Na manhã de 30 abril de 1464, a comitiva do rei Eduardo IV da Inglaterra rumava para o norte, em direção a Stony Stratford, para negociar com alguns dos apoiadores da Casa de Lancaster. O contexto político da época era marcado pelo conflito que ficou conhecido como “A Guerra das Duas Rosas” e Eduardo precisava desestabilizar as forças inimigas. Fazendo um pequeno desvio pela rota, o rei resolveu visitar Richard Woodville, em Grafton Regis. Na estrada que levava à propriedade, passando pela floresta de Whittlebury, uma viúva de 27 anos, loira e bonita, apareceu de repente atrás de uma árvore, acompanhada de seus dois filhos. Vinha falar com o rei em particular e humildemente lhe suplicar a herança do seu finado marido, John Grey, que morreu lutando pela Rosa Vermelha. A retidão e a beleza da mulher, desamparada e com uma criança em cada uma das mãos, comoveu de tal forma o coração de Eduardo, que ele decidiu não só lhe restituir os todos os bens, como também toma-la com esposa. A viúva em questão se tratava de Elizabeth Woodville, filha do dono da propriedade de Grafton. Passado algum tempo, ela se tornou a consorte do rei de Inglaterra e mãe de seus muitos filhos. A história, baseada em narrativas como a que acaba de ser contada aos leitores, se lembraria dela pelo título de “A Rainha Branca”. Esse encontro escondido na floresta, entre um rei e uma plebeia, foi usado por muitos novelistas e diretores para exagerar no romance entre Eduardo IV e sua esposa.
Em 14 de abril de 1857, a rainha Vitória dava à luz sua nona criança, uma garotinha nascida no Palácio de Buckingham e batizada com o nome de Beatrice. Na ocasião, a soberana já estava com 40 anos e precisou usar o clorofórmio para entorpecer as dores do parto. Vitória considerava o estado de gestação a pior fase do corpo feminino. Depois de engravidar nove vezes, entre 1840 e 1857, ela desenvolveu um prolapso uterino e uma hérnia de ventre, que se agravaram com o seu gradual excesso de peso. Assim que Beatrice veio ao mundo, o médico da soberana a aconselhou a não mais passar por outra gestação, pois a próxima poderia ser fatal. "Então não posso mais me divertir na cama?", foi a pergunta bem-humorada da rainha para seu médico.