A força por trás do trono: Elizabeth Bowes-Lyon, a rainha-mãe – Parte II

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Com o final da Segunda Guerra Mundial, uma nova Era se iniciava na história britânica. Em 1947, o antigo império da Índia fora desfeito, fazendo de George e Elizabeth Bowes-Lyon os últimos imperadores. No seu lugar, surgiu a Commonwealth of Nations. O rei viveria por mais cinco anos, o suficiente para ver sua primogênita casada com o príncipe Philip da Grécia e da Dinamarca e assistir ao nascimento de seus primeiros netos: Charles, em 1948, e Anne, em 1950.  O monarca de quase 57 anos, que havia demonstrado uma espírito incansável para o trabalho social durante os anos da Segunda Guerra Mundial, morreu na madrugada do dia 6 de fevereiro de 1952, em decorrência de um enfarte nas coronárias. Sua saúde já estava bastante debilitada há alguns anos e, nesse ínterim, o rei passara por três procedimentos cirúrgicos. O último deles, ocorrido em setembro de 1951, foi para remover um pulmão comprometido pelo câncer. Em decorrência disso, o soberano delegou muitas de suas funções oficiais para sua presuntiva herdeira, como uma tour pelo Canadá e pelos Estados Unidos. Em 31 de janeiro de 1952, pai e filha estiveram juntos pela última vez no aeroporto, quando ela e o príncipe Philip subiram à bordo do avião que os levaria para uma viagem de cinco meses pelo Quênia.

O rei George ficou ali parado, assistindo a nave decolar até se tornar um ponto no céu e desaparecer. Nunca mais veria a filha! Seis dias depois da viagem da princesa, a criadagem do palácio de Sandringham se deparava com uma triste cena: a rainha Elizabeth Bowes-Lyon corria desesperadamente para o quarto de seu marido, onde o corpo inerte dele jazia sobre a cama como se ainda estivesse dormindo. Tamanho sofrimento não era destituído de razão. Afinal, Elizabeth e George permaneceram casados por quase 30 anos e enfrentaram juntos momentos de grande dificuldade em seu reinado. De acordo com Sally Beddel Smith:

Para um casal altamente convencional, os 28 anos de George VI e Elizabeth juntos foram repletos de dramas inesperados e indesejados. Primeiro veio a traição fraterna de seu irmão, o duque de Windsor. As imensas provações da Segunda Guerra Mundial levaram o rei ao limite e recorreu profundamente às reservas de força da sua esposa. Eles enfrentaram novamente os desafios das privações do pós-guerra e das mudanças sociais chocantes, ajustando-se a um governo socialista que contrariava muito do que defendiam. Em suas cinco décadas de viuvez, Elizabeth solidificou o legado do falecido rei. Ela atravessou o século XX e merecidamente conquistou o amor do povo como avó da Grã-Bretanha. Os quinze anos como rei e rainha começaram com apreensão e incerteza e terminaram com sofrimento estoico e morte prematura. Resgataram e reconstruíram uma monarquia abalada pela crise de abdicação. Na sua liderança durante a guerra, mostraram ao mundo a sua coragem pessoal e capacidade de inspirar. E através do exemplo e da instrução, prepararam a filha mais velha para a sua eventual sucessão ao trono, preparando o terreno para uma nova era elisabetana que asseguraria a fundação da monarquia ao longo do século XX e até ao século XXI (SMITH, 2023, p. XXX).

Beijando-lhe a testa pela última vez, a viúva do rei deu ordens para que fosse feita uma vigília em torno de seu cadáver. Em seguida, solicitou que “Lilibet” fosse informada do ocorrido o quanto antes. “A Rainha tem que ser informada”, disse ela, reformulando sua primeira frase. A jovem que partira de Londres aos 25 anos como princesa, retornaria agora como soberana. A partir de então, Elizabeth Bowes-Lyon assumiu o título de rainha-mãe, em vez de rainha-viúva. 1952 também seria o ano das três rainhas, com Mary de Teck compondo o triunvirato. Esse poderoso matriarcado comandou a Casa Real durante a fase de transição de reinados, até a morte da mais velha, em 1953, meses antes da coroação de sua neta.

