Por: Renato Drummond Tapioca Neto
Em meio à ebulição dos anos 1960 e 1970, marcados pelos protestos de movimentos sociais, pela ascensão do Partido Trabalhista e pela contracultura, a manutenção de uma Instituição como a monarquia na Inglaterra parecia algo obsoleto. Os gastos com a família real se tornaram alvo de escrutínio público, numa época em que as taxas de desemprego no país só faziam aumentar. Os jornais, por sua vez, exploravam em matérias sensacionalistas a vida dos membros mais proeminentes da realeza. O caso extraconjugal da irmã da rainha com um rapaz muito mais novo, seu divórcio do conde de Snowdon e suas despesas eram o principal alvo de escritores que davam voz ao coro dos insatisfeitos. Um dos únicos defensores da princesa Margaret Rose foi o seu jovem amante, Roderic “Roddy” Llewellyn, que rebatia as críticas de homens como Willie Hamilton à sua amada: “Gostaria de vê-lo ou qualquer outro desempenhar todas as suas funções do modo maravilhoso como ela faz”, disse eke. “As pessoas amam a monarquia e agradecem de coração o trabalho que a princesa Margaret faz”. Mas, por essa altura, ela vinha desempenhado cada vez menos compromissos públicos. Após o divórcio de Antony Armstrong-Jones, a princesa deixou de ser a condessa de Snowdon, título que passou para a segunda esposa do seu ex-marido, Lucy Lindsay-Hogg.
A partir de então, Margaret ficaria mais conhecida como a irmã da rainha Elizabeth II. Embora tenha se permitido vivenciar mais alguns encontros furtivos com outros homens, esses casos foram na sua maioria esporádicos e discretos. Seu envolvimento com Roddy terminou amigavelmente no início de 1981, quando Llewellyn se casou com Tatiana Soskin. Exceto por um episódio ocorrido em 1979, quando a princesa se referiu aos irlandeses como “porcos” após o assassinato de seu primo, Louis, conde de Mountbatten e da Birmânia pelo IRA (Exército Republicano Irlandês), Margaret procurou levar uma existência mais longe dos holofotes e livre de escândalos. Estava disposta a auxiliar o trabalho da rainha no que fosse possível. Foi nesse contexto que o foco da mídia se desviou da controversa irmã da soberana para o mais novo membro da família real, Diana Spencer, a nova princesa de Gales. Margaret estava em Mustique quando soube que seu sobrinho se casaria com a filha mais jovem do conde Spencer. Lorde Glenconner estava presente no momento em que ela recebeu a ligação com a notícia. “Conheço-a. Gosto dela. Na verdade, eu a amo”, foram as palavras da princesa. Conta-se que na festa que antecedeu ao casamento, ocorrido em 29 de julho de 1981, Margaret estava tão feliz que pendurou um balão de gás na sua tiara de diamantes.

A princesa Margaret em sua casa na Ilha de Mustique.
Com efeito, a filha mais nova da princesa, lady Sarah, foi um das damas de honra no casamento de Diana, segurando a volumosa cauda de seu vestido pela nave da Catedral de St. Paul rumo ao altar. Por essa época, Diana e Margaret se adoravam e possuíam muitas afinidades. As duas foram vistas indo às compras juntas em Ballater. “Diana usa uma blusa folgada, saia de verão e cardigã, e Margaret uma saia de tweed, blusa e cardigã. Estavam acompanhadas de um detetive e uma dama de companhia. Passaram meia hora em duas lojas examinando tecidos tradicionais de lã escoceses”, dizia uma matéria do News of the World. Depois do casamento, Diana passou a ocupar aposentos no palácio de Kensington, onde também vivia a irmã da rainha. Quando em Balmoral, as duas ficavam bastante entediadas. “Sinto-me completamente deslocada aqui”, queixava-se Diana para uma de suas amigas, enquanto a princesa Margaret permanecia horas sozinha em seu quarto, organizando álbuns de fotografias antigos. Jamais ocorreu à irmã da rainha se furtar à rotina real, uma vez que as regras dos Windsor quase nunca eram reconsideradas. “Ou você está com eles ou está morto”, disse certa vez seu tio, Edward VIII, duque de Windsor, para a atriz Lilli Palmer.
