Após quatro séculos de especulação, Mary Sruart, rainha da Escócia, foi “inocentada” de estar envolvida na morte do seu segundo marido, Lorde Darnley. O pai do futuro James VI da Escócia e I da Ingleterra foi encontrado morto, embaixo de um pomar, após uma explosão na casa onde estava residindo, em Kirk o’Field (Edimburgo), em 10 de fevereiro de 1567. O casamento real estava sob tensão desde o ano de 1765 e pouco tempo depois da morte do rei, Mary contraíra terceiras núpcias com aquele que era considerado o suposto assassino de Darnley, Jame Hepburn, IV conde de Bothwell. A atitude da rainha, corroborada por uma série de cartas amorosas endereçadas a Bothwell, deu margem para que as pessoas acreditassem que ela estava envolvida numa espécie de complô para tirar seu marido da jogada, sem comprometer o direito de sucessão do próprio filho, e se casar com outro. Contudo, na quinta-feira passada, um grupo de pesquisadores (incluindo historiadores, patologistas, cientistas e especialistas em explosivos) se reuniu na Câmara Municipal de Jedburgh, na Scottish Borders, para avaliar o caso e concluiu que Mary não poderia estar envolvida no atentado.

Imagem retratando Darnley morto em Kirk O’Field, Edimburgo. Como podemos observar, seu corpo está parcialmente coberto.
Apesar de ter vivido 45 anos, a trajetória de Mary Stuart foi bastante atribulada. Tendo se tornado rainha da Escócia ainda no berço, ela foi também rainha consorte da França e potencial herdeira da coroa inglesa. Perdeu seu trono em 1568 e até sua morte, 17 anos depois, permaneceu confinada na Inglaterra, vigiada pela sua prima, Elizabeth I. A vida de Mary tem tudo para se configurar numa verdadeira tragédia grega, já tendo sindo romanceada por vários escritores e adaptada para o teatro (leia mais aqui). Entre as acusações que mais pesaram contra ela, estaria o envolvimento no assassinato do seu segundo marido. Porém, no cerne da nova investigação feita, foi utilizado um painel contemporâneo à morte de Darnley, detalhando o local onde seu corpo foi encontrado, ao lado do de seu escudeiro. Para a pesquisa, também foi utilizada uma “fotografia moderna da cena do crime”, baseada no esboço original, que, por sua vez, ofereceu mais para a análise do caso.

Os corpos seminus de Darnley e seu escudeiro foram encontrados abaixo de um pomar, após a explosão da casa onde o rei passava a noite.
A cientista forense, professora Sue Black, acredita que Darnley e seu escudeiro foram estrangulados. Ela disse que “quando você olha a imagem da forma como ela foi concebida, é como se Darnley estivesse deitado ali, com sua camisola suspensa até a cintura”. “Porém”, complementa a cientista, “quando você gira a imagem num ângulo de 180°, obtém-se uma perspectiva diferente da cabeça da vítima em relação aos ombros”. “É como se o corpo tivesse sido arrastado”, o que explicaria o estado de nudez de Darnley. Nesse caso, é possível que ele tenha sido morto em outro lugar e seu corpo arrastado pelos pés para fora da casa, para que pudesse ser encontrado. Com efeito, uma professora de história da Glasgow Caledonian University, Karly Kehoe, defende a teoria de que o rei consorte foi assassinado pelos seus próprio compatriotas, enraivecidos com a traição do rei no complô para matar o secretário italiano de Mary, David Rizzio.

Painel contemporâneo à morte de Darnley, que retrata as circunstâncias em que seu corpo fora encontrado.
Segundo Caroline Bingham, biógrafa de Lorde Darnley, “na noite de sua morte, ele foi acordado por pessoas de fora de sua hospedagem, e temia por sua vida”. “Não parando para se vestir, ele e seu servo tentaram fugir, usando lençóis para descer de uma janela”. “Quando eles chegaram ao jardim, foram cercados e estrangulados ou sufocados, e depois removidos para o pomar onde os corpos foram encontrados.” Com efeito, acredita-se que a explosão fora detonada após o assassinato, para despistar a verdadeira causa da morte. Todavia, como a evidência ainda é, de certa forma, escassa, foi impossível determinar se Darnley e seu escudeiro foram estrangulados ou sufocados. O caso ainda continua a ser avaliado pelos especialistas, que são unânimes em exonerar Mary Stuart de mais este crime que continua a lhe ser imputado, mesmo 4 séculos após a ocorrência do mesmo.
Fonte: Daily Mail
Salve a Rainha Mary Stuart da Escócia!
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Valeu!!
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