Uma imperatriz silenciada: D. Teresa Cristina de Bourbon

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Soberana consorte do maior país da América Latina por um período de aproximadamente 45 anos, D. Teresa Cristina das Duas Sicílias até hoje permanece como uma interrogação nos arautos da historiografia brasileira. Casada com o Imperador D. Pedro II, conhecido como o “rei filósofo” ou o “monarca cidadão”, ela quase passa despercebida diante dos acontecimentos que marcaram o Brasil na segunda metade do século XIX. O estereótipo da mulher caridosa e cristã, porém limitada intelectualmente, ainda persiste na mente de alguns dos habitantes deste país (desconsiderando-se, nesse caso, a outra grande parcela da população que nem sequer sabe que ela existiu). Entretanto, faz-se necessário a urgências de um novo estudo acerca desta ilustríssima personagem, no intuito de resgatá-la de um campo de análises carregadas de juízos de valor e observações tendenciosas, para apresentá-la, assim, à luz da erudição e cultura que, por sua vez, eram uma marca firme de seu caráter. Teresa Cristina, uma vez tirada à mordaça com que a calaram, pode contar uma história surpreendente, e impressionar, inclusive, aqueles mais incrédulos.

D. Teresa Cristina, c. 1883 (fotografia de Insley Pacheco).

D. Teresa Cristina, c. 1883 (fotografia de Insley Pacheco).

Entre as muitas alcunhas da terceira Imperatriz do Brasil, D. Teresa é especialmente conhecida como a “Mãe dos Brasileiros”, ou, nas palavras de Max Fleiuss, “um serafim de bondade e candura celeste”. Todavia, comparada com as outras soberanas do país, dispomos de pouquíssimo material publicado sobre esta princesa napolitana, que aportou no Rio de Janeiro em Setembro de 1843: D. Leopoldina, por exemplo, foi biografada com excelência por Carlos H. Oberacker Jr., que lhe dedicou um livro até hoje não superado por qualquer outro compêndio que tenha como tema a vida e a influência desta nobre arquiduquesa da casa d’Áustria¹; para D. Amélia de Leuchtenberg, dispomos da obra de Lygia Lemos Torres, além dos ótimos textos e artigos da autoria de Cláudia Thomé Witte. Entretanto, quando o assunto é D. Teresa Cristina Maria, somos obrigados a folhear os muitos livros publicados sobre D. Pedro II, na esperança de encontrar um capítulo que fale de sua esposa, ao menos com o tratamento respeitoso que ela merece. Este último quesito, entretanto, constitui-se numa tarefa bastante complicada.

Talvez a obra em que possamos encontrar a figura da Imperatriz D. Teresa sob um ângulo mais pessimista seja “Condessa de Barral” (Objetiva, 2006) da historiadora Mary Del Priore. Em sua extensa bibliografia, a referida pesquisadora, no presente livro, não cansa de rebaixar a soberana para exaltar as qualidades daquela a quem chama de “a paixão do imperador”, ou seja, Luísa Margarida Portugal e Barros, condessa de Barral e também de Pedra Branca. Referindo-se a Teresa Cristina como invejosa e ciumenta, Del Priore diz que ela fitava a rival com um olhar de cobra e que “devolvia seu ódio à traidora [a condessa], com um terço na mão”. Em contra partida, Luisa tinha pela mulher de seu suposto amante “um misto de compaixão e desprezo”, uma vez que “a imperatriz nunca chegou aos seus pés”. Por meio de livros como esse, dificilmente o leitor terá qualquer apego pela figura de Teresa Cristina, interpretando-a como uma mulher ressentida e mal amada.

Não obstante, a própria descrição que Mary Del Priore faz da Imperatriz é tão grosseira, que através dela é possível sentir nada senão compaixão de D. Pedro II, quando este subiu a bordo da fragata Constituição, em Setembro de 1843, e decepcionou-se ao ver que sua consorte em nada se parecia com o retrato que lhe haviam enviado da mesma. Diz a historiadora sobre o aspecto físico de D. Teresa Cristina o seguinte:

“… Tinha o nariz dos ancestrais – em formato de berinjela –, olhos miúdos, lábios estreitos e queixo duro. Os cabelos escuros amarrados em bandós sobre a orelha acentuavam o perfil comprido. Talvez por tudo isso, sorria pouco. As pernas excessivamente arqueadas por debaixo das saias davam a impressão de que ela mancava. Elegância? Nenhuma. Graças? Poucas. Só a voz de contralto que exercitava em pequenos trechos de óperas italianas e a facilidade com que se acompanhava no piano…” (PRIORE, 2008, pag. 167).