Quando o assédio da mídia em torno de Diana se acentuou, Margaret foi uma das primeiras a sair em defesa da esposa de seu sobrinho. “Os escritores da moda insistem em trata-la como me trataram – como se fôssemos figuras irreais diretamente saídas de Dinastia”, comentou a princesa. Os paralelos entre a juventude da irmã da rainha com a esposa do príncipe Charles são muitos. Ambas eram iscas para fotógrafos à caça de glamour e tinham um relacionamento dúbio com a imprensa, ora colaborando, ora se escondendo da mesma. Conforme ressalta a biógrafa Tina Browm:
Margot, como era chamada na família, foi no início uma cautelosa simpatizante de Diana. Às vezes viajavam juntas para eventos reais, no antiquado Rolls Royce da princesa, e Margaret, ela própria uma diva esperta, se precavia contra o problema do ofuscamento saindo sempre do carro primeiro, cumprimentando o anfitrião e só então apresentando a princesa de Gales, com seu status recém-adquirido (BROWN, 2007, p. 175).
Nas suas confissões gravadas em 1991 para a biografia escrita por Andrew Morton, Diana se referiu à princesa Margaret nos seguintes termos: “Sempre adorei Margot, como a chamo. Gosto muito dela, e ela tem sido maravilhosa comigo desde o primeiro dia”. Porém, a publicação de Diana: sua verdadeira história, um ano depois, e os eventos decorrentes das escandalosas revelações contidas nas páginas do livro, acabaram jogando um balde de água fria na relação entre as duas.

A princesa Margaret e a princesa Diana. Antes amigas, as duas se distanciaram após as revelações de Diana sobre a intimidade da família real.
Em primeiro lugar, havia uma questão de hierarquia. Como princesa de Gales, o protocolo ditava que Diana tinha o direito de receber reverência de todas as mulheres da Casa Real de status inferior, incluindo sua cunhada, a princesa Anne, e a irmã da rainha. Contudo, a realidade era um pouco diferente. “Nunca na vida veríamos a princesa Margaret fazer uma vênia a alguém que não fosse Sua Majestade ou a mãe desta. Afinal, Margaret faz parte da realeza por nascimento; Diana apenas casou com a realeza. Há uma grande diferença”, esclareceu o mordomo de Margaret. Muitos dos informes secretos para a imprensa sobre o conturbado casamento do casal de Gales saíam da criadagem da princesa, que residia no mesmo palácio. Margaret, por sua vez, fazia-se de desentendida, dando a desculpa de que era obrigada a ler nos jornais para saber o que estava se passando dentro de sua própria família, já que, aparentemente, seus empregados eram melhor informados do que ela. A gota d’água que fez ela e Diana se distanciarem foi a demissão do mordomo Harold Browm pela princesa de Gales, que foi substituído por Paul Burrell. Browm, cuja família serviu a realeza por gerações, foi rapidamente recontratado por Margaret, despertando assim a cólera de Diana.
Indignada com o fato da irmã de sua sogra admitir os serviços de um ex-funcionário seu, a princesa Diana exigiu de Margaret que Harold se retirasse completamente do palácio de Kensington e da casa que ele morava às expensas da Coroa. “Lembre-se de quem é a dona do aposento”, disse friamente a irmã da rainha, “e de quem é a dona do seu, também”, completou, recordando a Diana que ela tinha poder para expulsar ninguém dos palácios que pertenciam à Coroa. A partir de então, as duas mantiveram uma relação bastante glacial, acentuada pela exposição dos segredos da família real por parte de Diana em 1995, durante uma entrevista ao programa Panorama da BBC. O ponto cataclísmico veio com a morte prematura da princesa de Gales dois anos depois, num trágico acidente em Paris no dia 31 de agosto de 1997. Na época, a princesa Margaret estava de férias na Itália, tendo que interromper sua viagem e retornar ao palácio de Kensington, para as exéquias de Diana. Chegando lá, reclamou da enorme quantidade de flores que dificultavam a entrava no palácio e do cheiro forte que elas exalavam. “Ela não gostou nem um pouco de todo aquele clima emotivo”, disse sua dama de companhia, lady Glenconner. “Ela disse que a histeria era bem parecida com a própria Diana. Foi como se, ao morrer, tivesse deixado todo mundo tão histérico quanto ela era”.
