O mundo de Aurora – estória sobre uma moça mimada e apaixonada (livro Renascer)

Por: Amanda Aparecida

Você já imaginou como seria sua árvore genealógica? E principalmente se é descendente de algum Rei/Rainha importante na história? Ou se sua ancestral foi alguma mulher importantíssima para alguma Revolução? Tradição também é um ponto extremamente especial, mas quantas pessoas valorizam-na? Já vieram me perguntar se o fato de Renascer, ser tão voltado à realeza me torna uma “fascinada” por monarquia. Claro que não é bem assim.

Desde pequena sempre achei aquelas histórias de princesas, algo maravilhoso, Cinderela, A Bela e a Fera, Branca de Neve, entre outras. No entanto desde aquela idade sabia que as coisas não poderiam ser daquele jeito, porque a realidade era/é sempre mais dura. Quando comecei o Reencontro já tinha a ciência de que, não queria um livro igual aos outros, uma obra da qual, a protagonista tem um “felizes para sempre” e BUM! Acabou. Claro que não! E queria envolver a realeza nisso tudo, porém era bem difícil. Mas um dia a luz bateu na cabeça e chegou a ideia de fazer com que Mariana Rhoncellis fosse filha da nobreza. Ah, claramente terão aqueles que dirão que isso é impossível, que isso não tem sentido, que isso está parecendo um conto de fadas, que isso… e infinitas balelas. Sempre fui em busca de modos novos de escrita e este foi um desafio. O pior deles.

Cair de cabeça nos estudos de história não foram e não são tarefa fácil. O pior não é estudar e escrever sobre aquilo que já aconteceu. Mas sim, estudar, planejar um roteiro e escrever na divisão disto: realidade e ficção. A primeira coisa que a luz trouxe para minha cabeça, foi o nome do reino, Rhoncellis. Dali em diante, era seguindo na divisão citada. As pessoas podem ler Renascer achando que escreverei ele nas formas à risca do contexto histórico. Calma lá! Já li livros de história demais, né?! Vamos colocar uma pitada de tudo. O real e o irreal. Se quiserem algo verdadeiro, as bibliotecas estão abertas. Tradições, cartas, diários, mistério, sempre foram coisas ligadas na minha vida. Minha mãe, desde jovem escrevia em seu diário tudo o que eu fazia quando pequena e também objetos da infância dela, dera-me ao crescer.

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Digo que muita coisa do que imagino/escrevo é por causa dela que cultivou, ‘sem saber’, a minha inspiração. Sabemos que em histórias de época as mulheres muitas vezes não tinham voz, quantas vezes li os relatos e entrei em revolta? Meu Deus! Dali surgiu outro motivo: Por que mulheres não poderiam ser as autoras de grandes revoluções? E também poderem ser grandes vilãs para discórdia? E então nasceu minhas personagens, Ana Victorie, Anastácia, Sienna Evered, Alana Bhélline, entre tantas outras. Outra questão também, a rivalidade. A realeza X povo. Criar a guerra entre Rhoncellis e Bhéllines foi fascinaste. Uma divisão imensa que começara no final da idade média até os dias de hoje. A verdade é que eu poderia criar uma fantasia, fazer meus reinos com monstros e guerreiros, mas isto nunca foi o “meu tipo”, haha. Toda vez que leio um livro e fico naquela depre horrível após terminá-lo, fico a me imaginar dentro da obra. E pensei desde então que meus leitores deverão se sentir dentro da mesma divisão que a minha. Imaginarem-se descendentes de Rhoncellis ou Bhéllines. Isso é um sonho! Quero também que eles passem a se questionar que tudo o que fazemos hoje são as sentenças de amanhã.

Nasce então, o Mundo de Aurora. A garotinha mimada e apaixonada. Aquela coisa egoísta, sabe? Normal em diversas histórias. A menina que não olha o mundo que gira ao seu redor que será freada pelo passado de sua família. E assim se forma a trilogia, Ethernestrova (eterno como canção) que ainda está sendo escrita, mas que deixara seus rastros por alguns lugares, como a Carta de Ana Victorie.

Rainha Rhoncelliana Reinante da França, Século XVI
Augustine I de modo algum assentiria contemplar-me descendo da carruagem de Luvier, a ser recebida ao som do Hino pelos convidados. Em tempo algum a Majestade, assistiria logo eu, a curvar-me e no silêncio a conceber minha prece. O manto por cima fulvo e por dentro negro como meu cavalo, o Pégaso. Augustine I, não cederia ver o representante da Igreja colocar sob minha cabeça a coroa, aquele objeto tão nobre que me tornaria a mulher mais poderosa da França. A rainha Rhoncelliana. A primeira mulher a reinar no início da Idade Moderna. O rei, jamais aceitaria que eu subisse aqueles degraus para uma coroação. Não, eu não sou inimiga dele. Meramente, a Majestade abominava uma mulher no trono. Ele asseverava que somos frágeis, ineptas. Enganou-se, Augustine I! Vosso filho que seria o Rei, morrera. De forma trágica e fútil. E ousas a pronunciar que eu? Ana Rhoncellis, sejais incapazes? Não! Sob outra perspectiva, não sou rival dele. Unicamente estou aqui para provar aos meus descendentes que uma mulher é capaz de governar uma nação com justiça. Minha mãe, Serena Rhoncellis, era uma rainha consorte. Não tinha poder do Estado. Não tinha voz. Era submissa a ele. Sou a primogênita, estou sendo coroada pela Primogenitura Cognática, onde, se o monarca não ter um herdeiro homem, a sucessão passa para sua primeira filha, porém se ela vier a se casar, seu título por direito próprio, passa a ser de seu esposo. Considero que um dia terei que me casar e isso não demorará, Apolo Derrevielis, és meu noivo. A minha linhagem não fenecerá. Augustine I, era infelizmente, meu pai. Um homem bruto e cruel. Que hoje, está perecendo em um caixão debaixo da terra. E sua rainha consorte, suicidou-se há quase dez anos. E minha irmã Andie, fora omitida da corte ainda aos cinco anos de idade, por ser fruto do adultério da rainha com o conde Benjamin. Seja dito de passagem, ambos eram Bhéllines. Consequentemente, desta maneira, minha inocente irmã, era da linhagem dos traidores, foi assassinada, tão nova e ainda tão pequena. No tempo em que eu ainda tinha dez anos, ingleses invadiram a França para matá-los. A cidade de Orleans fora a primeira ser atacada. Este morticínio foste lembrado como O Massacre 11 de Dezembro. Cresci solitariamente. Sem afetos e bons exemplos. Com ódio e mágoa. No entanto, senti nas raízes do coração o amor. Passei a viver com a cultura Bhellineana, em memória de minha falecida irmã.
De modo algum a Majestade, cederia o trono, o manto, o cetro e a orbe à uma mulher. De modo algum Augustine I, se conformaria com sua primogênita, sendo rainha reinante no Reino Rhoncelliano. Noiva de Apolo Derrevielis e destinada a consumar o Renascer na França. Despertando o fim da rivalidade entre Rhoncellis e Bhéllines e por conseguinte fazer deste povo, o meu aliado. E a proteção do meu legado.”
Obs. Este texto foi enviado pela leitora Amanda Aparecida para o nosso Espaço do Leitor. Caso você tenha algum texto bacana, que se encaixe na temática no blog, então envie para nós!

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