Revista de História da Biblioteca Nacional, n° 101 – Autópsia de D. Pedro I

Por: Renato Drummond Tapioca Neto

Em 24 de setembro de 1834, D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal falecia, por volta das 2:30 da tarde, no palácio de Queluz. Desde então, difundiu-se uma suspeita de que seu médico particular, Dr. João Fernandes Tavares (1795-1874), o tivesse envenenado a pedido dos miguelistas, apesar de autópsia da vítima ter indicado falência de múltiplos órgãos e tuberculose. Nas palavras da Imperatriz D. Amélia, que assistiu a agonia de seu esposo, ela diz que “o pulmão direito [de D. Pedro] estava cheio de água, que continha mais de dois litros e o esquerdo não existia. O coração estava dilatado”. O ex-imperador, pressentindo a sua morte, chegou a enviar um comunicado aos deputados portugueses afirmando que seus dias estavam terminando. A guerra pela reconquista de Portugal das mãos do irmão, D. Miguel, acabou por cobrar demais do físico da vítima, já debilitado por algumas costelas quebradas em decorrência de uma queda de cavalo. Contudo, um documento inédito, publicado na edição desse mês pela Revista de História da Biblioteca Nacional, e assinado pelo Dr. Tavares do monarca, vem oferecer mais luz às causas da morte de Pedro e, consequentemente, livrar o médico da acusação de envenenamento.

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Capa da edição 101 da revista de História da Biblioteca Nacional (imagem: D. Pedro I depois de morto. Litografia de Dias da Costa).

O resultado da autópsia do ex-imperador havia sido publicado avulso no ano da morte do mesmo (1834). A partir daí, ele permanecera praticamente desconhecido por parte dos pesquisadores, até que fora localizado em uma coleção particular no Brasil, e seu proprietário aceitou em divulgá-lo. Através das páginas do documento, podemos observar a versão detalhada do Dr. Tavares para a morte da vítima, onde o autor afirmava, entre muitas outras coisas, que há pelo menos 14 anos, “S. M. I. sofreu ataques de inflamação de fígado, e desde o princípio desta afecção, que foi ela tratada por um método perturbador, e impróprio pelo Augusto Doente…” Aliado à publicação da autópsia na íntegra, a edição acompanha mais 7 páginas de um excelente artigo escrito pela pesquisadora Cláudia Thomé Witte, revelando mais alguns detalhes dos últimos anos de vida de D. Pedro I. “Tendo agora em mãos o resultado da autópsia”, escreve Witte, “poderemos confrontar o documento com as descobertas científicas do século XXI”. Destarte, ciente da relevância de tal descoberta, o portal Rainhas Trágicas traz para você, nosso leitor, os scans das 13 páginas da matéria de Capa da edição 101 da Revista de História da Biblioteca Nacional, incluindo o artigo de Cláudia Thomé Witte e a autópsia do monarca, pelo seu médico Dr. João Fernandes Tavares. Para fazer o download, basta clicar AQUI. Aproveitem!

ps. Ao baixar o arquivo, por favor, deixe um comentário. Grato!

7 comentários sobre “Revista de História da Biblioteca Nacional, n° 101 – Autópsia de D. Pedro I

    • Todas essas afirmações estão extremamente equivocadas, Merinaldo. D. Pedro I contraiu tuberculose. Tendo duas costelas fraturadas, e com o coração e o fígado hipertrofiados, ele faleceu na tarde de 24 de setembro de 1834 no palácio de Queluz (o mesmo em que nascera), nos braços da Imperatriz D. Amélia.

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