No dia do funeral, em 6 de setembro, quando o cortejo passava em frente ao palácio de Buckingham, a rainha Elizabeth II curvou a cabeça para o caixão da mãe de seus netos, em um gesto que foi rapidamente seguido por outros membros da família real. Mas não pela princesa Margaret. Ela se limitou a ficar com a face erguida, contemplando o que restara da mulher que, em sua opinião, tanto aborrecimento havia causado para a monarquia. No final, ela elogiou a irmã pela sua compostura naquela semana tão difícil. Com efeito, a própria Margaret passava por problemas sérios de saúde. Fumante desde os 15 anos, assim como seu pai e avô, a princesa teve parte de seu pulmão esquerdo removido em 5 de janeiro de 1985; o vício em bebidas resultou no desenvolvimento de uma hepatite alcoólica, que também foi tratada. A partir de então, seu estado clínico começou a piorar gradativamente. Em janeiro de 1993 ela foi internada com pneumonia e, embora tenha largado o cigarro dois anos antes, continuou a beber. Em 23 de fevereiro de 1998, teve o primeiro de uma série de derrames, que a deixou bastante debilitada. O quadro piorou no ano seguinte, quando Margaret sofreu um grave acidente com a temperatura escaldante da água da banheira, com queimaduras sérias nos seus pés e pernas, causando uma deterioração dramática de sua compleição física.

A rainha Elizabeth II com sua mãe, a rainha Elizabeth Bowes-Lyon, e sua irmã, a princesa Margaret.
Logo após esse episódio, a princesa passou a depender de uma bengala para se locomover e depois de uma cadeira de rodas. Apesar disso, o tempo não conseguiu abrandar sua natureza, desde cedo muito arrogante. Embora fosse pródiga nos presentes que distribuía para sua família na época do Natal, era sovina quando se tratava da criadagem. Dizem que ofereceu a uma de suas damas de companhia uma escova de banho para as costas, pois ficara sabendo que ela não tinha uma. Aos serviçais que ela mais gostava, porém, distribuía lembranças melhores, como um leitor de video compact disc (vcd) para seu detetive e camisas da marca Turnbull & Asser para seu motorista. Já para seu novo mordomo, deu um presente menos extravagante. “Foi uma gravata de seda muito bonita da Simpson’s”, recorda-se ele. “A princesa explicou que eu teria recebido uma coisinha melhor se estivesse com ela há mais tempo”. Em outra ocasião, quando ela recebeu um cesto de presente com vários tipos de sais, óleos, perfumes e loções para banho da Cratbtree & Evelyn, Margaret retornou à loja no dia seguinte com o embrulho fechado para o devolver em troca do valor total dos produtos. “Quero dinheiro”, foi o que ela disse. “O que podíamos fazer?”, recorda-se William C. Brewer, antigo sócio da marca. “Embora seja contra a política da loja, reembolsamo-la por ser a princesa Margaret”.
Rancorosa para com as mulheres que, assim como ela em outros tempos, trouxeram escândalo para a família real, Margaret não fazia questão de ser amigável nem mesmo com Sarah, duquesa de York. Quando a ex-esposa de seu sobrinho, o príncipe Andrew, lhe ofereceu um buquê de flores por ocasião de seu aniversário, a irmã da rainha jogou o ramalhete fora. Em seguida, escreveu uma carta desaforada para Sarah: “Humilhou a família mais do que pode imaginar. Nem uma só vez demonstrou embaraço por aquelas malditas fotografias. É obvio que nunca pensou nos danos que casou a todos nós. Como se atreve a nos desacreditar dessa forma e como se atreve a me enviar flores?”. Dizem também que quando A lista de Schindler estreou nos cinemas em 1993, Margaret teria ficado ultrajada com a forma negativa com que os alemães foram representados. Nunca se esquecendo de que seu verdadeiro sobrenome era Saxe-Coburg-Gotha, a princesa acreditava que o filme retrataria Oskar Schindler como um grande herói, redimindo assim os alemães aos olhos do público. “Vou embora”, disse ela no meio da sessão, partindo em seguida. “Não quero ouvir mais nenhuma palavra sobre judeus ou sobre o holocausto. Nem mais uma palavra. Já ouvi o suficiente durante a Guerra. Nunca mais quero voltar a ouvir nada acerca disso. Nunca mais”.