Fotografia da rainha-mãe Elizabeth Bowes-Lyon, tirada por Cecil Beaton.

A rainha Mary de Teck, a princesa Elizabeth, então duquesa de Edimburgo e a rainha Elizabeth Bowes-Lyon, posando juntas com a recém-nascida princesa Anne. O registro foi feito por ocasião do batizado da futura Princesa Real, em 21 de outubro de 1950, reunindo filha, mãe, avó e bisavó na mesma imagem. Para a ocasião, a futura rainha Elizabeth II vestiu a segunda criança nascida de seu casamento com Philip, duque de Edimburgo, com o mesmo vestido de batismo que ela própria usou, em 1926.

Fotografia da família real, tirada em 1951, após o batizado da princesa Anne. Da esquerda para a direita: a rainha-viúva Mary de Teck, o rei George VI, a princesa Elizabeth com a bebê Anne no colo, o príncipe Philip e a rainha Elizabeth Bowes-Lyon segurando o príncipe Charles.

O rei George VI, visivelmente abatido pela doença, posando entre sua esposa, a rainha Elizabeth Bowes-Lyon, e sua filha, a princesa Margaret. O registro foi feito em 1951 pela fotógrafa da alta sociedade, Dorothy Wilding. Poucos meses depois dessa foto, o rei estaria morto.

Com a ascensão de Elizabeth II ao trono, após a morte de seu pai, o rei George VI (em 6 de Fevereiro de 1952), três rainhas passaram a viver no Reino Unido: a nova soberana reinante e sua avó, rainha Mary (viúva do rei George V) e Elizabeth, a rainha-mãe. Nesta foto, tirada em 11 de fevereiro de 1952, três gerações da mesma família, representada por essas mulheres, aguardam na estação ferroviária de King’s Cross, em Londres. Um trem especial traz o caixão de George VI direto de Sandringham House, onde ele faleceu, para o funeral de Estado, em Westminster Hall.

Para a coroação de Elizabeth II, em 2 de junho de 1953, a rainha-mãe surgiu deslumbrante na Abadia de Westminster, seguida por sua filha, a princesa Margaret. Usava sua coroa (sem os semiarcos do topo) e seu manto púrpura de Estado. Durante a sessão de fotos ocorrida depois da cerimônia, o pequeno Charles e sua irmã, Anne, estavam correndo de um canto a outro da Sala de Estar Verde, atrapalhando assim o trabalho do fotógrafo Cecil Beaton, que estava fazendo os registros oficiais do dia. Foi quando a mãe da rainha puxou seu neto inquieto e, num instante, as lentes da máquina conseguiram capturar uma das imagens que o fotógrafo considerou a mais bonita da sessão. Como ninguém conseguia achar as babás dos príncipes, “a rainha-mãe os ancorou em seus braços, baixou a cabeça para beijar o cabelo do príncipe Charles e proporcionou uma fotografia incrível”, recordou-se Cecil Beaton anos mais tarde. “De repente, eu tinha aquela maravilhosa cúmplice, alguém que me ajudaria a passar por tudo aquilo”. Com um sorriso no rosto, a rainha-mãe se divertia olhando para seus netos, Charles (atual rei Charles III) e Anne, entretida com suas brincadeiras.

Pelos próximos 50 anos, a rainha-mãe exerceria grande influência nas decisões de sua filha. A princípio, ela demonstrou alguma resistência para sair do Palácio de Buckingham, insistindo para se mudar para os apartamentos superiores. Em seguida, ela concordou em se mudar com a princesa Margaret para a recém-reformada Clarence House. Mãe e filha tinham sérios desentendimentos, especialmente por causa do comportamento impulsivo da princesa. Conforme esclarece Tina Brown:

Ambas, Margaret e a mãe, se sentiram abandonadas quando Elizabeth subiu ao trono aos 25 anos. Presas uma à outras, passaram seus anos mais difíceis juntas após a coroação da rainha, quando tiveram de se mudar do Palácio de Buckingham para a Clarence House, muito menor. A rainha sabia como elas se sentiam: “Mamãe e Margaret carregam a dor maior, pois o futuro delas deve parecer muito vazio, ao passo em que eu tenho um trabalho e uma família em que pensar” (BROWN, 2022, p. 128-9).