Destarte, segundo a mesma autora, a Imperatriz tivera uma educação “limitada à cesta de costura, ao piano e ao canto”. Entretanto, ao engrandecer as virtudes da condessa de Barral, Mary Del Priore afirma que:

“… Teresa Cristina nada podia contra sua adversária. Compreendia a poesia e a literatura, mas não conseguia memorizar coisa nenhuma. Ouvia comentários nas rodas sociais, mas não fazia qualquer contribuição. Suas ideias religiosas e preconceitos de infância eram um entrave para a sua inteligência” (PRIORE, 2008, pag. 170).

A Imperatriz gostava de se deixar fotografar ao lado de livros, como prova de seu amor pelo conhecimento (fotografia de Carneiro & Gaspar e coloração de J. Courtois).

A Imperatriz gostava de se deixar fotografar ao lado de livros, como prova de seu amor pelo conhecimento (fotografia de Carneiro & Gaspar e coloração de J. Courtois).

Todavia, como uma mulher que compreendia literatura e poesia, mas não conseguia memorizar nada, pôde deixar um acervo documental tão vasto, como o que se encontra no Museu Imperial de Petrópolis? Seus dez diários pessoais, que dão conta de sua vida cotidiana na corte, além das viagens que fazia e óperas a que assistia, são mais do que prova do quanto ela era capaz de processar assuntos que estivessem ligados à cultura de seu povo e à geografia do país ao qual reinava na qualidade de imperatriz consorte. Além do mais, como uma pessoa de “inteligência limitada” devido à sua “consciência religiosa”, pôde cultivar uma paixão pela arqueologia e antiguidade clássica, a ponto de negociar com seus parentes em Nápoles a importação de numerosas peças antigas que datavam do século V a.C., para fazerem parte dos museus e exposições que organizava? Não só isso. Como uma Imperatriz que não fazia qualquer contribuição nas rodas sociais pôde ter exercido uma influência tão significativa nos fluxos migratórios de italianos para o Brasil? São essas apenas algumas interrogações importantes para desconstruirmos a imagem estereotipada de D. Teresa Cristina, feita por alguns historiadores, contrapondo argumentos como os supracitados com os registros da época.

É conhecido, por exemplo, o seu grande amor pelas inovações científicas do período, especificamente pela fotografia. Em muitas delas podemos observar a Imperatriz com seu marido e filhas, acompanhada de livros, como um sinal do seu interesse pela erudição. Não obstante, apesar do reino das Duas Sicílias não ser tão desenvolvido como as grandes monarquias da Inglaterra, Espanha, França e Áustria, ela praticamente tinha como quintal de sua casa um imenso sítio arqueológico, com peças que contavam em primeira mão todo o glorioso passado da antiga Magna Grécia. Sendo assim, seria bastante equivocado supor que uma mulher, mesmo que fervorosamente religiosa, fosse insensível a ponto de não absorver a imensa atmosfera cultural que sua pátria oferecia. Tendo nascido a 14 de março de 1822, Teresa Cristina de Bourbon fora instruída na infância por mosenhor Olivieri, e “possuía uma natureza sensível, inteligência apurada e inclinada ao culto das artes” (GUIMARAES, 2011, p. 5).

Banco revestido em mosaicos de conchas e cacos de louça, pela Imperatriz D. Teresa cristina.

Banco revestido em mosaicos de conchas e cacos de louça, pela Imperatriz D. Teresa cristina.

Com efeito, como a própria Mary Del Priore deu-nos a entender, D. Teresa possuía um talento para o canto. Essa peculiaridade também é manifestada pelo pessoal interesse que a soberana tinha pela Companhia de Ópera Italiana, tendo, inclusive, participação direta na vinda de dançarinos, atores e músicos para se apresentarem no Brasil. Segundo Aniello Avella,

“… A imperatriz, por sua vez, encarnava aos olhos dos súditos o mito da latinidade transplantada nas Américas. Em vista da representação utópica da monarquia, a sua função foi da maior importância: ela, pois, havia trazido aos trópicos a herança dos gênios tutelares da tradição clássica, renovada através das obras de todos os que iam exibir seus talentos naquele Éden chamado Brasil” (AVELLA, 2010, p. 8).

