Novas descobertas em Alexandria podem ajudar na localização da lendária tumba de Cleópatra!

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Uma das soberanas mais famosas da antiguidade, Cleópatra VII do Egito se destacou em uma época em que o mundo greco-romano era majoritariamente governado por homens. Poliglota, versada na arte da conversação, na música e na literatura, Cleópatra era pragmática e perspicaz o suficiente para dialogar com homens como Júlio Cesar e o general Marco Antônio e enfrentar as forças de Otaviano Augusto, primeiro imperador de Roma. Tendo falecido por volta de agosto de 30 a.C., depois de perder a batalha de Áccio, a localização de sua tumba se tornou um dos maiores mistérios da antiguidade. Mas, assim como os antigos segredos do Vale dos Reis, este também pode estar perto de chegar ao fim. As recentes descobertas de múmias e artefatos no antigo templo de Taposiris Magna (Alexandria), referentes ao período em que Cleópatra reinou, indicam que a localização de sua lendária sepultura não esteja tão longe.

Escavando no antigo sítio egípcio de Taposiris Magna, arqueólogos desenterraram 16 sepulturas escavadas na rocha. Uma delas continha uma múmia com uma língua feita de ouro.

No ano passado, os arqueólogos identificaram duas múmias com mais de 2 mil anos em uma câmara funerária no templo de Taposiris. Construído pelo faraó Ptolomeu IV, que reinou sobre o Egito entre 221 e 204 a.C., o templo servia também como necrópole. Desde 2002, quando os trabalhos de escavação no local se iniciaram, foram descobertos 27 túmulos e 10 múmias, que datam do período da ocupação grega. Quase 200 moedas com a possível efígie de Cleópatra também foram achadas, ao lado de dois egípcios que pertenciam à elite do período. A equipe de arqueólogos da Universidade de Santo Domingo, liderados pera Dra. Kathleen Martínez, acreditam que os corpos pertenceram a um homem e uma mulher que foram próximos da última rainha do Egito, o que é corroborado pelas folhas de ouro e demais joias sagradas que adornavam seus restos mortais, já bastante danificados pela ação do tempo.

Dentro das tumbas foram descobertas algumas múmias. Apesar dos seus remanescentes estarem bastante deteriorados, suas máscaras funerárias conservam-se quase intactas.

Recentemente, a equipe desenterrou no local 16 sepulturas esculpidas na rocha, incluindo o esqueleto de uma múmia com uma língua de ouro. Os arqueólogos especulam que a língua do morto foi removida durante o processo de embalsamamento e substituída pelo referido objeto, na crença de que o falecido pudesse se comunicar com o deus Osíris na vida após a morte. Os poços de sepultamento encontrados no sítio arqueológico de Taposiris Magna possivelmente foram construídos durante o reinado de Cleópatra (51 a.C. – 30 a.C.), no interior de uma montanha ou formação rochosa. Dentro deles foram descobertas várias múmias, embora em avançado estado de decomposição. No entanto, suas máscaras funerárias esculpidas em pedra ainda se encontram quase intactas, o que nos dá uma ideia de como aqueles corpos se pareciam em vida. Fragmentos de estátuas, como uma do rei Ptolomeu IV, também foram achados.

 

Os poços de sepultamento, que datam de cerca de 2.000 anos, eram populares nas antigas eras grega e romana, que enterravam restos humanos dentro de uma montanha ou formação rochosa. Cada um dos mortos possuía uma máscara funerária representando suas feições.

Com efeito, o esqueleto com a língua de ouro se encontra bem preservado, com seu crânio e grande parte de sua estrutura quase inalteradas. Os arqueólogos que o encontraram se depararam com a língua de ouro ainda brilhando dentro de sua mandíbula. Eles especulam que o objeto foi colocado como parte de um ritual fúnebre, na esperança de que a alma do falecido pudesse se comunicar com o deus Osíris (divindade do submundo) e implorar por misericórdia. Em outras sepulturas reais, a Dra. Kathleen Martínez descobriu artefatos bastante interessantes, como a máscara de uma múmia com resíduos de douramento e emblemas do deus Osíris. Na cabeça, é possível ver uma coroa ornada com duas hastes e uma serpente no centro, algo típico da realeza egípcia. No peito, havia uma representação do deus Hórus (divindade do ar, associada ao faraó) anexada em um largo colar. O conjunto desses itens indica que o corpo pertencia a um membro importante da aristocracia egípcia.

