Impressionante: animação 3D recria com detalhes o desastre de Pompéia, em 79 d.C.

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Em 24 de agosto de 79 d.C, um desastre geológico abatia uma das maiores cidades do antigo império romano. Pompéia (próxima a atual Nápoles), era uma zona produtora de vinhos e azeite. Naquele dia, a população festejava com um grupo de atores vindos de Roma, que se apresentariam das 11 da manhã até a noite. No Grande Teatro, os espectadores se acomodavam para assistir ao espetáculo. Doceiros e cervejeiros percorriam as arquibancadas, vendendo suas iguarias e bebidas. Era um bonito dia de verão na cidade. De repente, um barulho de explosão assusta a todos: o topo do vulcão Vesúvio, próximo à cidade, havia se partido em duas partes e uma grande quantidade de fumaça saia dali. Até então, as pessoas acreditavam que a montanha estava inativa, mas, em instantes, projéteis foram lançados de lá em direção à cidade. Logo todos entraram em pânico. As ruas foram esvaziadas. O que deveriam fazer? Há 900 anos que o Vesúvio não entrava em erupção. Em algumas horas, Pompéia estaria devastada pela lava, com 16 mil dos seus 20 mil habitante, mortos.

Contado dessa forma, fica um pouco fácil de imaginar o dia em que o vulcão Vesúvio devastou (e ao mesmo tempo preservou) a cidade romana de Pompéia. Graças ao acervo documental de que dispomos, aliado a pesquisas atuais na área da geologia, podemos recriar passo a passo como foi aquela tragédia. Para dar uma noção melhor e mais realista deste evento, foi exibido em 2009, numa exposição do Melbourne Museum (Austrália) chamada “A Day in Pompeii” (Um dia em Pompéia), um vídeo de 8:40 minutos de duração, produzido pela empresa Zero One Animation, que recria com incrível qualidade 3D os últimos instantes da cidade, até ela ser encoberta pelas lavas do vulcão. O vídeo foi um sucesso entre o público e mais de 330 mil pessoas visitaram a exposição no Melbourne Museum. Agora, sem mais delongas, confira está impressionante animação, que certamente lhe dará uma noção mais completa do desastre de Pompéia, em 24 de agosto de 79 d.C.

Assim que os primeiros sinais de explosão se manifestaram, a população foi procurar abrigo. O pânico tomava conta da cidade. Na euforia para se proteger das pedras que eram lançadas da cratera do vulcão, muitos entraram nos primeiros locais que encontravam. Algumas pessoas, entre elas uma senhora que carregava uma criança nos braços, entraram num mausoléu, que instantes depois desabou sobre eles. Outros, para correr mais rápido, chegaram a tirar as roupas e se livrar de todo peso extra do corpo. A multidão procurava desesperadamente alcançar as outras portas da cidade. A porta Marina, que dava para o mar, estava uma confusão de pessoas. Muitos nutriam a esperança de uma fuga marítima, mas o mar estava bastante agitado naquele dia. Ondas com metros de altura batiam na areia e os barcos foram todos destruídos. A situação na porta Herculanum também não estava melhor. Na correria, muitas pessoas foram pisoteadas. Escrevendo alguns anos depois do desastre a seu amigo Cornelius Tacito, Plinio o Jovem deixou um vívido registro do que ele viu naquele dia:

Cinzas já estavam caindo densamente. Eu olhei em volta: uma novem negra densa estava vindo atrás de nós, espalhando-se sobre a terra como uma enchente. “deixe-nos ir para a estrada, enquanto ainda a podermos ver”, eu disse, “ou vamos ser derrubados e pisoteados no escuro pela multidão atrás”. Mal tínhamos sentado para descansar quando a escuridão caiu, não a escuridão de uma noite nublada e sem lua, e sim como se uma lâmpada tivesse sido posta para fora em uma sala fechada.

Você poderia ouvir os gritos das mulheres, o choro dos bebês e os gritos dos homens; alguns estavam chamando seus pais, outros seus filhos e suas esposas, tentando reconhecê-los por suas vozes. As pessoas choravam sua própria sorte ou a de seus familiares, e haviam alguns que oravam pela morte em seu terror de morrer. Muitos buscaram a ajuda dos Deuses, ao mesmo tempo imaginando se existia algum Deus, e que o universo havia sido mergulhado na escuridão eterna, para sempre.

Menos de 1/4 da população de Pompéia sobreviveu àquela tragédia. Os que voltaram depois para ver se haviam outros sobreviventes ou se podiam salvar alguma coisa, se depararam com a cidade completamente soterrada. O desespero ficaria marcado para sempre nos rostos das vítimas, uma vez que seus corpos, longe de serem consumidos, foram petrificados, modelados pelas cinzas. O eventos geológico que devastou e, ao mesmo tempo, imortalizou Pompéia têm fascinado pessoas de todas as partes do mundo, desde que as ruínas da cidade foram redescobertas em 1599 d.C. Hoje, é um importante ponto turístico. E bem próximo dali, em todo o seu poder, encontra-se o vulcão Vesúvio, dando a todos a dimensão do desastre que causou quase 2000 anos atrás.

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Ruínas de Pompéia

Fonte da Notícia:

Realm of History – Acesso em 12 de setembro de 2016.

Referências:

GUERDAN, René. A tragédia de Pompéia. Tradução de Mariana Teixeira. – Acesso em 12 de setembro de 2016.

 

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