Contudo, a colaboração de D. Teresa não fica apenas restrita ao campo artístico e arqueológico. Sabe-se, por exemplo, que ela exerceu influência junto a D. Pedro II no tocante à imigração de trabalhadores italianos para o país, não só para as lavouras de café, como também médicos, engenheiros, professores, farmacêuticos, enfermeiras, artistas e artesões (VANNI, 2000, p. 41-42 apud AVELLA, 2010, p. 9).

D. Teresa Cristina, c.1876 (fotografia de Insley Pacheco).

D. Teresa Cristina, c.1876 (fotografia de Insley Pacheco).

Assim como a Imperatriz D. Leopoldina tivera um papel importante na vinda de alemães para o Brasil e na formação de uma colônia para os mesmos, sua sucessora também tivera uma função semelhante quanto à vinda de pessoas de sua terra natal para trabalhar no país, possibilitando assim, em 1847, a criação da Colônia Vallones dos Reados². Não obstante, D. Teresa pôde dar à posteridade uma prova do quanto ela tinha sensibilidade artística, através dos objetos de decoração que ela mesma produziu nos jardins do Paço de São Cristóvão. Utilizando-se para este trabalho de materiais tais como conchas e cacos de louça, ela cobriu os bancos, fontes e paredes do Jardim das Princesas, através de uma técnica conhecida como embrechamento, com interessantíssimas colunas de mosaicos que até hoje podem ser observadas e admiradas no referido local.

Entretanto, apesar de sua presença ser notável em muitos aspectos da vida no segundo Império, ainda nenhuma obra séria acerca desta admirável personalidade fora publicada. Talvez por ser uma mulher de caráter reservado, ela possa despertar pouco interesse para boa parte dos pesquisadores, mais interessados em dissecar a vida privada de seu marido. O Museu Imperial de Petrópolis, por exemplo, abriga uma impressionante coleção que leva o nome da Imperatriz³, contendo as peças antigas que ela importou de Nápoles para o Brasil, entre outros itens bastante interessantes. No entanto, esse detalhe passa quase despercebido ao olhar do contemporâneo, fascinado pela vida de D. Pedro II e desinteressando pela sua esposa. Ao contrário do que muitos pensam, D. Teresa Cristina fala, seja através de sua arte, ou por meio de seus próprios diários e fotografias, o importante é que ela tem a sua própria voz. Mas a grande dificuldade, e também o “X” da questão, é encontrar alguém disposto a ouvi-la.

Referências Bibliográficas:

AVELLA, Aniello Angelo. Teresa Cristina Maria de Bourbon, uma imperatriz silenciada. In: Anais do XX Encontro Regional de História: História e Liberdade. ANPUH/SP – UNESP-Franca. São Paulo, set. 2010.

CALMON, Pedro. História de D. Pedro II. – Rio de Janeiro: J. Olympio, 1975. Cinco Vols.

GUIMARAES, Lucia Maria Paschoal. Teresa Cristina de Bourbon (1822-1889): a face oculta da imperatriz silenciosa. In: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH. São Paulo, Jul. 2011.

PRIORE, Mary Del. Condessa de Barral.  – Rio de janeiro: Objetiva, 2008.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador. – 2ª Edição – São Paulo: Companhia das Letras, 2012.


¹ Para além do livro de Carlos Oberacker, D. Leopoldina possui uma coleção de correspondências suas publicadas em 2006 pela editora Estação Liberdade sob o título de “Cartas de Uma Imperatriz”. 

² Primeira Colônia de Italianos a se instalar no interior na Província.

³ Coleção Thereza Christina Maria.

56 comentários sobre “Uma imperatriz silenciada: D. Teresa Cristina de Bourbon

  1. Parabéns Renato por este ótimo texto que desmistifica essa grande mulher!
    É uma pena ver historiadoras de renome não ter um mínimo de cuidado com a imagem e a memória de D. Teresa Cristina.
    No fim do ano passado, estive na Quinta da Boa Vista e pude ver que lá existe uma enorme coleção de artefatos de diferentes culturas e regiões do mundo que leva o nome dela por ter sido ela quem os reuniu durante sua vida. Como uma mulher assim pode ter sido pouco culta e inteligente? Seu texto fez um grande serviço à memória dela! Parabéns!
    À propósito, depois que você escreveu este texto, foi publicado algum livro sobre ela? Biografia?