Os outros túmulos não foram preservados, mas a Dra. Kathleen Martinez, que está liderando a escavação, descobriu uma série de artigos luxuosos e as estátuas sobre os túmulos estão intactas, permitindo que os especialistas vejam quem eram as pessoas por baixo delas.

De acordo com o Dr. Khaled Abo El Hamd, diretor-geral do The Alexandria Antiquities, em um comunicado oficial: “Durante esta temporada, a missão descobriu uma série de achados arqueológicos, o mais importante dos quais é uma máscara funerária feminina, com oito flocos de ouro representando as folhas de uma coroa dourada e oito máscaras de mármore que datam das eras grega e romana”. O oficial egípcio acrescentou ainda que tais máscaras “demostram elevado grau de artesanato em esculturas e representação das características de seus proprietários”. Os objetos encontrados pela equipe da Dra. Martínez mudaram a nossa percepção sobre o templo de Taposiris Magna, onde a arqueóloga acredita que se encontra escondida a sepultura de Cleópatra. Os recentes achados, por sua vez, corroboram para que o mistério sobre a sepultura da rainha lendária, imortalizada ao longo dos séculos tanto pela literatura quanto mais tarde pelo cinema, possa ser em breve solucionado.

Fontes:

Daily Mail – Acesso em 02 de fevereiro de 2021.

Sputink News – Acesso em 02 de fevereiro de 2021.

8 comentários sobre “Novas descobertas em Alexandria podem ajudar na localização da lendária tumba de Cleópatra!

  1. Esta arqueóloga latina está forçando evidências !!! Quer sensacionalismo em cima de um tema célebre ! Até agora não descobriu absolutamente nada relevante ! Não se sabe onde os inúmeros Ptolomeus/Arsiones/Cleópatras foram sepultados ao longo de 300 anos em que reinou esta dinastia, nem ao menos sabemos se foram mumificados. Citam que havia um mausoléu próximo ao palácio real de Alexandria, e que foi neste lugar que a famosa rainha morreu e foi, junto com Marco Antonio, posta num jazido. Jamais Cleópatra seria enterrada em Taposíris num buraco tosco, salvo se fosse um funeral fortuito para ocultar o cadáver despido de pompa. Alexandre Magno estava sepultado em Alexandria, exposto num esquife de vidro e imerso em mel, César visitou o lugar, o mel de fato conservaria seu cadáver perfeitamente e da forma cultural grega ou persa, faz todo sentido que ela tenha sido sepultada próxima dele. Mais uma vez os mitos cinematográficos preponderam , e as atenções do mundo se voltam para factoides banais em busca de holofotes. Caso houvesse qualquer chance remota de se achar algo relevante em Taposíris, já haveria uma grande equipe trabalhando no local. O mesmo vale para a tumba de Nefertiti, sabe-se que muitas peças do equipamento funerário de Tutankhamom foram reutilizados, e que originalmente pertenciam a uma mulher da realeza, fora os que certamente pertenciam ao seu pai Akhnaton. Provavelmente os dois enterros foram desmontados para que o do faraó menino recebesse, rapidamente um funeral reciclado, porém fabulosamente rico , talvez o mais rico de todos os tempos antigos. Pouco provável que se ache a tumba de Nefertiti cercada de luxo e ouro como muitos desejam e pregam.

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  2. A historia do Egito antigo fascina os meros mortais por sua grandeza e pujança naquelas épocas remotas, mais ainda pelos mistérios de seus cultos e técnicas contrutivas. Aguardemos as próximas descobertas e revelações, quiçá a descoberta do túmulo da Rainha Lendária.

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  3. Acho q estão procurando errado . Como Cleópatra era muito inteligente, acho q na verdade ela é seu filho Cezarião fugiram pra não serem mortos . Mais tarde apareceriam como Maria e Jesus . Daí o pq nunca encontrarem os restos mortais de Cleópatra como a rainha do Egito . Em um determinado momento da história isso será decifrado …..

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