Depois de todos esses anos, parece que o estigma de ser uma princesa inglesa com sangue alemão ainda sufocava a irmã da rainha. “Um filme como A lista de Schindler serve apenas para incitar à curiosidade mórbida”, disse Margaret ao seu mordomo. “Não o pude suportar. Era tão profundamente desagradável e repugnante que tive que me levantar e sair”. A essa altura da vida, com mais de 60 anos, a princesa vivia sozinha em seus aposentos no palácio de Kensington. Seus filhos já haviam se casado e constituído suas próprias famílias, enquanto ela dependia de uma mesada paga por sua irmã e da venda gradual de seus objetos e joias de valor. Kitty Keller, biógrafa da família real, descreve um ambiente em decadência quando fez uma visita guiada aos quartos da princesa, em meados da década de 1990:
… vi arranjos de flores de plástico em vasos nos parapeitos, e na lareira um aquecedor elétrico com um fio muito gasto. Uma velhíssima bandeja de alumínio estava colocada atrás da porta da sala de estar. Disseram-me que era colocada defronte da televisão quando a princesa jantava sozinha. Duas grandes estátuas negras guardavam a entrada da sala azul-vivo, onde ela expunha a vasta coleção de taças, copos de cristal e jarros. A guarnecer as paredes havia pratos de porcelana e travessas decoradas com grandes molduras de ouro. Num aparador de mogno, junto à secretária, ela tinha colocado uma coleção de pequenas caixas de porcelana. Uma delas, de cerca de 1800, tem uma inscrição: “Que o rei possa viver para recompensar o súdito disposto a morrer por ele” (KELLER, 1997, p. 12).

A princesa Margaret com quase 70 anos.
Após um novo derrame no início de 2001, a princesa Margaret foi internada às pressas com perda de apetite e deglutição. Em março do mesmo ano, outro derrame a deixou com a visão nublada e com o lado esquerdo do corpo paralisado. “O meu maior medo”, confessou a rainha Elizabeth II a uma amiga, “é de que a mamãe morra e em seguida a Margaret. E me deixem sozinha”. As últimas aparições públicas da princesa foram em agosto daquele ano, por ocasião do aniversário de 101 anos da rainha-mãe, e em dezembro, quando sua tia, a princesa Alice, duquesa de Gloucester, completou 100 anos.
Nessa época, Margaret já estava preparando seu próprio funeral. Sem qualquer expectativa de viver por mais tempo, ela detalhou meticulosamente seus últimos desejos em uma carta de despedidas. Em seguida, enviou envelopes lacrados com suas disposições finais para os colaboradores da rainha, com a instrução de que não fossem abertos até o dia de sua morte. O conteúdo se referia a como suas exéquias fúnebres deveriam ser executadas e como seu falecimento seria anunciado à imprensa. Em 8 de fevereiro de 2002, ela sofreu outro derrame, que afetou seriamente seu sistema cardiovascular. No dia seguinte, a princesa expirou pela última vez no Hospital King Edward VII, em Londres, às 6h30 da manhã. Ela tinha 71 anos. O biógrafo Andrew Marr resumiu da seguinte maneira a sua história:
Muitas vezes alvo de piadas mordazes e abusos sem consideração, a vida da princesa Margaret é um exemplo da dificuldade de se lidar com a pressão da realeza sem que se tenha uma forma ética de trabalho e muito autocontrole. Ela foi maltratada nos momentos mais importantes e se esforçou para encontrar uma maneira de ser feliz. Quando considerados seus muitos problemas, as palavras da irmã da rainha sobre a importância do dever e do casamento, proferidas há muito tempo, soam enternecedoras. A rainha tem sido um modelo de dever e determinação, mas também tem tido sorte em seu casamento e na segurança de seu papel (MARR, 2012, p. 22).