Um assunto em que as duas decididamente não concordavam era sobre o envolvimento de Margaret com o capitão de grupo, Peter Townsend. Para a rainha-mãe, a possibilidade da filha se casar com um homem divorciado remetia às memórias infelizes da abdicação de Edward VIII e da crise que aquilo havia causado na monarquia. As duas tinham discussões terríveis por causa desse assunto e, durante um bate-boca, Margaret teria atirado um livro contra a cabeça da mãe. Mas, para a infelicidade da irmã da rainha Elizabeth II, ela teve que desistir do romance com Townsend. Em 1960, ela se uniu em matrimônio com o fotógrafo Antony “Tony” Armstrong-Jones. A rainha-mãe, por sua vez, apreciava bastante o trabalho do novo genro. O casamento de Margaret, entretanto, desaguou para uma situação infeliz, na qual marido e esposa se insultavam mutuamente.

Fotografia da rainha Elizabeth Bowes-Lyon. É possível ver a consorte do rei George VI e mãe da futura rainha Elizabeth II usando a faixa azul com a insígnia da Ordem da Jarreteira, a belíssima Tiara Greville e o colar de pérolas e diamantes que pertenceram à rainha Alexandra (avó de seu marido).

A rainha-mãe, Elizabeth Bowes-Lyon, com um sorriso no rosto, enquanto se divertie olhando para seus netos, Charles (atual rei Charles III) e Anne. O registro informal foi feito em meio à sessão de fotos após a coroação da rainha Elizabeth II, em 2 de junho de 1953.

Belíssima fotografia da rainha-mãe, Elizabeth Bowes-Lyon, com seu neto, o príncipe Charles, atual rei Charles III. O registro foi feito no Palácio de Buckingham, na tarde do dia 2 de junho de 1953, durante a sessão de fotos ocorrida depois da cerimônia de coroação da rainha Elizabeth II.

A princesa Margaret e Elizabeth, a rainha-mãe, posando para as lentes de Cecil Beaton, na sala do trono do Palácio de Buckingham, em 2 de junho de 1953. A imagem faz parte do álbum de coroação da rainha Elizabeth II, cuja cerimônia havia ocorrido mais cedo naquele mesmo dia, na Abadia de Westminster. Tanto a princesa quanto sua mãe usam criações do estilista Norman Hartnell, por baixo de seus mantos de veludo púrpura, forrados com pele de arminho. egundo Lady Glenconner, dama de companhia da princesa Margaret, a irmã da rainha estava triste na ocasião, algo que ficou transparente nas filmagens. A princesa se recordava da última cerimônia como essa na qual tomara parte, ainda muito criança, quando seu pai fora coroado rei da Grã-Bretanha e imperador da Índia, em 1937. Pouco mais de um ano se passara desde a morte do último monarca, em 1952, e Margaret ainda lamentava pela falta do pai, que a considerava a razão de sua alegria.

A rainha Elizabeth Bowes-Lyon e a princesa Margaret, com seu característico olhar de soslaio, em 1951. Mãe e filha teriam muitos desentendimentos enquanto viviam sob o mesmo teto, na Clarence House.

Depois do nascimento dos filhos, eles começaram a manter casos extraconjugais. Em 1977, a separação do casal foi oficializada. O primeiro divórcio real desde Henrique VIII e Ana de Cleves, em 1540. A rainha-mãe passou por tudo isso bastante chateada, mas decidida a oferecer ao público outro casamento de contos de fadas, no qual os súditos pudessem enxergar um ideal. A viúva de George VI jamais voltou a se casar após a morte do marido e enxergava o matrimônio como uma missão. Dessa forma, ela começou a procurar uma noiva adequada para seu neto, o príncipe Charles. Quando ouviu falar de Lady Diana Spencer, neta de duas de suas damas de companhia, Ruth, baronesa Fermoy e Cynthia, condessa Spencer, passou a ser uma das maiores defensoras da união entre o herdeiro do trono com uma filha da nobreza, 12 anos mais nova do que ele. A rainha-mãe trouxe Diana para morar consigo na Clarence House, semanas antes do chamado “casamento do século”, em 1981. Também presenteou a nova “neta” com uma magnífica gargantilha de fios d pérolas, cujo fecho de diamantes tinha uma enorme safira de corte oval incrustrada.

