Desde que foram assassinados pelos bolcheviques, em 17 de junho de 1918, o czar Nicolau II, sua esposa Alexandra Feodorvana, suas filhas Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, assim como o herdeiro Alexei, têm sido objeto de uma espécie de culto que se intensifica ao longo dos anos. Inúmeras teorias sobre uma possivel fulga das vítimas fora alimentada por muitas pessoas, que se apegavam à vaga esperança de que alguma delas poderia ter sobrevivido, como é o caso da Grã-Duquesa Anastásia, para quem já foi dedicada até mesmo um desenho animado. A curiosidade que cerca a última família de governantes da Rússia Imperial se manifesta tanto através de livros, como filmes e inclusive por meio de exposições, como a que a está para ocorrer na cidade de Saint-Briac, localizada no oeste francês.

Gão-Duque Cyril Vladimirovitch.

Após Nicolau II e sua família terem sido assassinados em 1918, o restante dos Romanov, incluindo os irmãos e primos do imperador, encontravam-se em grande perigo de vida, caso permanecessem na Rússia. Sendo assim, alguns deles decidiram se refugiar em vário locais da Europa. A mãe de Nicolau, a imperatriz-viúva Maria Feodorovna, por exemplo, partiu para a Inglaterra, para ficar ao lado de sua irmã. Em 1921, o primo de Nicolau, o Grão-duque Cyril Vladimirovitch, mudou-se para a cidade de Saint-Briac, na França, juntamente com sua esposa, a Grã-duquesa Victoria Féodorovna, e seus três filhos: Maria, Kyra e Wladimir. Durante o período entre guerras, (1918-1939) membros sobreviventes da família imperial se reuniam na costa Esmeralda (próximo a Saint-Briac), que acabou se tornando ponto de encontro entre eles, 80 anos depois.

O local, então, se tornou repositório de muitas histórias ligadas à família imperial russa e lembranças dos tempos de outrora. Contudo, nenhum evento de grande porte havia sido criado para celebrar a presença daquelas pessoas. Com base nisso, uma equipe de especialistas resolveu reunir vários itens ligados aos Romanov, para organizar uma exposição na cidade de Saint-Briac, cuja inauguração está prevista para o mês de junho. Na opinião de Cyrille Boulay, historiador especialista na queda dos Romanov e curador da amostra, “Essa exposição, até então inédita na França, apresentará ao público cerca de 300 peças de arte, incluindo retratos do Czar Nicolau II, esposa e filhos, bustos, gravuras, porcelanas, itens de ourivesaria, assim como objetos pessoais que pertenceram à família imperial.”.

Os organizadores da exposição, da esquerda para a direita: Chantal de la Monneraye, conselheira municipal, Mélanie Billot-Toullic primeira adjunta, Vincent Denby-Wilkes, prefeito, Cyrille Boulay, curador, Marc Bonnel e Michel Boudard.

Serão expostos itens raros e pouco conhecidos pelo público, como por exemplo, o selo oficial do cazar Nicolau II, uma coleção de miniaturas do regimento dos cavaleiros de guarda, que pertenceu à Grã-duquesa Maria Pavlovna, e também o livro de visitas de Ker Argonid, que contém assinaturas dos membros da família imperial. Marc Bonnel, co-organizador da exposição, intitulada “Os Romanov, de São Petersburgo a Saint-Briac”, anunciou que “no dia 4 de julho, abertura do evento, será realizada uma noite imperial no cassino Dinard”. O preço da entrada para essa “noite imperial”, entretanto, é nenhum pouco convidativo: 100 €!!! O prefeito da cidade, Vincent Denby-Wilkes, está bastante animado com a exposição, destacando a sua grande diferença tradicional.

Fontes: Le Pays Malouin e Le Télégramme