Tradição milenar: por dentro dos detalhes da cerimônia de coroação dos monarcas britânicos!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

No dia 06 de maio de 2023, pessoas do mundo inteiro se sentaram à frente de televisores, computadores e celulares para assistir à transmissão da coroação do rei Charles III do Reino Unido. A cerimônia fora realizada na Abadia de Westminster, local onde os monarcas ingleses são tradicionalmente coroados há quase 1000 anos. Apesar das alterações feitas em alguns detalhes da liturgia para deixá-la mais adequada aos dias de hoje, Charles manteve grande parte das etapas do processo, tal como haviam sido vivenciadas por sua mãe, a finada rainha Elizabeth II, quase 70 anos antes. Em 2 de junho de 1953, quando a soberana de apenas 27 anos decidiu televisionar sua própria coroação, ela deliberadamente abriu as portas do Palácio, com todos as seus mistérios e símbolos, para o público. Ao fazê-lo, Elizabeth criara uma espécie de monarquia popular, que se uniu perfeitamente à tecnologia dos meios de comunicação, da Internet e agora com as redes sociais. Assim, a realeza britânica se tornou mundialmente famosa, graças ao toque de Midas (nem sempre dourado, é verdade!), da imprensa. Nessa matéria, selecionamos alguns dos aspectos mais interessantes da cerimônia de coroação do últimos monarcas britânicos, evidenciando como a tradição, nesse caso, soube se adequar ao dinamismo dos tempos modernos!

Belíssima fotografia da rainha-mãe, Elizabeth Bowes-Lyon, com seu neto, o príncipe Charles, atual rei Charles III.

O emblema da coroação do rei Charles III.

A rainha Elizabeth teve seu perfil capturado aos 25 anos pela fotógrafa Dorothy Wilding, quando ascendeu ao trono em 1952. A soberana usa o Diadema de Estado, ou Diadema de Diamantes, do rei George IV. O selo continuou sendo emitido até o início desse ano. Agora, ele se torna um item de colecionador. A efígie de Charles III, de 74 anos, por sua vez, é a mesma que aparecerá nas novas moedas e cédulas.

O palco da coroação. Esse é o belíssimo Pavimento Cosmati, no interior da Abadia de Westminster.

Preparação o óleo da unção, na Igreja de Santa Maria Madalena, em Jerusalém.

Curiosamente, esta não fora a primeira cerimônia de coroação na qual o rei Charles III tomou parte. Porém, não me refiro à sua coroação como príncipe de Gales, em 1969, e sim à coroação de sua própria mãe, quando ele tinha cinco anos. Uma anedota bem interessante sobre o futuro rei fora comentada por Cecil Beaton, fotógrafo real. Durante a sessão de fotos ocorrida depois da cerimônia de coroação da rainha Elizabeth II, no Palácio de Buckingham, em 2 de junho de 1953, dizem que o pequeno Charles e sua irmã, Anne, estavam correndo de um canto a outro da Sala de Estar Verde, atrapalhando assim o trabalho do fotógrafo Cecil Beaton, que estava fazendo os registros oficiais do dia. Foi quando a mãe da rainha puxou seu neto inquieto e, num instante, as lentes da máquina conseguiram capturar uma das imagens que o fotógrafo considerou a mais bonita da sessão. Como ninguém conseguia achar as babás dos príncipes, “a rainha-mãe os ancorou em seus braços, baixou a cabeça para beijar o cabelo do príncipe Charles e proporcionou uma fotografia incrível”, recordou-se Cecil Beaton anos mais tarde. “De repente, eu tinha aquela maravilhosa cúmplice, alguém que me ajudaria a passar por tudo aquilo”.