Assim como aconteceu com a princesa Margaret, o casamento de Diana e Charles estava fadado ao fracasso. No processo de separação, a rainha-mãe ficou do lado de Charles, supostamente seu neto favorito. Por meio de amigos, ela rebatia várias críticas de Diana à monarquia, afirmando que a princesa de Gales era uma mulher ressentida, que não havia sequer completado seus estudos. Durante o período que ficou conhecido como Guerra dos Gales, na década de 1990, quando segredos de alcova do Palácio eram expostos pelos tabloides, a rainha-mãe foi o único membro da realeza que manteve sua reputação intacta. Muito ainda a enxergavam como um símbolo da resistência britânica na Segunda Guerra Mundial. Na opinião de seu principal biógrafo, William Shawcross:

Em sua longa vida, o mundo passou por mudanças tecnológicas com velocidade sem precedentes e transformações políticas de violência excepcional. Passou da era das viagens a cavalo para a das viagens pelo espaço. A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Russa derrubaram os imperadores da Áustria, Alemanha e Rússia. Muitos outros reis e rainhas europeus deixaram seus tronos posteriormente. O Reino Unido sofreu o trauma da Grande Guerra e então enfrentou desafios quase contínuos de ordem econômica e turbulência políticas, da guerra e da ameaça de conflito – através de uma recessão mundial, da abdicação do Rei Edward VIII, da Segunda Guerra Mundial, da Guerra Fria. A rainha Elizabeth tinha chegado a um acordo com mudanças massivas – a perda do império, o crescimento de uma moderna Comunidade multirracial de estados recém-independentes na Ásia e em África, e uma revolução social na própria Grã-Bretanha que tinha começado com o primeiro governo trabalhista maioritário. eleito em 1945 (SHAWCROSS, 2000, p. 3-4).

Esse status de amuleto místico dos tempos da Guerra foi confirmado em 1995, no aniversário de 50 anos do término do conflito, quando ela surgiu sorridente na sacada do Palácio de Buckingham. Vivendo entre o Royal Lodge, no parque no Castelo de Windsor e no Castelo de Mey, na Escócia, Elizabeth Bowes-Lyon ainda era uma força por trás do trono. Sua ascendência sobre a rainha Elizabeth II superava, inclusive, a do príncipe consorte. A monarca reinante dificilmente tomava qualquer decisão sem antes consultar a mãe.

Fotografia tirada em 1980 da rainha Elizabeth II e da princesa Margaret, abraçadas à sua mãe, a rainha Elizabeth Bowes-Lyon.

A rainha Elizabeth II com sua mãe, a rainha Elizabeth Bowes-Lyon, e sua irmã, a princesa Margaret, em 1980, por ocasião do aniversário de 80 anos da rainha-mãe e de 50 anos da princesa Margaret.

Retrato da rainha-mãe, Elizabeth Bowes-Lyon, tirado em 1982. O reflexo da luz sobre o vidro da janela por trás da qual a viúva do rei George VI está posando, por sua vez, empresta à fotografia um efeito incrível. Aos 82 anos, a mãe da rainha Elizabeth II era quase uma figura mística saída de reinados passados e uma testemunha de superação dos momentos mais difíceis da Casa de Windsor, como a crise de abdicação do rei Edward VIII e a Segunda Guerra Mundial. Para esse retrato, Elizabeth Bowes-Lyon usa a belíssima Tiara Greville, o colar de pérolas e diamantes da rainha Alexandra, a faixa azul da Ordem da Jarreteira e as insígnias da Ordem de George VI e da Ordem de Elizabeth II. Tudo isso combinado com sua expressão terna e sorriso cândido.

A rainha-mãe, cercada por seus netos e netas, em 1980: em pé, da esquerda para a direita: David, visconde Linley, príncipe Andrew, Charles, príncipe de Gales e o príncipe Edward. Sentadas, entre a avó: Lady Sarah Armstrong-Jones e a princesa Anne.

A rainha-mãe no balcão do Palácio de Buckingham em 1995, acompanhada por suas filhas, a rainha Elizabeth II e a princesa Margaret.

