Rainha comestível: Confeiteira galesa cria uma estátua da rainha Elizabeth I feita com bolo!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Não, não é uma pessoa. É uma escultura! Mas não é entalhada em madeira, cavada em pedra ou moldada em cera. É uma escultura feita com bolo e materiais de confeitaria. A padeira galesa Emma Jayne criou uma versão super realista da rainha Elizabeth I, com base no famoso “The Rainbow Portrait” da soberana, pintado por volta de 1602. A peça, em tamanho real, demorou quatro semanas para ficar pronta e provocou até mesmo uma lesão grave na artista. Esse bolo gigante foi feito para marcar o 30º aniversário da Cake International. O resultado ficou incrível!

Emma Jayne Morris com sua criação, uma versão em tamanho real da rainha Elizabeth I, feita em bolo.

Emma Jayne Morris é uma artista culinária de mão cheia. Proprietária da Emma Jayne Cake Design, ela resolveu inovar para sua criação deste ano e apresentou sua magnífica versão do Rainbow Portrait, que retrata a última soberana da dinastia Tudor com uma juventude extraordinária para os seus 68 anos, quando a tela foi finalizada (provavelmente pelo pintor Isaac Oliver). Anteriormente, Emma já havia apresentado em outras edições do evento criações belíssimas, inspiradas em Malévola, Avatar e War Horse. Mas, desta vez, seus dons capturaram algo ainda mais memorável. Ela contou que o corpo da monarca demorou três semanas para ficar pronto, enquanto a cabeça demorou uma.

O trabalho demorou quatro semanas para ficar pronto. Três delas dedicadas ao corpo e uma dedicada à cabeça. Nenhum detalhe foi deixado de lado.

A Cake International atrai padeiros do mundo todo para a NEC de Birmingham. Em todas as edições das quais participou, as criações de Emma definitivamente nunca passaram despercebidas. Sobre a escultura da rainha Elizabeth I, a artista disse: “Ela é pintada à mão e coberta com glacê de confeiteiro”, Emma disse a Ben Shephard e Cat Deeley. “Cada aspecto minucioso do retrato, do qual há muitos detalhes, foi colocado neste bolo. Eu tive que fazer muita pesquisa e descobrir tudo o que pude sobre esta senhora fascinante, então tudo no vestido tem significado. Há olhos e ouvidos no traje que representam como ela estava vendo tudo e ouvindo tudo”.

O famoso “The Rainbow Portrait”, tela pintada em 1602, atribuída a Isaac Oliver.

À medida em que a rainha Elizabeth I envelhecia, ela continuava insistindo junto aos seus pintores para que a retratassem sempre como jovem, ou o que os historiadores da arte chamam de “máscara da juventude”. Conforme Bernini certa vez observou, “o segredo nos retratos é aumentar a beleza e emprestar grandiosidade, diminuir o que é feio ou mesquinho, ou até suprimi-lo, quando é possível faze-lo sem incorrer em servilismo” (apud BURKE, 2009, p. 36). Na medida em que a imagem política da soberana deveria ser uma produção coletiva, então pintores, alfaiates, escultores e poetas contribuíam de forma significativa para ela. Elizabeth sempre dava preferência a artistas ingleses, para exaltar seu patriotismo e identificação com o Reino. No famoso “The Rainbow Portrait”, o rosto de Elizabeth I apresenta uma aparência atemporal.

“The War Horse”, outra das criações de Emma.

Finalizada em 1602, quando a soberana tinha 68 anos, a tela mostra uma monarca bastante jovem, cercada por elementos que ressaltam sua feminilidade, como a transparência do colo e suas curvas voluptuosas. Por outro lado, também exaltam sua capacidade para governar: as flores no corpete de seu vestido podem ser facilmente associadas com a fertilidade, sustentando seu papel como mãe do reino. Os olhos e orelhas bordados no seu manto representam sua capacidade para ver e ouvir, ou seja, estar atenta a tudo o que acontecia na Inglaterra. Já a serpente bordada na manga, pode ser facilmente relacionada ao conhecimento medicinal. Na boca do réptil, podemos ver também um coração, que simboliza o amor da rainha pela nação e seu casamento com o Estado.

A versão de Emma para Malévola. A escultura feita em bolo tinha mais de 1,90 e sua cabeça precisou ser removida para transportar a peça até o evento.

Emma também explicou como ela “tropeçou” ao fazer bolos para o show há 10 anos. Sua primeira criação foi Avatar. “Eles continuaram me pedindo para voltar depois disso”, ela ressaltou. “E a cada ano os recursos foram ficando cada vez maiores”. Emma também sofreu um ferimento grave durante a confecção do bolo da rainha. Durante a fase de entalhe, a faca escorregou e cortou um tendão em sua mão esquerda. “Não sinto mais um dos meus dedos, então preciso de terapia para as mãos”, ela disse aos apresentadores chocados. O bolo agora vai para a Hatfield House, mansão onde Elizabeth I passou sua juventude e onde o retrato que serviu de inspiração para a confeiteira está pendurado. Depois disso, ele será leiloado para caridade.

Fonte:

Wales Online – Acesso em 05 de Novembro de 2024.

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