Os preparativos para a cerimônia da coroação do rei Charles III começaram no final do ano de 2022, com a criação de novos selos postais, um emblema oficial, a preparação do óleo da unção, a arte dos convites e o itinerário internacional que o monarca faria ao lado de sua esposa, a rainha Camilla, antes do dia marcado para a celebração. O design do emblema, por sua vez, foi pensado para representar o amor do rei pela natureza e a junção das quatro nações que compõem o Reino Unido: a rosa da Inglaterra, o cardo da Escócia, o alho-poró galês e o trevo da Irlanda do Norte. Juntas, as flores recriam o formato da coroa de Eduardo, o Confessor, com a qual Charles será coroado soberano. O responsável pela arte foi o designer Sir Jony Ive. Em pronunciamento, Ive disse que o símbolo “diz respeito ao feliz otimismo da primeira e celebra o começo dessa nova era carolense para o Reino Unido”. Por volta da mesma época, a Casa Real também divulgou os novos selos postais com a efígie do rei Charles III, que passou a ser emitida pelas agências de correios, em substituição à efígie da falecida rainha Elizabeth II. A prática remonta ao reinado da rainha Vitória, no ano de 1840 (o primeiro selo adesivo do mundo!). A efígie de Charles III, de 74 anos, por sua vez, é a mesma que aparecerá nas novas moedas e cédulas.

No dia 29 de março, o rei Charles III e a rainha Camilla chegaram à Alemanha para a primeira visita oficial de Estado do casal de monarcas britânicos, antes de sua coroação em maio. O primeiro ponto na turnê deveria ter sido a França, mas, devido a uma onda de protestos recentes contra o presidente Macron, a Casa Real foi obrigada a adiar o cronograma previsto para aquele país. Charles e Camilla, por sua vez, foram recepcionados pelo presidente da Alemanha, Steinmeier, acompanhado de sua primeira-dama, Elke Büdenbender, no belíssimo Portão de Brandenburgo, em Berlim. Construído em estilo neoclássico, o local é um dos principais pontos turísticos da Alemanha. Foi em frente a este imponente arco que, pela primeira desde a Segunda Guerra Mundial, um desfile militar passou diante de sua fachada, em um evento bastante simbólico. A turnê de Charles III, com efeito, atende a uma agenda política do Parlamento Inglês, que visa estreitar os laços do Reino Unido com os demais países da União Europeia, desde o Brexit, formalizado em 31 de janeiro de 2020. O rei e a rainha foram fotografados ao lado do presidente e de sua esposa, em um sinal de aproximação entre as duas nações. A estadia de Charles e Camilla durou pelos próximos três dias, seguindo à risca uma agenda de compromissos que os levou até o Parlamento alemão, em Hamburgo.

O Manto Imperial do rei George IV.

O fecho em forma de águia e a fivela do cinto da espada.

A sobretúnica de George V.

A luva da coroação.

A rainha Camilla usando o colar e os brincos de diamantes da rainha Vitória e a coroa da rainha Mary de Teck.

Na conta oficial da família real no Instagram, @theroyalfamily, o rei e a rainha consorte prestaram seus agradecimentos ao presidente e à primeira-dama por sua hospitalidade em Berlim, acrescentando uma mensagem direcionada à população presente nas ruas da capital:

Antes de nossa primeira visita de Estado à Alemanha, estamos ansiosos para conhecer todos aqueles que tornam este país tão especial. é uma grande alegria poder continuar aprofundando a amizade de longa data entre nossas duas nações. Charles R e Camila R.

Durante a cerimônia de coroação, o momento da unção é uma das partes mais sagradas de todo o ritual. É quando, no imaginário místico da monarquia, o soberano é tocado pelo divino e se transforma em um representante de Deus na terra. Não à toa, muitos reis e rainhas do passado consideravam que as bases de seu reinado só estariam solidificadas a partir da cerimônia solene. Atualmente, a Inglaterra é uma das únicas monarquias que mantém essa tradição milenar, cujos processos ritualísticos remontam há mais de mil anos. Portanto, o óleo sacro, com o qual o rei Charles III foi ungido nas mãos, no peito e na testa, foi preparado pelo Patriarca de Jerusalém, Teófilo III, ao lado do representante da Igreja Anglicana na Igreja do Santo Sepulcro. Com efeito, o óleo fora feito a partir de duas azeitonas colhidas em dois arbustos diferentes no Monte das Oliveiras, no Mosteiro da Igreja de Santa Maria Madalena, onde se encontra sepultada a avó do rei Charles, a princesa Alice de Battenberg, assim como a Santa Ortodoxa, a grã-duquesa Elizabeth Feodorovna. A fórmula utilizada, por sua vez, remonta há centenas de anos e foi a mesma aplicada na coroação da rainha Elizabeth II, em 2 de junho de 1953, porém sem adição de gordura animal.