O caixão com os despojos da princesa Margaret deixou o palácio de Kensington em direção ao palácio de St. James dias depois. O funeral foi realizado no mesmo dia que o do seu pai, em 15 de fevereiro (uma foto da rainha Elizabeth II chorando na saída da cerimônia foi capturada pelas lentes dos fotógrafos). Em seguida, houve um serviço fúnebre privado na capela de São Jorge, no castelo de Windsor e então o corpo da princesa foi cremado. Suas cinzas hoje repousam no mausoléu do rei George VI. Sete semanas depois, a rainha-mãe se juntou ao marido e à filha no mesmo espaço, para tristeza de Elizabeth II, que naquele ano completou seu Jubileu de Ouro (50 anos de reinado). Assim, a família original de quatro membros (“nós quatro”, como gostava de dizer o rei), agora se resume a uma pessoa. Com a mesma resiliência demonstrada em quase 70 anos desde que ascendeu ao trono, a rainha aguarda pacientemente pelo momento em que finalmente poderá se juntar aos seus pais e irmã.

Elizabeth II enxugando as lágrimas após o funeral da princesa Margaret. A rainha perdeu a irmã e a mãe num espaço de dois meses, em 2002.
Referências Bibliográficas:
BROWN, Tina. Diana: crônicas íntimas. Tradução de Iva Sofia Gonçalves e Maria Inês Duque Estrada. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
HOBSBAWM, Eric J. A era dos extremos: o breve século XX. 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
KELLEY, Kitty. Os Windsor: radiografia da família real britânica. Tradução de Lina Marques et. al. Sintra, Portugal: Editorial Inquérito, 1997.
MARR, Andrew. A real Elizabeth: uma visão inteligente e intimista de uma monarca em pleno século 21. Tradução de Elisa Duarte Teixeira. São Paulo: Editora Europa, 2012.
MEYER-STABLEY, Bertrand. Isabel II: a família real no palácio de Buckingham. Tradução de Pedro Bernardo e Ruy Oliveira. Lisboa, Portugal: Edições 70, 2002.
MORTON, Andrew: Diana – sua verdadeira história em suas próprias palavras. Tradução de A. B. Pinheiros de Lemos e Lourdes Sette. 2ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2013.
Este blog,tão bem feito, tem uma característica que precisa ser ressaltada. Há historiadores que resumem-se à interpretação de fatos registrados em historiografia. Outros mais heterodoxos,que gosto bem mais, nos abastecem de detalhes existenciais que denunciam a humanidade do personagem histórico. Tenho, e li, todas as biografias acessíveis de D. Pedro II, alguns detalhes gritam sobre como ele configurou-se emocionalmente. Uns são bastante eloquentes : ele não gostava de bichos ou plantas, mas gostava de viajar. Del Priore chamou-o de “cinza”, talvez ela tenha alguma razão. Aqui no blog podemos nos abastecer fartamente do que descrevo, o lado emocional. Renato, sempre que cabível, foca exatamente no lado que parece-me mais fundamental, somente os fatos secos da vida , sem o molho emocional, não é biografia histórica. Também a “fofoca histórica “, que não cabe em análises acadêmicas, dá um colorido realista a certos personagens. A princesa Isabel era humanamente linda, uma pessoa prontamente amável, algo infantil e aristocrática, mas humana, varria a igreja do lado de sua casa. Fotografou todos os seus bichos de estimação. Bacana ! Tão bom vcs profissionais da História nos proporcionarem esta vasta janela de conhecimentos, uma maravilha destes dias digitais. Somos simples curiosos, ilhados após o naufrágio do antigo normal ! Muito antes,lembro-me bem,havia a escravidão de ter que garimpar informações em bibliotecas , o tempo do xerox, hoje ficou tudo tão mais acessível. Muito Obrigado ! Belo trabalho !
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Maravilhosa reportagem. Parabéns pelo estudo e articulação!
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