Elizabeth Bowes-Lyon permaneceu uma figura muito querida até a sua morte. Próxima de completar o seu centenário, ela andava com a ajuda de duas bengalas. Sua figura encurvada, vestida de preto, foi vista entrando na Abadia de Westminster para o funeral de Diana, no trágico acidente que ceifou a vida da princesa, em 31 de agosto de 1997. Um capítulo doloroso no reinado de Elizabeth II se encerrava. A rainha-mãe, por outro lado, se recusava a aceitar o envolvimento de Charles com Camilla. Enquanto ela estivesse viva, jamais cogitaram a hipótese de se casar. Em seus últimos anos, a viúva de George VI se transformou em uma velhinha muito simpática, com os dentes escurecidos pelo consumo diário de gin. Gostava de uma boa piada e adorava a companhia dos bisnetos. Seu aniversário de 100 anos, em 2002, foi uma verdadeira festa nacional, na qual a mãe da soberana reinante foi entusiasticamente ovacionada. Na plateia dos desfiles comemorativos, uma adoecida princesa Margaret assistia aos espetáculos. A princesa morreu em 9 de fevereiro de 2002, para enorme consternação de sua mãe. Para conforto de Elizabeth Bowes-Lyon, ela também não permaneceria por muito mais tempo.

Em 30 de março de 2002, falecia a rainha-mãe, Elizabeth Bowes-Lyon, aos 101 anos. Sua última aparição pública havia sido em 15 de fevereiro, por ocasião do funeral de sua filha mais jovem na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor. Exatamente 50 dias depois da morte da princesa Margaret, a velha rainha expirou pela última vez no Royal Lodge, na área do Windsor Great Park. Sabendo que sua morte se aproximava, pouco antes de deslizar para a inconsciência a rainha-mãe havia encomendado pirâmides de ovos de Páscoa para seus netos e distribuiu pequenos presentes para seus serviçais. Finalmente, no sábado de aleluia, seu corpo centenário encontrou o descanso merecido. Em seu tributo à rainha-mãe, televisionado para para o povo britânico, Elizabeth II disse:

Havia nela, na adorável frase de George Eliot, “a doce presença de um difundido bem”. Como o sol, ela nos banhou com seu brilho caloroso. Agora que o sol se pôs e o frio da noite chegou, parte do calor que absorvemos está fluindo de volta para ela. Se há um versículo da escritura que capta o que ela tem de melhor, talvez seja a descrição de uma mulher graciosa no capítulo final do livro de Provérbios. Diz: “Sua melhor roupa consiste de força e dignidade; é otimista em relação ao futuro!”. Força, dignidade e riso – três grandes presentes que honramos e celebramos hoje. A força da rainha-mãe como pessoa era melhor expressa por meio da notável qualidade de seu trato com as pessoas – sua capacidade de fazer com que todos os encontros humanos, embora fugazes, parecessem especiais e pessoais.

A rainha Elizabeth II sofreu a dor da perda de todos estes entes queridos, permanecendo firme e forte não apenas por si, mas também por sua família e pela instituição que ela carregava nas costas. Em 2022, Lilibet, ou Betinha, como carinhosamente a chamamos, regressou para junto daqueles que ela tanto amou. A família original de quatro membros (“nós quatro”, como gostava de dizer o rei), chegou ao fim. Com a mesma resiliência demonstrada em 70 anos desde que ascendeu ao trono, a rainha aguardou pacientemente pelo momento em que finalmente pôde se reunir aos seus pais e irmã.

Referências Bibliográficas:

BROWN, Tina. Os arquivos do Palácio: por dentro da Casa Windsor: a verdade e a voragem. Tradução de Denise Bottmann e Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

RUSSELL, Gareth. Do let’s have another drink: the singular wit and double measures of Queen Elizabeth The Queen Mother. Great Britain: William Collins, 2022.

SHAWCOROSS, William. Queen Elizabeth, The Queen Mother: The Official Biography. London: Macmillan, 2009.

SMITH, Sally Bedell. George VI and Elizabeth: the marriage that shaped the monarchy. Great Britain: Penguin Random House, 2023.

VICKERS, Hugo. Elizabeth The Queen Mother. London: Arrow Books, 2005.

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