A participação do Patriarca da Igreja Ortodoxa na preparação do óleo, e não apenas do Arcebispo Anglicano em Jerusalém, o Reverendo Hosam Naoum, denota a forma como Charles encara seu título de “Defensor da fé”: não apenas da Igreja da Inglaterra, como também das outras religiões de matriz cristã. A essência também foi usada na unção de Camilla, a rainha consorte, coroada juntamente com seu marido na Abadia de Westminster. A soberana chegou à Abadia acompanha por suas duas irmãs, usando o manto de Estado em veludo carmesim, feito especialmente para a finada rainha Elizabeth II, em 1953. Seu vestido foi desenhado pelo estilista Bruce Oldfield, com o monograma real (contendo as letras R C entrelaçadas, de Camilla Regina) costurado na barra e bordado com contas de cristal. A peça foi costurada em Peau de Soie, um tecido de seda, nas cores marfim, prata e dourado. Os bordados do traje, por sua vez, apresentam padrões que fazem referência às nações que compõem o Reino Unido: rosa, cardo, narciso e trevo. Além disso, podemos ver guirlandas abstratas de flores silvestres, margaridas, miosótis, celidônia e a pimpinela escarlate, que demonstram o apreço e o cuidado do rei e da rainha consorte para com a natureza.

A coroa de Eduardo, o Confessor. O interior da coroa, por sua vez, é forrado com veludo na cor púrpura e seu aro está acomodado numa faixa de arminho. Ela foi usada pela última vez na coroação da rainha Elizabeth II, ocorrida em 2 de junho de 1953. Não obstante, a peça original na qual a atual versão da Coroa de Santo Eduardo se baseia costumava ser mantida na Abadia após a cerimônia de coroação, uma vez que sua associação com Eduardo, o Confessor, transformou-a numa espécie de relíquia sagrada para a monarquia inglesa. Esta tradição permaneceu com a nova coroa de 1661, de modo que uma segunda coroa ‘estatal’ foi preparada para uso em outras ocasiões. Um dos exemplos mais famosos seria a Coroa Imperial de Estado, usada pelos soberanos em eventos solenes, como as cerimônias anuais de Abertura do Parlamento.

A rainha Elizabeth II, aos 27 anos em 1953, durante um dos momentos mais solenes da cerimônia de coroação: a monarca entronizada, com a Coroa de Eduardo, o Confessor, na cabeça; vestindo a túnica imperial de George IV e com os cetros nas mãos, recebe o juramento de lealdade dos pares do Reino. Ao lado, o rei Charles III prestes a receber o juramento de seu filho e herdeiro, o príncipe William, no mesmo cenário onde sua mãe fora coroada quase 70 anos antes.

A rainha Elizabeth II, aos 27 anos, em sua coroação na Abadia de Westminster, ocorrida em 2 de junho de 1953. A soberana segura nas mãos o orbe e o cetro, símbolos de seu poder e direito de governar. Na cabeça, a magnífica Coroa Imperial de Estado. Na foto ao lado, o herdeiro da soberana, o rei Charles III, aos 74 anos, usa a mesma regalia real em sua própria coroação, transcorrida no mesmo palco da de sua mãe.

Fotografia oficial da rainha Mary de Teck, tirada por ocasião de sua coroação ao lado do rei George V, em 22 de junho de 1911. Ao lado, Camilla, a nova rainha consorte do Reino Unido, usa a mesma coroa da matriarca da dinastia Windsor, reformada especialmente para sua coroação ao lado do rei Charles III (bisneto de Mary e George), em 6 de maio de 2023.

Fotografia oficial pós-coroação do rei George VI e da rainha Elizabeth Bowes-Lyon, tirada na Sala do Trono do Palácio de Buckingham, em 12 de maio de 1937. O registro for feito por William Hustler e Georgina Hustler, fotógrafos reais. Demoraria cerca de 86 anos até que o Reino Unido coroasse outro rei e rainha consorte, dessa vez o neto de George e Elizabeth, o rei Charles III, e sua esposa, Camilla. Os novos monarcas foram fotografados com os mesmos mantos imperiais e joias, por Hugo Burnand.