    Grande abraço

    Curtir

    • Oi Pedro, Muito Obrigado! A Coleção Teresa Cristina foi doada pelo próprio D. Pedro II ao Brasil. Uma prova do quanto ele adora a esposa. É realmente uma pena que poucas pessoas conheçam nossa imperatriz, embora ela tenha reinado no Brasil por 45 anos.
      Ano passado, o pesquisador italiano Aniello Angelo Avella publicou pela UERJ o livro “Teresa Cristina de Bourbon: uma imperatriz napolitana nos trópicos, 1843-1889”. Pouco tempo depois, foi lançada pela Cia do Livro a obra “Sua Majestade Imperial D. Thereza Christina Maria de Bourbon e Bragança”, escrita pelo professor Rogerio da Silva Tjäder

      Curtido por 1 pessoa

    • Existe uma dissertação de mestrado de 2014, disponívelo no site da Universidade Federal de Uberlândia e artigos que tratam dos diários e cartas de Teresa Cristina.

      Curtir

  2. Excelente trabalho! Até que enfim encontrei alguém que “tem olhos de ver” e mostrou o que é ser verdadeiramente um biógrafo, que sabe concluir com dignidade sem apresentar opinião pessoal que desmerece essa figura histórica, tal como você fez, Soube apresentar a verdadeira imperatriz, que tinha amor às artes e a cultura. O diário da baronesa de Loreto, sua dama de companhia que acompanhou a família real quando aconteceu o golpe militar dos respublicanos expulsando-os do Brasil, revela como D. Pedro chorou quando ela faleceu, Ele sabia quem era a esposa: amiga, companheira, com muitos predicados, É de se lastimar que uma autora se disponha a criticar a imperatriz Tereza Cristina sem ter feito as considerações, muito bem feitas, como as que você apresentou. Aliás, já li que também fez o mesmo com a princesa Isabel. Nem sempre escrever bem é escrever o correto.

    Curtir

  3. Uma desconhecida, não resta dúvida. Sua filha Leopoldina tinha surtos raivosos em função do comportamento da imperatriz. perante seu processo de namoro com o Duque de Saxe. O Conde D’Eu deixou registrado uma cena inacreditável: iam todos da família andando em direção à sala de refeições do Paço de S. Cristóvão, quando o imperador esbarrou na claudicante imperatriz. Esta caiu e quebrou o braço, e o imperador nem se deu conta do ocorrido. Ela lhe pesava….disso não há qualquer dúvida ! Agia nos bastidores, temos indícios que apoiava seu neto Pedro Augusto para a sucessão de Pedro II, por direito a sucessão pertencia à Princesa Isabel. Tinha gênio forte !

    Curtir

  4. Gostei muito, pois fez parte de nossa história e deveria ser mais rico como também, maior conteúdo e melhor divulgado mais acervos.

    Grata por mais pobre que seja foi de extrema importância.

    Teresa Cristina Araújo de Sousa .

    Curtir

  5. Parabéns pelo artigo Renato. A única forma de colaborarmos pra desfazer a injustiça a memória de D. Teresa Cristina é continuar divulgando e escrevendo sobre as grandes contribuições que ela trouxe pro Brasil. Sabemos que não é interessante pra muita gente enumerar feitos de grandes mulheres do passado que tem em seu perfil cultura e vanguarda, ao invés de “sex apil”. Afinal, uma mulher que se embrenhava pela arqueologia em pleno século XIX é algo a se engrandecer. Realmente me envergonho ao ver mulheres, como a tal historiadora, que desvalorizam outras mulheres importantes pra ganhar dinheiro vendendo falsos romances biográficos, utilizando-se de artifícios e distorções de fatos históricos.

    Curtir

  6. Uma bela obra, fiquei curioso, talvez eu gostaria de escrever sobre ela. Minha cidade tem o nome dela e nem sabia, mas agora estou ciente disso. Uma mulher misteriosa.

    Curtir

  7. Se conseguisse juntar mais informações sobre Teresa Cristina e fizesse um livro, seria tão importante,tão valioso! Você pode ajudar a revelar a história de uma figura muito importante que é esquecida.

