cautelosa, a face da imperatriz assumiu seu costumeiro tom de altivez.

Retratos da grã-duquesa Elizabeth Feodorovna, digitalmente colorizados por Klimbim.
De sua parte, Alexandra disse que estava muito triste por saber que Elizabeth acreditava nas “mentiras” que falavam sobre o mujique e que se ela tinha se dado ao trabalho de ir até ao Palácio tratar daquele tema, seria melhor que partisse. Ignorando a advertência da czarina, Ella insistiu no seu ponto de vista. Foi a própria Alexandra quem pôs termo na conversa, ordenando que uma carruagem conduzisse sua irmã até a estação. “Talvez teria sido melhor se eu não tivesse vindo”, disse Elizabeth entristecida, enquanto se preparava para partir. “Sim”, foi a gélida resposta de Alexandra. Das janelas de seu Convento, Ella assistiu à queda da autocracia russa, ao exílio de sua irmã, cunhado e sobrinhos para a Sibéria e a tomada do poder pelos bolcheviques em outubro de 1917. A partir de então, instaurou-se uma caça a todos os Romanov residentes no país. A grã-duquesa recusou quaisquer ofertas de abrigo e fuga que lhe foram oferecidas por seu primo, o kaiser Guilherme II, que na juventude se apaixonara por ela. Em 1918, a grã-duquesa foi retirada da irmandade de Maria e Marta e encaminhada para uma série de prisões em Perm, Ecaterimburgo e Alapayevsk. Ao lado dela estavam o grão-duque Sergei Mikhailovich, três filhos do grão-duque Constantino e um filho do grão-duque Paulo.
Em 18 de julho de 1918, um dia depois do assassinato da família imperial, os prisioneiros foram conduzidos em carroças até uma mina abandonada. Um a um, eles foram atirados dentro da vala, seguidos por toras de madeira e granadas, que fizeram o local desabar. Nem todos morreram imediatamente. Assim que os bolcheviques se dispersaram, um camponês se aproximou do lugar e escutou, bem distante, hinos religiosos entoados por uma voz feminina. Quando os corpos foram recuperados pelo exército branco em outubro daquele ano, o ferimento na cabeça de um dos meninos havia sido estancado por um lenço da grã-duquesa, usado para enfaixar o local. Elizabeth Feodorvona foi dada como morta naquele dia. Porém, tudo indica que ela sobreviveu tempo suficiente para prestar os primeiros socorros às vítimas atiradas na mina consigo. A fome e a insalubridade trataram de fazer o resto, ceifando sua vida aos 53 anos. Fiel aos preceitos da irmandade religiosa que ela mesma fundou, a princesa que se tornou freira prestou socorro aos fracos e doentes até sua morte. Sepultada posteriormente na Catedral de Santa Maria Madalena, em Jerusalém, hoje Ella é reconhecida pela Igreja Cristã Ortodoxa como a Santa Mártir Elizabetha Feodorovna.
Referências Bibliográficas:
KING, Greg. La última emperatriz de Rusia: vida y época de Alejandra Feodorovna. Tradução de Aníbal Leal. Buenos Aires, Argentina: Javier Vergara Editor, 1996.
PAVLOVNA, Maria. Memórias (Educação de uma princesa). Tradução de Gulnara de Morais Lobato. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1930.
PACKARD, Jerrold M. Victoria’s daughters. New York: St. Martin Press, 1998.
RADZINSKY, Edvard. O último czar: a vida e a morte de Nicolau II. Tradução de Vera Maria Marques Martins. São Paulo: Nova Cultural, 1992.
Uma pessoas iluminada, apesar da riqueza, dos bons modos e da vida na fartura, sempre pensava nos mais desafortunados e carentes, mesmo os so de alma, como a Czarina. Triste fim para uma pessoa que lutava pelo próximo, mas esperado a uma santa.
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Só estranhei nenhum comentário sobre a possível homossexualidade do marido. A proibição da leitura de Anna Karenina, diante da questão sexual dele, torna-se mais absurdo.
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