Além disso, a nova rainha consorte usava o magnífico colar de diamantes da rainha Vitória. Também conhecido pelo nome de “colar da rainha”, a joia é composta por 26 diamantes ligados por elos de ouro, encomendada pela rainha Vitória à joalheria Garrard em 1858 e com a qual ela foi retratada em mais de uma ocasião por Franz Xaver Winterhalter e mais tarde fotografada. Décadas depois, Vitória adicionou ao conjunto de pedrarias seu magnífico pingente de diamante de 22,48 quilates, conhecido como Lahore Diamond. A pedra havia sido apresentada à soberana em 1851. Após a morte da monarca, em 1901, a peça foi legada sucessivamente às rainhas consortes do Reino Unido, como Alexandra da Dinamarca, que a usou na sua coroação em 1902; em seguida, Mary de Teck, que usou o colar em 1911 na sua cerimônia de coroação ao lado do rei George V; depois, a joia passou para Elizabeth Bowes-Lyon, que, assim como suas antecessoras, usou-a na sua cerimônia de coroação ao lado do rei George VI. Em 1952, o colar foi herdado por outra soberana reinante, Elizabeth II, que a usou no dia da sua coroação, em 2 de junho de 1953, bem como em aberturas das sessões anuais do Parlamento.

Trata-se, portanto, de uma das peças mais importantes da coleção real, não só pelo valor dos diamantes, mas principalmente pela sua historicidade. No dia 06 de maio de 2023, Camilla, a atual rainha consorte do Reino Unido, usou a joia herdada de sua falecida sogra, na sua coroação conjunta com o novo rei Charles III. A esposa do rei deu assim continuidade à tradição iniciada por suas antecessoras no trono, desde os tempos em que a Grã-Bretanha era um dos maiores impérios coloniais do mundo. O rei Charles III, por sua vez, também reutilizou algumas peças históricas de coroações passadas, como o Manto Imperial do rei George IV, de 1821, a sobre túnica do rei George V, de 1911, as luvas e o cinto do rei George VI, de 1937. A maior parte desses itens também foi utilizada pela mãe do soberano, a finada rainha Elizabeth II, em 1953. O monarca teve como pajem o seu primeiro neto, o príncipe George de Gales, nascido em 2013. Atrás dele, seguiram em procissão William e Kate, príncipe e princesa de Gales, com seus outros dois filhos, a princesa Charlotte e o príncipe Louis. A rainha Camilla, por sua vez, entrou na Abadia à frente do rei, seguida por três se seus netos e um sobrinho-neto.

Um dos objetos mais importantes em toda essa ritualística é a coroa de Eduardo, o Confessor, usada por cada monarca britânico apenas uma vez: no momento da sagração, quando ela é colocada pelo arcebispo em sua cabeça. Entretanto, a original foi desmontada durante a Revolução Inglesa no século XVII e, assim como ocorreu com muitas joias reais, suas pedras foram vendidas ou apropriadas por terceiros. A versão atual, portanto, é uma réplica feita depois da restauração monárquica, baseada na coroa perdida. Ela foi feita para Charles II em 1661, como substituta da peça medieval que havia sido derretida em 1649, pelos parlamentares. Acreditava-se que a original datasse do famoso rei do século XI que foi considerado santo, Eduardo, o Confessor – penúltimo rei saxão da Inglaterra. Curiosamente, seu trono de madeira até hoje é usado nas cerimônias de coroação ocorridas na Abadia de Westminster. A coroa foi encomendada ao Real Ourives, Robert Vyner, em 1661. Embora não seja uma réplica exata do desenho medieval, ela segue o modelo original, contemplando quatro cruzes páteas, quatro flores-de-lis e quatro semiarcos. Com efeito, a joia é composta por uma armação de ouro maciço, engastada com pedras preciosas, tais como rubis, ametistas, safiras, granadas, topázios e turmalinas.

A rainha Elizabeth II posa ao lado de sua irmã, mãe, marido, pajens e damas de companhia, após a sua coroação em 2 de junho de 1953. O registro foi feito pelas lentes de Cecil Beaton na Sala do Trono do Palácio de Buckingham. Abaixo, a família real se reúne no mesmo espaço, após a coroação do rei Charles III, em 6 de maio de 2023. A fotografia foi feita por Hugo Burnand.