    Curtir

  8. Adorei o livro da escritora Mary Fel Priore, ” A carne e o sangue”.; no entanto ela não foi feliz com o livro onde deturpou a imagem da Imperatriz Teresa Cristina.

    Curtir

  9. Sempre me interessei bastante sobre a vida da imperatriz Teresa Cristina. Mas, como o senhor disse, é difícil. Principalmente algo sério, que fuja dos estereótipos. Procurando muito consegui saber mais sobre ela, em pesquisas na Internet e em livros. A descrição que alguns fazem sobre Teresa Cristina, realmente, se contradiz muito com o que há nos museus, sobre ela. Acho também que, seu caráter mais reservado não interessa muitos biógrafos. Espero que isso mude.

    Curtir

  10. Que alívio ao ler esse texto! Terminei agora o livro da Priore e fiquei bem indignada por várias vezes que foi citado de forma grosseira, baixa sobre Tereza Cristina. Eu sabia que a imperatriz não era exatamente o que ela disse ali.

    Curtir

    • Rosi, ela fez mais ou menos o mesmo que Cláudio Bojunga fez em sua biografia “JK – O artista do impossível”: para justificar os adultérios de Juscelino, descreveu dona Sarah como severa e esnobe, sendo que ela lutou pelo marido até depois da morte dele.

      Curtir

  11. Parabéns Renato. Texto corajoso e que enfrenta os preconceitos contra a imperatriz que escritores e escritoras ajudaram a manter. Seu trabalho é excelente.

    Curtir

  12. Bem, pelo exposto fica claro que a historiadora Dele Priore fez uma clara preferência pela “amante” do imperador. Não levou em conta nenhuma qualidade ou valor da Imperatriz. A militância hoje em dia vai até no passado para criar narrativas e mudar o futuro. Lamentável!

    Curtir

  13. A Mary Del Priori pecou gravemente ao analisar uma mulher do séc. XIX com critérios do séc. XXI. Como historiadora ela tem obrigação de considerar tal diferença. Chama-se a isso, contextualização!

    Curtir

    • Eu gosto muito da Mary Del Priore. Os trabalhos dela sobre gênero e história da sexualidade são excelentes obras introdutórias para quem quer se aprofundar sobre o assunto. Mas em “A Condessa de Barral” creio que ela pecou ao diminuir a personalidade de uma mulher para exaltar a de outra. Algo parecido aconteceu em “A Carne e o Sangue”, quando ela comparou Dona Leopoldina a um saco de batatas.

      Curtir

  14. Leiam “Para você não se esquecer de mim”, de Eugenia Zerbini. Belo romance sobre Thereza Christina, fruto deuita pesquisa histórica. Um belo trabalho e historicamente sério. Vale ler

    Curtir

  15. Adorei o texto! Certamente essa mulher foi menosprezada pelos padrões da época – pois talvez não se encaixasse no estereótipo de beleza. É inadmissível que ainda hoje se faça a mesma leitura dela – mais ainda por nós, mulheres, que queremos nos libertar dos preconceitos que determinam o nosso “ser”.
    Por mais informações, por outros olhares, por mais sororidade ao rever figuras históricas que também viviam dentro de contextos históricos e pessoais que determinaram seus atos.

    Curtir

  16. Amei sua matéria, sobre a Imperatriz do Brasil Thereza Chritina Maria, vc deveria pública lá!
    Matéria excelente, importante, principalmente para os novos públicos!

    Parabéns!
    Obrigada!

    Curtir

  17. Adorei este olhar para esta figura ainda tão pouco descoberta e que sim, faz parte da nossa História!
    Que saiam bons livros sobre ela…
    Que sua verdadeira voz seja ouvida e bem interpretará! 😉

    Curtir

  18. Mesmo que a história , tímida e escondida, não conseguisse revelar para a posteridade a grandeza tamanha da imperatriz, Tereza Cristina; e independente de qualquer motivação política, ainda assim, merece respeito e admiração por sua contribuição, só por estar aqui, no país selvagem da época, contribuindo para elevar as ações de todos os habitantes da nova terra.

    Curtir

  19. Gosto de tudo que se refere a família imperial. E o pouco que leio sobre eles deixa uma ótima impressão da imperatriz D, Tereza cristina, qual mulher que é traída dentro da sua própria casa e não tem qualquer tipo de reação, se tiver está a cima do seu direito, só não compreende quem é cego de entendimento.