Os herdeiros da Coroa do Reino Unido. Na imagem de cima, capturada pelo fotógrafo Ranald Mackechnnie, a finada rainha Elizabeth II posa na Sala do Trono no Palácio de Buckingham ao lado de seu filho, o então príncipe Charles, do príncipe William e do pequeno príncipe George. O registro foi feito numa quarta-feira, dia 18 de dezembro de 2019. Na imagem de baixo, vemos Charles já coroado como Charles III, no mesmo espaço da fotografia anterior, porém sentado no trono entre William, que assumiu o título de príncipe de Gales, e o príncipe George. A foto foi feita pouco depois da coroação do rei, no sábado, dia 6 de maio de 2023, por Hugo Burnand.

Pela primeira vez desde que o rei Henrique VIII fundou sua própria Igreja no século XVI, uma mulher divorciada poderia então usar a coroa, o que significava um grande avanço nas leis que regulamentam os casamentos reais. Para se ter uma ideia, 90 anos atrás, quando o rei Edward VIII abdicou do trono em nome de seu amor por Wallis Simpson, essa possibilidade sequer era cogitada.

A rainha Elizabeth II e o príncipe Philip acenam para a multidão da sacada do Palácio de Buckingham, após a coroação da soberana em 2 de junho de 1953. Na imagem de baixo, o rei Charles III e a rainha Camilla repetem o gesto da antiga monarca e de seu consorte, após a cerimônia de coroação em 6 de maio de 2023. Elizabeth II foi a mulher que por mais tempo ocupou o trono na história da Inglaterra, enquanto seu marido, Philip, detém a posição de consorte real de maior longevidade daquele reino.

A rainha Elizabeth II, fotografada por Cecil Beaton logo após sua coroação, em 2 de junho de 1953. Tendo como cenário um fundo pintado, que simula o teto da Abadia de Westminster, a então monarca de 27 anos usava todos os objetos que compõem a regalia real, como a Coroa Imperial de Estado, o Orbe e o Cetro; seu manto de veludo púrpura é forrado com pele de arminho e seu vestido, bordado com brilhantes, foi desenhado por Norman Hartnell. Quase 70 anos depois da primeira fotografia, o herdeiro de 74 anos da falecida soberana usa os mesmos paramentos de sua mãe e de outros antepassados. O atual rei Charles III optou por reutilizar as vestes de seu avô, George VI, para a fotografia oficial tirada na Sala do Trono do Palácio de Buckingham, por Hugo Burnand. O monarca foi solenemente coroado no último dia 6 de maio, no mesmo local onde sua finada mãe fora sagrada rainha reinante do Reino Unido.

Com efeito, o palco da cerimônia de coroação é o belíssimo Pavimento Cosmati, no interior da Abadia de Westminster. Sobre este piso, é instalado o trono de Eduardo, o Confessor e a pedra do destino da Escócia, com os quais o rei Charles III foi coroado na manhã do dia 06 de maio. O piso de mosaicos foi descrito por Shakespeare como “o chão do céu”, com seu rico simbolismo criado para evocar “o padrão eterno do universo”. Neste espaço aconteceram as cerimônias de coroação de quase todos os monarcas ingleses, desde Henrique III no século XIII, até Elizabeth II, em 1953. O local foi preparado com toda pompa e esplendor para o evento mais importante do reinado do novo soberano. A decoração, por sua vez, permaneceu intacta na Abadia entre os dia 8 e 13 de maio, permitindo assim ao visitante um contato mais próximo com a cerimônia que foi televisionada para o mundo inteiro. Famílias Reais de todo o continente europeu e além, membros do governo, chefes de Estado e líderes mundiais acorreram para Londres para o grande acontecimento da monarquia britânica, quando o rei Charles foi finalmente coroado soberano, depois do longo reinado de Platina da sua mãe, a saudosa rainha Elizabeth II.

Referências Bibliográficas:

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KELLEY, Kitty. Os Windsor: radiografia da família real britânica. Tradução de Lina Marques et. al. Sintra, Portugal: Editorial Inquérito, 1997.

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MORTON, Andrew: Diana – sua verdadeira história em suas próprias palavras. Tradução de A. B. Pinheiros de Lemos e Lourdes Sette. 2ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2013.

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