    Curtir

  20. Só de ler esse depoimento dá para imaginar o quanto de perversidade e hostilidade sofreu essa imperatriz…tive a consciência despertada e como moro no Rio irei visitar o museu de Petrópolis com a intenção de perceber mais da imperatriz …Agradeço por jogar essa luz sobre nosso alheamento!

    Curtir

  21. Absurdo uma pessoa afirmar que alguém precise memorizar literatura!!! Por vezes, fazem isso aqueles que precisam aparentar conhecimento, uma vez que não o produzem.
    A mulher tinha talento musical, menosprezar isso é de uma parcialidade imensa, além de falta de profissionalismo para um escritor. O Pedroca tinha bom gosto!!

    Curtir

  22. Quero saber a data certa que a imperatriz morreu, a condessa e o dom Pedro ll não estou achando aqui poxa, gostei de ler ameii bastante pensei que o amor de Pedro e condessa ia acabar mais descobri aqui que não kkkkkkkkkk

    Curtir

  23. Parabéns… Muito interessante saber sobre nossa história. E as influências deixadas para nossa cultura… a liberdade da mulher contemporânea…. hoje… nossa gratidão… a contribuição as artes… e a história de modo geral .mas nós falta mais esclarecimentos. Obrigada

    Curtir

  24. É lamentável que o nosso país as pessoas esqueçam da nossa história. Recemente eu conversando com meus alunos sobre fotografia, por sou apaixonada e mostrei algumas fotos antigas da família imperial do Brasil , para minha surpresa as novas gerações nem sabem que eramos um país governando pela monarquia e comecei a contar um pouco sobre nossa história. Não se fala mais sobre a família imperial …e como se não existisse e como se o Brasil existisse a partir de 1889…e o resto foi esquecido. É muito triste ter que saber que a história do meus país é desconhecida .
    Sempre tive muita curiosidade sobre a família imperial, e através de estudos de pesquisadores se descobri relatos de pessoas que não eram dado voz altiva com nossas imperatizes …não possuíam a beleza externa , mas possuíam uma beleza cultural de conhecimentos pelo país que as
    acolheram de maneira deslumbrante , como se fossem filhas da terra mãe.
    Parabéns pelo breve resumo da imperatriz D.Tereza Cristina de maneira tão admirável.

    Curtir

  25. Olá Renato, bela e importante contribuição para conhecermos mais d. Tereza. Uma contribuição importante que dou, é a do livro de Agostinho Marques Perdigão Malheiros “A escravidão no Brasil…”, constar na biblioteca de d. Tereza, que descobri nas pesquisas que realizei para minha dissertação sobre o jurista.
    E como você sinalizou, e que constatei, historiadores reproduzem informações, sem checar a fonte, reproduzindo erros que levam o leitor comum a um entendimento equivocado sobre uma pessoa. Isso aconteceu com Perdigão.

    Curtir

  26. Eu li sobre a condessa de barral e fiquei chocada como Mary Del Priore foi cruel com a imperatriz. Colocar duas mulheres disputando o coração de um homem como se nada mais importasse. Ainda assim, valorizando sobremaneira a “falta” de beleza da imperatriz. Senti verdadeira compaixão pela história de Dona Teresa Cristina e amei saber que eu não estava errada. Obrigada pelo texto.

    Curtir

  27. Excelente texto contando um pouco sobre a história da imperatriz, D, Teresa Cristina. Fico orgulhosa e ao mesmo tempo decepcionada por não terem lhe dado a devida importância q/ exerceu, na época em q/ aqui viveu.
    Passou realmente, segundo a História, por problemas conjugais, mas foi fiel ao seu propósito de esposa, mãe e mto colaborou p/ o desenvolvimento da cultura em nosso país. Pouco sei sobre a nossa História, mas é um assunto q/ me fascina!

    Curtir

  28. Estive em Petrópolis, visitei o museu imperial, voltei culturalmente mais rico, é triste saber que a maioria dos brasileiros não tem conhecimento de sua existência. Quanto a nossa Imperatriz Thereza Christina, a história se repete, assim como a marquesa de Santos se tornou mais famosa que a Imperatriz Leopoldina, com a condessa de Barral ocorreu o mesmo diante de nossa Imperatriz Thereza Christina. Coisas do Brasil.

    Curtir

Deixe um comentário